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Dois policiais suspeitos de torturar acusados são libertados

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Dois policiais civis apontados como envolvidos nas denúncias de tortura contra os quatro suspeitos de matar a adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, foram soltos ontem (29). Além deles, outros sete policiais civis, um policial militar, um guarda municipal, um carcereiro, um delegado e um preso foram apontados como torturadores.

A jovem foi vista pela última vez em 25 de junho. Após três dias de desaparecimento, Tayná foi encontrada morta em um matagal de Colombo. Quatro homens, que trabalhavam em um parque de diversão da cidade, foram considerados suspeitos e presos.

A polícia chegou a afirmar que o grupo havia confessado a autoria do crime, porém, mais tarde, depois de uma conversa com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e de depoimentos ao Ministério Público (MP) Estadual, os quatro disseram que assumiram o crime porque foram torturados. A Justiça ordenou a prisão de 14 pessoas, e os suspeitos foram inseridos no Programa de Proteção a Testemunhas.

De acordo com o advogado André Luís Romero de Souza, que representa oito dos policiais civis denunciados, a juíza revogação a prisão preventiva porque considerou que os suspeitos têm condições de responder a um eventual processo em liberdade. Dos dois policiais que conquistaram a liberdade, apenas um é cliente de Souza. O outro acabou sendo beneficiado com a decisão.

O jurista também protocolou o pedido de revogação de prisão preventiva para os demais policiais, contudo, a solicitação foi negada. “Quanto a esses policiais, pedido idêntico foi protocolado. Neste momento, a gente está estudando a decisão que negou a liberdade para eles para verificar quais são as razões de decidir da juíza para a gente enfrentar essas razões, seja através de um novo pedido para a própria juíza, seja através de um habeas corpus no Tribunal de Justiça”, disse o advogado.

Sem solução
Logo que Tayná foi considerada desaparecida, a mãe de adolescente, Cleuza Cadomá da Silva, relatou que a filha tinha saído de casa para ir até a casa de um amigo. Como ele não estava em casa, ela seguiu para a casa de uma amiga. A garota chegou a mandar uma mensagem de texto pelo celular para a mãe dizendo que estava voltando para casa, mas desapareceu.

Três dias depois, o corpo da jovem foi encontrado. O crime indignou a população. Alguns moradores de Colombo atearam fogo nos brinquedos do parque onde os quatro suspeitos trabalhavam. Após as denúncias de que o grupo foi torturado para confessar o crime, os quatro homens entraram no programa de proteção a testemunhas e foram levados para outro estado. De acordo com o Ministério Público (MP), é necessário garantir a integridade física deles, já que são testemunhas da suposta tortura.

Apesar de estarem em liberdade e sob proteção, os quatro ainda são considerados pela polícia e pelo Ministério Público como suspeitos de matar a menina e continuam a ser investigados por isso. Todavia, um exame de DNA feito no sêmen encontrado no corpo de Tayná mostrou que o material genético era incompatível com o deles. Mais de um mês após a morte de Tayná, o caso ainda está sem solução.

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