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Gleisi deixa a Casa Civil até janeiro para disputar o governo

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O vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT), lançou ontem (12) a candidatura da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), ao governo do Paraná. Segundo ele, Gleisi deve deixar o Palácio do Planalto até o fim do ano ou no máximo em janeiro para começar a preparar a campanha eleitoral no estado.

De acordo com Vargas, juntamente com Gleisi, entre 7 e 12 ministros também deixarão o cargo para disputar governos estaduais pelo país, antecipando a reforma ministerial pretendida pela presidente Dilma Rousseff. A assessoria de Gleisi foi procurada para confirmar o anúncio do colega de partido, mas até o fechamento da edição a reportagem não havia recebido nenhum retorno.

Novo cenário

Senadora de primeiro mandato, Gleisi assumiu a chefia da Casa Civil em junho de 2011. Desde que passou a ocupar o cargo mais importante da República depois da presidente, cresceram os rumores em torno de uma eventual candidatura dela ao Palácio Iguaçu.

O que era dado como certo, porém, transformou-se numa enorme dúvida diante dos protestos que tomaram as ruas do país em junho e derrubaram pela metade a popularidade de Dilma. A análise dos aliados seria de que, como a presidente é a principal cabo eleitoral de Gleisi, a imagem da paranaense também poderia ter sido afetada negativamente.

Nesse cenário, surgiu com força nos últimos dias o nome do ex-senador e atual vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Dias (PDT). No último dia 3, por exemplo, o pedetista não poupou críticas ao governador Beto Richa (PSDB), contra quem disputou (e perdeu) a eleição para o Palácio Iguaçu em 2010. As declarações foram dadas ao lado de Gleisi em Toledo, Oeste do Paraná, no lançamento do Plano Safra.

Ontem, porém, André Vargas afirmou que a ministra deve deixar a Casa Civil no mais tardar em janeiro do ano que vem para se dedicar à candidatura ao governo estadual. Pela legislação eleitoral, ela poderia permanecer no cargo até abril. A orientação do Planalto aos ministros, porém, seria antecipar a saída para pavimentar com mais tempo as candidaturas, com reflexos, sobretudo, na eleição presidencial.

“Quem tem obrigação de apresentar uma candidatura de oposição ao governo Beto Richa é o PT. Ela é candidata. Já está definido”, garantiu Vargas. O entendimento é o mesmo do presidente do partido no Paraná, deputado estadual Enio Verri.

Para o parlamentar, a experiência acumulada pela ministra nos cargos públicos que já ocupou a credenciam para consolidar o projeto petista de governar o Paraná. “Respeitamos a importância do cargo que ela ocupa hoje, mas temos convicção de que ela é o melhor nome para comandar o estado, que está à beira de uma grande crise financeira”, disse.

Mudanças

Com a possível dança das cadeiras na Esplanada até janeiro, Dilma anteciparia a tão comentada reforma ministerial, que na teoria poderia esperar até abril. Apesar de ter dito que de 7 a 12 pastas deverão trocar de comando, Vargas citou apenas outros dois nomes que deixariam o governo além de Gleisi: Alexandre Padilha (ministro da Saúde), que disputará o governo de São Paulo, e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que concorreria em Santa Catarina.

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