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Sem dinheiro, duplicação da BR-163 pode mesmo parar

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Reunião de líderes com José da Silva Tiago foi realizada ontem (09), em Cascavel

 

A região vai mais uma vez precisar se unir e pressionar seus representantes e governo para que uma obra há muito aguardada e fundamental para o Oeste do Paraná e para o Brasil não pare – a duplicação de 38,9 quilômetros da BR-163 entre Toledo e Marechal Cândido Rondon. Esse foi o recado que deu ontem (09), durante reunião na Associação Comercial de Cascavel (Acic), o superintendente no Paraná do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), José da Silva Tiago. Estou fazendo tudo o que posso para conseguir dinheiro, mas, se o cenário não mudar, terei em quatro meses de emitir termo de paralisação, lamentou Tiago.

O superintendente fez uma retrospectiva para explicar a diretores de entidades produtivas, prefeitos e empresários os motivos que podem levar à suspensão da obra. A BR-163, com mais de 3,2 mil quilômetros, é a principal artéria de conexão entre Estados do Sul, Centro-Oeste e Norte do Brasil. Ela é responsável por transportar fatia significativa de riquezas e em trechos no Oeste, como o que está em questão, o tráfego diário chega a ser superior a 10,2 mil veículos. O movimento elevado gera acidentes e mortes, além de tornar o escoamento menos ágil do que poderia. Caciopar e outras entidades defendem a duplicação há muito tempo. O Dnit/PR, sensibilizado, passou a investir no projeto e dois trechos foram licitados.

O governo contratou 38,9 quilômetros entre Rondon e Toledo e 74 entre Cascavel e Marmelândia, no interior de Realeza. Juntos, os trechos somam 112,9 quilômetros, com custo de R$ 885,5 milhões. O início das obras entre Rondon e Toledo foi em outubro de 2015. Nessas fases iniciais são realizados trabalhos de drenagem, terraplenagem e pavimentação em 21 quilômetros. Mais de R$ 23 milhões dos R$ 306,5 milhões do contrato, ou 8% do total, já foram aplicados no empreendimento. No ano passado, a bancada do Paraná garantiu repasse de R$ 150 milhões à obra, mas para 2017, em vez de priorizar a duplicação, os parlamentares destinaram os recursos para a compra de implementos agrícolas repassados a prefeituras.

 

R$ 19 milhões

Sem um único centavo no orçamento de 2017 para a obra em andamento, Tiago passou a fazer peregrinações e encontros com deputados, técnicos e o próprio ministro dos Transportes, Maurício Quintela. Com os parlamentares, o superintendente conseguiu R$ 4 milhões e com o ministério, por meio de remanejamento de recursos do PAC, serão destinados R$ 15 milhões. Entretanto, a necessidade de recursos para as obras previstas para este ano é de R$ 60 milhões. O que estamos viabilizando garante a continuidade da operação por mais quatro meses. Por isso, o Oeste precisa se mobilizar e conseguir mais, afirmou Tiago.

 

Entidades já se mobilizam

O presidente da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar), Leoveraldo de Oliveira, diz que a duplicação da BR-163 é uma das prioridades da entidade e que ela, ao lado de outras forças do setor produtivo, já iniciam movimento para pedir à União recursos para que a obra não pare. Essa é uma rodovia movimentada e um corredor de escoamento de riquezas importante para o Brasil. Vamos fazer de tudo para mostrar ao governo federal que a possível paralisação trará muitos prejuízos, afirma. A duplicação tem como propósito principal a redução de acidentes e mortes.

Para o deputado estadual Elio Rusch, é necessário neste momento o envolvimento entre lideranças estaduais e a sociedade civil organizada para buscar junto ao governo federal os recursos para a continuidade das obras.

A duplicação avança rápido no outro trecho licitado pelo Dnit na BR-163. São 74 quilômetros entre Cascavel e Marmelândia, perto da ponte sobre o Rio Iguaçu, em Realeza. Dezoito quilômetros estão praticamente prontos e serão inaugurados em maio com a presença do ministro dos Transportes, Maurício Quintela. Diferente do percurso entre Rondon e Toledo, que emprega pavimento flexível, o de 74 quilômetros usa uma tecnologia inédita no Paraná. O pavimento rígido, de melhor qualidade e vida útil maior, foi uma opção da empresa, explica o superintendente do Dnit, José da Silva Tiago.

A empresa percebeu que o CBQU tem dado muitos problemas pelo país afora devido à sua má qualidade. E como a empresa, por questão contratual, é responsável pela manutenção por dez anos, então optou pela nova tecnologia para não ter dores de cabeça e prejuízos. Decidiram pagar mais sem custo adicional para o erário, então aceitamos, afirma Tiago. Ele disse também que em alguns dias serão iniciadas obras da segunda ponte sobre o Rio Iguaçu, na divisa entre o Oeste e Sudoeste do Paraná. O superintendente afirmou que, apesar de tudo, a região é a que mais recebe atualmente recursos federais para obras rodoviárias. Pode ser pouco, mas vocês estão bem atendidos, garantiu ele.

Questionamentos

José da Silva Tiago respondeu a questionamentos sobre outras obras reivindicadas pela região. Falou sobre o início de trabalhos em breve do contorno de Guaíra e da duplicação já licitada do Contorno Oeste, entre as BRs 163, 277 e 467. O superintendente falou ainda do Contorno Norte, em Cascavel. O Departamento faz estudos há cerca de cinco anos da ligação entre a 277 e a 369. A obra chegou a estar contemplada no PAC 3, mas o programa não avançou. Técnicos executam o anteprojeto daquela que, segundo Tiago, será a melhor solução para desafogar o trevo Cataratas, conectando-se, mais tarde, ao Contorno Sul, ligando a 277 e a 163.

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