Fale com a gente

Paraná

Polícia prende suspeitos de fraudar bombas e fecha nove postos

Publicado

em

Seis pessoas foram presas durante a operação Pane Seca deflagrada na manhã de sábado (25) pelo Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep) suspeitas de integrar duas quadrilhas que fraudavam a quantidade de combustível que sai de das bombas gerando prejuízo aos motoristas e ganhos para as organizações criminosas.

Outras seis pessoas estão foragidas e estão sendo procuradas pela Polícia Civil do Paraná. Nove postos foram interditados por determinação da Justiça seis em Curitiba, um em São José dos Pinhais e outro em Colombo, na região metropolitana. Há indícios de que a organização criminosa esteja se expandindo para outros Estados da Federação, como São Paulo e Santa Catarina, podendo-se inferir que a prática criminosa esteja se tornando altamente lucrativa para seus idealizadores.

Durante o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, os policiais do Diep encontraram diversas placas de bombas que eram usadas para a fraude, além de mais de R$ 800 mil em cheque e R$ 1,5 mil em espécie, computadores e pendrives, além de propostas de transações de bens que totalizam R$ 60 milhões.

A investigação teve início a partir de requisição da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, do Ministério Público do Paraná, a qual recebeu informações da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC), denunciando que alguns postos de combustíveis estariam fraudando a quantidade de combustível no momento do abastecimento.

Para a fraude funcionar as duas quadrilhas recorreram a tecnologia. Para isso era instalado dispositivos eletrônicos nas bombas, os quais eram responsáveis por interromper o fluxo de combustível efetivamente expelido pelas bombas, sem que haja interrupção na medição da quantidade de litros a ser paga pelo consumidor. Assim, a quantia de combustível de fato inserido nos tanques dos veículos de consumidores seria inferior ao registrado nas bombas, fazendo com que os clientes paguem valores a maior em cada abastecimento.

Tais dispositivos, segundo consta, poderiam ser ativados remotamente, podendo os criminosos escolher o momento mais propício para seu acionamento o que também dificultaria a atuação dos órgãos fiscalizadores.

O Diep estima que de 6% até 8% do abastecimento não entrava no tanque 50 litros, de fato só entraria 46. Imaginando o litro da gasolina por R$ 3,29, o consumidor era lesado em R$ 13,16, além de ter menos combustível no tanque. Pode imaginar que é pouco, mas imaginando que cada posto efetuasse 100 abastecimentos por dia, o valor sobe para mais de R$ 1 mil por dia.

A investigação do Diep revela que uma quadrilha era chefiada por um homem e seu filho. Ele foi preso na noite de sexta-feira (24) no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, quando desembarcava de um avião. O filho está foragido.

Os dois são donos de uma churrascaria de Curitiba local que era usado para os negócios da quadrilha e de três postos de gasolina.

A outra organização criminosa investigada pelo Diep atuava com outros quatro postos de combustíveis, todos pertencentes a um homem que está foragido. Em um dos postos também foi encontrada, durante a operação, quantidade de álcool superior ao permitido em lei, chegando ao patamar próximo de 70%.

Entre os alvos da ação policial do Diep estão empresas que prestavam serviços de manutenção aos postos de combustíveis que cometiam as fraudes. Os seis presos foram levados para o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), unidade de elite da Polícia Civil do Paraná, e depois foram transferidos para a Casa de Custódia de Piraquara (CCP). A prisão é temporária por cinco dias.

Copyright © 2017 O Presente