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Poder Legislativo Momento de grave dificuldade

Crise na suinocultura repercute na Câmara de Vereadores de Marechal Rondon

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Vereadores preocupados com prejuízos diretos e indiretos da crise na suinocultura (Foto: Cristiano Viteck)

O momento de apreensão vivido por suinocultores de toda a região, e em especial do município, repercutiu na sessão de ontem (06) do Poder Legislativo de Marechal Cândido Rondon. O tema dominou os debates. Diante da repercussão social e econômica negativa que a crise representa, os vereadores se somam aos suinocultores e demais representantes de setores ligados à atividade, que cobram ações das esferas federal e estadual para superar este momento de grave dificuldade.

O assunto ganhou força na Casa de Leis a partir de requerimento do vereador Cleiton Freitag (Gordinho do Suco), que será enviado aos Governos Federal e do Paraná com o pedido para que se empenhem para salvar a atividade.

“A situação é caótica e praticamente está decretando o fim da suinocultura em muitas propriedades rurais, especialmente dos pequenos produtores”, alertou Gordinho do Suco no requerimento.

Ele reforçou que a crise do setor já é considerada a maior da história. Sem previsão de que a situação seja revertida em curto prazo, a situação financeira dos pequenos e médios produtores fica cada vez mais insustentável.

Um dos motivos é que o preço elevado do milho e do farelo de soja – que, juntos, correspondem a mais de 80% do volume da ração fornecida aos animais –, combinado com o baixo preço pago ao produtor pelo quilo do animal formam os ingredientes perfeitos para a situação tornar-se caótica.

“É preciso juntar esforços e iniciativas de apoio e amparo aos suinocultores, antes que muitos encerrem suas atividades, o que gerará ainda mais problemas para os produtores e, consequentemente, até para os consumidores”, defendeu Gordinho do Suco.

 

Equilíbrio

O vereador Rafael Heinrich, que presidiu a sessão desta segunda-feira, enfatizou o desequilíbrio que acontece hoje entre os produtores de grãos e aqueles que atuam na pecuária.

“O agricultor, exclusivamente produtor de sementes, está ficando rico. Mas, o pecuarista está quebrando. Nós precisamos ter um ponto de equilíbrio entre a produção de grãos com um valor justo, e a produção pecuária. Senão, daqui a pouco se desarticula toda uma cadeia produtiva que é o forte da nossa economia na região”, afirmou Rafael.

Ele citou que entidades ligadas ao setor decidiram reduzir o plantel de suínos para sobreviver. Porém, o vereador previu que reduzir a produção significa mais inflação: “se não forem tomadas medidas enérgicas para mudar essa realidade, nós vamos ter um cenário econômico muito ruim nos próximos semestres”.

 

Ação política

Por sua vez, o vereador Moacir Froehlich citou que, na região, lideranças das entidades que representam a suinocultura estão montando uma pauta conjunta de reivindicações. Entre as demandas está o alongamento dos prazos para quitação de financiamentos e a equalização dos juros da agricultura e da pecuária.

Da parte da classe política, o vereador cobrou dedicação na cobrança das lideranças federais e estaduais na resolução da crise. “Nós vamos ter que nos empenhar fortemente. É hora de todos os vereadores pedirem aos seus deputados para se empenharem em favor do agronegócio”, ressaltou Moacir.

 

Sinais da crise

O vereador Dionir Briesch (Sargento Dionir) lembrou que os sinais da crise da suinocultura já eram perceptíveis no início do ano.

“Em 1º de fevereiro encaminhei ao Ministério da Agricultura um requerimento cobrando medidas de apoio à suinocultura. Em resposta, fui informado que seriam tomadas medidas paliativas. Porém, essa medida paliativa para intervir diretamente na suinocultura, eu não vi isto vir de fato. Vejo cada vez mais a movimentação dos nossos suinocultores, até mesmo dos cooperados, falando que a atividade está inviável porque não suportam mais pagar os insumos”, desabafou.

Para exemplificar a importância do setor para Marechal Cândido Rondon, ele informou que cada matriz suína, se estiver produzindo seu ciclo completo, retorna em tributos ao município o equivalente à produção agrícola de um alqueire de terra.

 

Cadeia produtiva

O último a se manifestar sobre o assunto foi o vereador Carlinhos Silva, que avaliou o efeito cascata da crise na suinocultura, passando pelos donos das propriedades, funcionários das granjas, motoristas que transportam os suínos e a ração, veterinários, os profissionais que atuam nas estruturas dos chiqueirões, empregados em frigoríficos, e assim por diante.

“É preocupante esta situação. Quem não é ligado à agricultura não faz nem ideia do que é isso. Acredito que nós, como vereadores, temos que nos preocupar mais com esta situação. Porque se acontecer dessas granjas fecharem, o pessoal não faz ideia do que vai acontecer no município. O ICMS encolhe, vai acontecer bastante desemprego”, previu.

 

Com assessoria

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