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Mulheres procuram a polícia quando chegam ao limite

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Escrivã Isabel Brum: A maioria das mulheres que chegam aqui são vítimas de violência há anos, mas toleravam os agressores (Foto: O Presente)

“No limite rdquo;. Eacute; desta forma que chegam agrave; pol iacute;cia as v iacute;timas de viol ecirc;ncia dom eacute;stica. ldquo;A maioria das mulheres que chegam aqui s atilde;o v iacute;timas de viol ecirc;ncia h aacute; anos, mas toleravam os agressores. S atilde;o mulheres que trabalham para sustentar a casa, enquanto o companheiro gasta dinheiro com v iacute;cios, como a bebida. Elas sustentam os filhos e os maridos s atilde;o um estorvo na vida. Foram agredidas v aacute;rias vezes, perdoaram, mas, at eacute; pelo pedido de amigos, familiares e dos pr oacute;prios filhos, procuram a pol iacute;cia para tentar dar um ponto final na triste hist oacute;ria rdquo;, diz a escriv atilde; Isabel Brum, da Delegacia de Pol iacute;cia Civil de Marechal C acirc;ndido Rondon. nbsp;
Nesse ano foram abertos 66 inqu eacute;ritos em Marechal Rondon por causa de viol ecirc;ncia dom eacute;stica. No mesmo per iacute;odo do ano passado foram 56 e em todo ano de 2009 102. ldquo;A maioria dos atendimentos que fazemos aqui eacute; por causa da viol ecirc;ncia dom eacute;stica rdquo;, informa a escriv atilde;.

Quatro anos
Embora a Lei Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir a viol ecirc;ncia dom eacute;stica e familiar contra a mulher, complete quatro anos e seja constantemente adotada, Isabel conta que a maioria das mulheres que chega agrave; delegacia sabe ldquo;por cima rdquo; o que est aacute; previsto legalmente. ldquo;Elas ouvem sobre a lei, mas n atilde;o sabem o certo, por isso procuram a pol iacute;cia rdquo;, conta. nbsp;
Boa parte das mulheres que chegam agrave; delegacia noticiam que est atilde;o sendo v iacute;timas de viol ecirc;ncia psicol oacute;gica, como amea ccedil;as e humilha ccedil; otilde;es. ldquo;Elas, com medo do que veem acontecer em outros casos, que acabam at eacute; com morte, como j aacute; houve caso em Marechal Rondon, procuram ent atilde;o as autoridades rdquo;, conta a servidora.
Quando ocorre a agress atilde;o f iacute;sica, geralmente o agressor est aacute; sob o efeito de aacute;lcool, diz. nbsp;

Sem perfil
As idades dos envolvidos nos casos s atilde;o as mais diversas. ldquo;S atilde;o desde namorados at eacute; idosos rdquo;, informa. A viol ecirc;ncia tamb eacute;m n atilde;o escolhe situa ccedil; atilde;o financeira, embora existam muitos casos em que os homens alegam que perderam a cabe ccedil;a quando a mulher lhe cobrou coisas que n atilde;o p ocirc;de dar. ldquo;As alega ccedil; otilde;es deles s atilde;o diversas. Dizem que s atilde;o cobrados por uma qualidade de vida melhor, que t ecirc;m problemas sexuais com suas companheiras, que n atilde;o recebem aten ccedil; atilde;o. O que nos chama aten ccedil; atilde;o eacute; que os casais n atilde;o conversam sobre esse assunto e tomam ci ecirc;ncia do que pensa o companheiro quando o caso est aacute; relatado na pol iacute;cia rdquo;, observa a escriv atilde;.

Problema
O grande problema para a pol iacute;cia como para o Judici aacute;rio s atilde;o as mulheres que desistem de levar o caso adiante e, futuramente, procuram as autoridades porque est atilde;o sendo agredidas novamente. ldquo;Elas querem desistir, dizem que precisam do marido para pagar as contas da casa, que os filhos est atilde;o pedindo pelo pai e acabam se submetendo a novas agress otilde;es rdquo;, comenta Isabel. ldquo;Tem mulheres que chegam a ponto de correr atr aacute;s de dinheiro para pagar a fian ccedil;a do agressor rdquo;, complementa Vilmar Albba, outro escriv atilde;o da delegacia. ldquo;Em casos em que o delegado observa que a v iacute;tima corre risco, ele n atilde;o arbitra fian ccedil;a rdquo;, informa Albba.

Vai e volta
No entanto, depois de relatado o caso na delegacia, a pol iacute;cia nada pode fazer para impedir o andamento do processo. ldquo;Enviamos, em 48 horas, o caso para o juiz, que indica medidas protetivas urgentes (ver box). Entre essas medidas est aacute; at eacute; mesmo presta ccedil; atilde;o de alimentos rdquo;, informa Isabel. ldquo;O descumprimento das medidas, por parte do agressor, pode acarretar na pris atilde;o dele rdquo;, informa. nbsp;
Al eacute;m disso, em 30 dias a pol iacute;cia manda o inqu eacute;rito para o Minist eacute;rio P uacute;blico (MP), que pode ent atilde;o denunciar o investigado. Se aceita a den uacute;ncia pelo juiz, o r eacute;u ent atilde;o ser aacute; julgado. ldquo;O problema eacute; que a maioria das mulheres, quando eacute; ouvida pelo MP, acaba voltando atr aacute;s em suas declara ccedil; otilde;es rdquo;, diz a escriv atilde;.
Nos casos de les atilde;o corporal grave, comenta, o processo contra o agressor independe da vontade da mulher. ldquo;Esses casos, no entanto, s atilde;o mais raros rdquo;, diz.

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