Polícia Federal atravessa a fronteira atrás de narcotraficantes foragidos

A estrat eacute;gia de traficantes que atuam na fronteira, de se esconder das autoridades de seu pa iacute;s no estrangeiro, n atilde;o tem dado muito certo nos uacute;ltimos meses. Desde dezembro passado, cinco grandes narcotraficantes foram presos (ver box). Parcerias entre as autoridades, especialmente entre as do Brasil e Paraguai, t ecirc;m possibilitado esse tipo de a ccedil; atilde;o. nbsp;
De acordo com o delegado Erico Saconato, da Pol iacute;cia Federal (PF) de Gua iacute;ra, na fronteira com Mundo Novo (MS) e Salto del Guair aacute; (PY), h aacute; cerca de dois anos a PF, por conta pr oacute;pria, come ccedil;ou a trabalhar em parceria com a Secretaria Nacional AntiDrogas (Senad) do Paraguai. ldquo;Em maio do ano passado, em Foz do Igua ccedil;u (na fronteira com Ciudad del Este), durante Congresso, foi assinado um tratado policial Brasil/Paraguai, que prev ecirc; a ccedil; atilde;o conjunta entre a Pol iacute;cia Federal e a Senad, a partir de ent atilde;o come ccedil;amos a intensificar o trabalho rdquo;, comenta o policial. Segundo ele, ainda existem problemas para desenvolver o trabalho, por causa de diferen ccedil;as nas legisla ccedil; otilde;es dos pa iacute;ses envolvidos no tratado. ldquo;Em casos que no Brasil d aacute; pris atilde;o, l aacute; n atilde;o d aacute;, outras que l aacute; da pris atilde;o e aqui n atilde;o d aacute;. Temos que acertar ainda alguns detalhes, mas fora isso est aacute; muito bem rdquo;, menciona. nbsp;

Policiais saem do pa iacute;s de origem atr aacute;s de foragidos
O tratado possibilita que os policiais brasileiros possam trabalhar em territ oacute;rio paraguaio, com a devida permiss atilde;o, e vice-versa, informa o delegado Erico Saconato. ldquo;A inten ccedil; atilde;o eacute; que as pol iacute;cias trabalhem com investiga ccedil; atilde;o, atuando de forma presente nos dois pa iacute;ses. Isso est aacute; funcionando rdquo;, comenta, complementando: ldquo;No caso do Pav atilde;o, Soligo, nossos policiais foram at eacute; o Paraguai, junto com o pessoal da Senad, para fazer essas pris otilde;es rdquo;, relata.
Assim como existem brasileiros refugiados no Paraguai, o delegado informa que paraguaios tamb eacute;m est atilde;o escondidos no Brasil. ldquo;Estamos procurando esse pessoal e assim que encontrarmos vamos ter o apoio da pol iacute;cia paraguaia aqui no Brasil tamb eacute;m rdquo;, acredita.
Fronteira
Mesmo os policiais tendo tirado v aacute;rios narcotraficantes de atua ccedil; atilde;o, o delegado diz que o problema na fronteira eacute; amplo. Segundo ele, s atilde;o v aacute;rios grupos de tr aacute;fico e quando um eacute; desarticulado, outro assume o espa ccedil;o deixado. ldquo;Com o tempo eles v atilde;o dominando o espa ccedil;o e criando mais um chef atilde;o rdquo;, diz. ldquo;Tem que ser feito um trabalho constante, como estamos fazendo para tirar todos de circula ccedil; atilde;o. Est aacute; sendo feito um trabalho muito bom. Anos atr aacute;s esse pessoal ficava l aacute;, achando que nunca iria pagar pelos crimes aqui no Brasil, e agora est atilde;o sendo surpreendidos. Estamos entrando por cima, mas tem muito narco ainda a ser preso rdquo;, informa o policial. nbsp; nbsp;

Traficantes foram presos no Paraguai, Brasil e Uruguai nbsp;
Desde dezembro foram presos Erineu Domingos Soligo, o Pingo, Carlos Arias Cabral, o L iacute;der Cabral, Jarvis Chimenes ldquo;Pav atilde;o rdquo;, Carlos Antonio Caballero, o Capillo, e Jos eacute; Paulo Vieira de Melo, o Paulo Seco. Pingo, Pav atilde;o e Capillo foram presos no Paraguai; L iacute;der Cabral no Brasil e Paulo Seco no Uruguai. L iacute;der Cabral foi detido no m ecirc;s passado em Planalto (PR), pela Pol iacute;cia Federal. Outras pessoas ligadas a ele foram detidas em Marechal C acirc;ndido Rondon, Pato Bragado e Santa Helena, tamb eacute;m no Paran aacute;. A opera ccedil; atilde;o Lideran ccedil;a, da PF, ainda foi realizada em Minas Gerais, Rio de Janeiro, S atilde;o Paulo e no Paraguai, onde a Senad agiu.
O paraguaio Cabral era tido como o l iacute;der do tr aacute;fico na fronteira, sendo apontado como um dos maiores traficantes de maconha da Am eacute;rica. Em 2002, Cabral escapou de um atentado no Paraguai, na fronteira com o Brasil, mas seu filho n atilde;o teve a mesma sorte. O atentado teria sido ordenado por Fernandinho Beira Mar. Posteriormente, 22 pessoas que seriam ligadas a Beira Mar foram mortas.
O grupo de Beira Mar teria sido expulso ent atilde;o da fronteira e Cabral dominado a aacute;rea. nbsp;

ldquo;Bar atilde;o da droga rdquo;
Jarvis Chimenes Pav atilde;o, o ldquo;Bar atilde;o da Droga rdquo;, foi preso em dezembro passado na fazenda El Hotel, na regi atilde;o de Yby-Ya uacute;, no Paraguai. No local ainda foi preso Carlos Ant ocirc;nio Caballero, o Capilo, chefe do Primeiro Comando da Capital no Paraguai que, de acordo com informa ccedil; otilde;es obtidas ontem (05) pela reportagem de O Presente, ser aacute; extraditado para o Brasil. Em poder de Pav atilde;o, os agentes encontraram tr ecirc;s fuzis, diversas pistolas, US$ 10 mil, R$ 5 mil e 34 milh otilde;es de guaranis, o equivalente a cerca de US$ 7,3 mil. De acordo com a pol iacute;cia, Pav atilde;o eacute; ligado ao cartel de venda de drogas dirigido pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira Mar. Pav atilde;o eacute; de Ponta Por atilde; (MS), viveu em Santa Catarina, teve sua pris atilde;o decretada pela Justi ccedil;a Brasileira, e ficou refugiado em Pedro Juan Caballero. Mesmo no Paraguai, ele era apontado por policiais catarinenses como o principal respons aacute;vel pelo envio de remessas de drogas ao Estado.

Paulo Seco
Em junho foi preso o traficante Jos eacute; Paulo Vieira de Mello, o Paulo Seco. O narcotraficante ga uacute;cho foi preso pela Brigada Antidroga da Pol iacute;cia uruguaia. O criminoso foi detido em San Jose de Carrasco, nos arredores de Montevid eacute;u. Conforme a Pol iacute;cia Federal, ele operava uma organiza ccedil; atilde;o com nexos na Bol iacute;via, Paraguai e Brasil, vinculada ao traficante Fernandinho Beira Mar.

Pingo
O narcotraficante ga uacute;cho Erineu Domingo Soligo, o Pingo, foi preso no in iacute;cio do m ecirc;s passado pela pol iacute;cia paraguaia, na regi atilde;o de Pedro Juan Caballero. Na fazenda onde o narcotraficante foi preso, a pol iacute;cia apreendeu armas, al eacute;m de R$ 51 mil, US$ 10 mil e 12 mil euros. O traficante eacute; um dos uacute;ltimos remanescentes da quadrilha de Nei Machado, s oacute;cio de Fernandinho Beira Mar. Pingo eacute; tamb eacute;m um dos principais fornecedores de maconha e coca iacute;na para o Rio Grande do Sul.

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