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PCC é facção criminosa que predomina no Paraná

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O Primeiro Comando da Capital é a facção criminosa de maior poder nas penitenciárias do Paraná. A Segurança Pública aposta nos serviços de inteligência para combater a atuação dos grupos organizados nos presídios.

A disputa entre facções criminosas que teria resultado no massacre em uma penitenciária de Manaus nesta semana também foi identificada em presídios do Paraná.

Em outubro do ano passado, a Secretaria de Estado da Segurança Pública repassou com setores de inteligência de outros estados a informação de que líderes do PCC determinaram um rompimento com o Comando Vermelho e outras facções.

Os grupos costumam manter um trabalho conjunto em algumas atividades, como no carregamento de drogas e tráfico de armas.

A suspeita é de que o rompimento dessa colaboração tenha resultado na morte de 56 pessoas no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, entre os dias 1.º e 2 deste mês.

A ordem para que líderes do PCC rompessem com outras facções percorreu presídios de todo o Brasil de várias maneiras.

Uma delas foi por meio das chamadas pipas, pequenos papéis escondidos com visitantes e até advogados, e entregues aos presos.

O secretário de Estado da Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, diz que além de comunicar a informação a serviços de inteligência de outros estados, a administração penitenciária se encarregou de reforçar o monitoramento de alguns detentos.

Segundo o secretário, a informação resultou em transferência de presos para outras unidades. Diante da ordem e prevendo riscos, alguns detentos também pediram transferência.

O número de presos transferidos no Paraná não foi divulgado. Nenhum deles foi encaminhado a presídios federais.

De acordo com o secretário da Segurança, administrações penitenciárias de outros estados brasileiros também identificaram o problema e realizaram transferências.

Além dos bilhetes descobertos nos presídios, o serviço de inteligência do Paraná teve a colaboração de informantes e recebeu dados de outras formas de monitoramento.

O assassinato do traficante Jorge Rafaat Toumani, em julho, no Paraguai, também foi um sinal de alerta da tentativa de expansão do Primeiro Comando da Capital na fronteira.

 

Paraná tem deficit de 9 mil vagas em presídios

Até 2018, o Paraná deve ter oito mil novas vagas no sistema penitenciário. A promessa é de que reformas em presídios e construção de novas unidades reduzam a superlotação que hoje se concentra nas carceragens de delegacias do estado.

Em todo o Paraná, nove mil presos dividem espaço em cadeias que teriam capacidade para apenas quatro mil pessoas. São cerca de 150 delegacias que mantêm carceragens, mas 52 delas estão interditadas por decisões judiciais.

Nas 33 unidades ligadas ao Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), são aproximadamente 20 mil detentos para um igual número de vagas.

 

Delegacias

O secretário de Estado da Segurança Pública, Wagner Mesquita, diz que a prioridade é resolver o problema das delegacias.

Alguns projetos de obras que previam abertura de vagas em regime semiaberto foram modificados para ampliar a oferta em regime fechado.

De acordo com o secretário, a ideia é trabalhar com o uso de tornozeleira eletrônica para reduzir o custo do sistema e o inchaço das carceragens.

A expectativa do governo do estado é receber aproximadamente R$ 188 milhões para realizar as obras no sistema penitenciário. Um total de R$ 130 milhões são de projetos apresentados ao Ministério da Justiça, que preveem a abertura de sete mil vagas, em 14 projetos.

São seis obras de ampliação e oito novas unidades. Outros R$ 58 milhões devem vir do Fundo Penitenciário. Desse total, R$ 31 milhões devem ser investidos na construção de uma unidade com 1050 vagas e R$ 27 milhões, na compra de equipamentos.

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