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Política

Cleci Loffi elenca 8 metas à frente do Conselho dos Municípios Lindeiros

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Maria Cristina Kunzler/OP

Parte da nova diretoria e novo Conselho Fiscal para o biênio 2017/2018

A expectativa era de que pudesse haver disputa pela presidência do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu. De um lado a prefeita de Mercedes, Cleci Loffi, e de outro o prefeito de Entre Rios do Oeste, Jones Heiden. Dois gestores públicos que comandam cidades que podem ser consideradas coirmãs, já que foram emancipadas de Marechal Cândido Rondon em um processo conjunto no início da década de 1990.

Contudo, até devido a alguns projetos profissionais de sua empresa, Heiden abriu mão de qualquer bate-chapa e optou em não integrar a diretoria executiva da entidade, compondo como suplente o Conselho Fiscal. Desta forma, Cleci Loffi foi eleita por aclamação e empossada na sequência presidente dos Lindeiros em assembleia realizada na terça-feira (31), em Santa Helena.

Quem estará ao seu lado no comando do Conselho é o prefeito de Santa Helena, Airton Copatti, escolhido como vice-presidente. Fazem parte ainda da nova diretoria o presidente da Associação Comercial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar), Paulo Rodrigo Coppetti, na função de secretário; presidente da Associação Comercial de Guaíra (Aciag), Walter Fabiano dos Santos, como vice-secretário; Edson Wamms, vereador de Santa Helena, como tesoureiro; e Gildo Amaral, presidente da Câmara de Mundo Novo (MS), como vice-tesoureiro.

O Conselho Fiscal passa a ter como membros titulares Gilberto Salvador (prefeito de São José das Palmeiras), Amauri Welter (presidente da Associação Comercial de Missal) e Flávio Prigol (presidente da Câmara de Vereadores de Pato Bragado). Além de Heiden, o outro suplente é o prefeito de Pato Bragado, Leomar Rohden (Mano).

O Conselho dos Lindeiros é formado por 16 municípios banhados pelo Lago de Itaipu – Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Itaipulândia, Marechal Cândido Rondon, Medianeira, Mercedes, Missal, Mundo Novo (MS), Pato Bragado, Santa Helena, Santa Terezinha de Itaipu, São José das Palmeiras, São Miguel do Iguaçu e Terra Roxa -, atingindo uma população estimada em aproximadamente 400 mil pessoas. Que a gente termine esta gestão com a mesma motivação que estamos começando. Temos muito serviço à frente dos Lindeiros e o que quero de todos é a sensibilidade no sentido de haver diálogo, pois acho que poucos conhecem a potência desta entidade, disse Cleci em seu discurso de posse.

Na presença do diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, ela destacou a importância da usina como parceira indiscutível e número um da entidade. Precisamos trabalhar mais fortemente isso. Em razão disso torcemos muito pela permanência desta diretoria. A Itaipu sempre esteve de portas abertas para nós. Às vezes as mudanças são boas, mas às vezes nos preocupam. Não podemos dizer como será a Itaipu nos próximos anos, mas tememos porque ela vem de um crescimento e um sucesso muito grande, expôs a nova dirigente, em referência às notícias de que o presidente Michel Temer pode nomear a qualquer momento novos nomes para compor a diretoria da Itaipu.

 

Royalties

Durante a assembleia Cleci elencou oito metas que estabeleceu em sua gestão. A principal delas envolve um trabalho para que os royalties que os 16 municípios recebem pelo alagamento de terras para formação do reservatório de Itaipu não acabem em 2023, como previsto no tratado da usina.

Vivemos uma realidade em que possivelmente vamos conseguir sobrevier sem os royalties após 2023, mas quem vai pagar o preço disso é a população, pois criamos programas e desenvolvemos trabalhos diferenciados nos municípios lindeiros. A partir de 2023, a princípio, encerra-se esse ciclo. São seis anos e precisamos começar desde já a luta para pensar na permanência a partir dali. Essa gestão não conseguirá resolver todos os problemas, de forma alguma, mas vamos elencar as metas e o que conquistarmos parabéns aos 16 municípios. Vamos plantar uma sementinha, declarou.

 

Turismo

A área de turismo é outra que a nova presidente dos Lindeiros garantiu ser uma prioridade. O que ouvi neste período como integrante das gestões dos Lindeiros são os prefeitos dizendo que os municípios que têm as praias artificiais não estão conseguindo manter a estrutura, pois o custo é muito alto. Enquanto Lindeiros precisamos sentar e conversar sobre qual o melhor método de trabalho. Estou disposta, assim como toda diretoria, em desenvolver uma ação neste sentido. Tenho certeza que a Itaipu será nossa parceira também neste projeto, pois são iniciativas que visam incrementar o nosso turismo. Além disso, devemos discutir outras formas de turismo. Vejamos o cicloturismo, que já é um sucesso, exemplificou.

Saúde

Cleci lembrou que há alguns anos foi criado o programa do governo federal chamado Sistema Integrado de Saúde das Fronteiras (SIS Fronteiras), em que todos os municípios lindeiros fizeram um levantamento para ter um diagnóstico das dificuldades e das demandas de pacientes. De acordo com ela, o Ministério da Saúde dispõe esses números. Precisamos nos unir, porque se esses programas não acontecerem passaremos por sérias dificuldades. Precisamos tentar articular para buscar parcerias e ter subsídios para atender a demanda hoje, opina.

 

Índios

Outro ponto destacado em seu discurso envolve a situação indígena na região que, segundo a mandatária, é um assunto que atualmente está na surdina. Muitas pessoas pensam que é um problema que acabou, mas não. Dá medo quando as coisas acabam ficando muito quietas, porque quando vêm, vêm forte. Precisaremos conversar muito sobre isso e buscar alternativas legais para pelo menos resolvermos grande parte deste problema, salienta.

 

Inadimplência

Dos 16 municípios que integram a entidade, apenas dez poderiam compor a nova diretoria. Isto porque seis estão inadimplentes em valores que, somados, chegam a R$ 1 milhão. Além de tentar buscar uma solução para isso, a gestora propôs um debate sobre a cobrança da mensalidade – hoje quem paga são as prefeituras e associações comerciais, deixando as Câmaras de Vereadores isentas. Quero colocar para análise da diretoria a sugestão de não fazer mais a cobrança da mensalidade para as associações comerciais, porque não é um valor tão grande e as associações são grandes parceiras dos Lindeiros. Precisamos trabalhar para fortalecermos ainda mais o Conselho e as associações comerciais têm papel fundamental para nossa entidade, revela.

 

Energias sustentáveis

Cleci mencionou ainda que pretende atuar para que as energias sustentáveis ganhem cada vez mais espaço na região. Ela lembrou que Entre Rios do Oeste possui um sistema de biogás, cujo projeto está sendo colocado em execução, mas frisou que se trata de um sistema caro. Vamos buscar alternativas e tentar abrir essa discussão de forma mais ampla para todos os municípios, para tentarmos viabilizar alguns projetos, recursos ou convênios para trabalharmos energias sustentáveis ou renováveis em todas as cidades de região de fronteira, afirma, complementando: Fizemos uma viagem à Europa justamente para estudar algumas formas de energias sustentáveis. Para nossa realidade o ideal seria a energia solar, que possui um custo mais em conta, mas é um assunto que poderemos discutir entre os 16 municípios.

 

Segurança

Como não poderia deixar de ser, a segurança pública também foi citada como uma meta da nova diretoria. O Lago de Itaipu é importantíssimo, mas também traz consequências negativas e os 16 municípios lindeiros têm as mesmas dificuldades. O Enafron (Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras) destinou recurso para atender apenas municípios acima de 20 mil habitantes com a instalação de câmeras de segurança. É uma luta dos municípios de menor porte para que também sejam contemplados, incluindo toda região de fronteira neste projeto, pois as dificuldades são as mesmas. O descaminho, contrabando, tráfico passam por todos os municípios. Então vamos entrar nesta luta pensando nos municípios com menos de 20 mil habitantes, revelou. A segurança no Lago de Itaipu cabe mais ao governo federal e a nós cabe cobrar. Vamos trabalhar pelos 16 municípios que compõem os Lindeiros, assegurou.

 

Gestão compartilhada

Por fim, Cleci Loffi disse que para fazer uma gestão de sucesso a parceria será fundamental. Elenquei algumas prioridades que percebo e conheço, mas cada município às vezes possui uma particularidade que não sabemos. Por isso, queremos que cada município aponte suas necessidades, conclui.

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