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Trinta mil professores se concentram em frente a Alep

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Jonathan Campos/Gazeta doPovo

Professores e funcionários da rede estadual de ensino entram no segundo dia de greve com uma promessa: de engrossar ainda mais as manifestações contra o pacotaço enviado pelo governador Beto Richa (PSDB) à Assembleia Legislativa e que será votado hoje (10). Para isso, a categoria planeja reunir 30 mil pessoas no Centro Cívico, em Curitiba. Mais de cem ônibus devem trazer à capital educadores de todas as regiões do Paraná.

Será um dia histórico e decisivo. Vamos fazer de tudo para impedir a aprovação do pacotaço, porque, se ele for aprovado, vai destruir a carreira dos servidores estaduais. Vai jogar no lixo direitos de toda a categoria, disse Luiz Fernando Rodrigues, diretor de comunicação da APP-Sindicato.

Ontem, os professores já deram mostras de quanto barulho podem fazer. Reuniram mais de cinco mil pessoas em frente à Assembleia. A todo instante, a multidão entoava palavras de ordem.

A mobilização provocou uma reação. Deputados estaduais sentiram a pressão e retiraram do pacotaço três pontos: o fim do quinquênio; a mudança na regra para progressão na carreira; e alterações no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). O recuo, no entanto, não apaziguou o ânimo dos professores.

Isso não basta. Se o pacotaço for aprovado vai acirrar ainda mais o estado em que os servidores se encontram e vamos viver uma mobilização sem precedentes no Paraná, assegura Rodrigues.

Com a multidão que se formou diante da Assembleia, logo pela manhã os portões da Casa foram fechados. À tarde, um grupo de educadores conseguiu liberação para assistir a sessão e cerca de 130 deles conseguiram acompanhar os debates. Emocionada, Paulla Helena Silva de Carvalho, diretora do Colégio Estadual Santa Gemma, chegou a chorar. É duro, mas no final a gente tenta manter as esperanças, disse.

Contudo, a esperança virou revolta quando o líder do governo, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), apresentou um requerimento pedindo que o plenário seja transformado em comissão geral na sessão de hoje. Conhecida como tratoraço, a manobra permite votações a toque de caixa, sem que os projetos passem pelas comissões.


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