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Política

Ao lado de Temer e investigados, Dodge toma posse e diz que brasileiro “não tolera corrupção”

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Ao lado de autoridades investigadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República), a nova procuradora-geral Raquel Dodge afirmou em seu discurso de posse nesta segunda-feira (18) que o povo brasileiro "não tolera a corrupção" e pediu harmonia entre os Poderes.

O discurso foi feito ao lado do presidente Michel Temer (PMDB), responsável por assinar o ato de posse da nova chefe da Procuradoria, e alvo de denúncia por corrupção apresentada pelo antecessor de Dodge, Rodrigo Janot. Temer também é alvo de uma segunda denúncia por organização criminosa e obstrução de Justiça. Há um terceiro inquérito, também por suspeita de corrupção. Temer nega a prática de crimes.

"Quarenta e um brasileiros assumiram este cargo [procurador-geral]. Alguns em ambiente de paz e muitos sob intensa tempestade. A nenhum faltou a certeza de que o Brasil seguirá em frente, porque o povo mantém a esperança em um país melhor, interessa-se pelo destino da nação, acompanha investigações e julgamentos, não tolera a corrupção e não só espera, mas também cobra resultados", afirmou Dodge.

Também compunham a mesa da cerimônia de posse o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ambos são alvo de inquéritos no STF abertos a partir da delação da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. Eles negam qualquer prática ilegal.

Janot não compareceu à cerimônia. Por meio de sua assessoria ele informou que não foi convidado. A assessoria de Dodge informou que o convite foi enviado por e-mail.

Ao se referir a corrupção, Raquel Dodge citou uma frase do papa Francisco: "A corrupção não é um ato, mas uma condição, um estado pessoal e social, no qual a pessoa se habitua a viver". Em seguida, afirmou que é necessário "coragem" do Ministério Público para "zelar pelo bem comum".

"O país passa por um momento de depuração", afirmou. "Os órgãos do sistema de administração de Justiça têm no respeito e harmonia entre as instituições a pedra angular que equilibra a relação necessária para se fazer justiça em cada caso concreto", disse.

A nova procuradora-geral também afirmou que cabe ao Ministério Público defender a democracia, os direitos humanos e o meio ambiente. "E garantir que ninguém esteja acima da lei e ninguém esteja abaixo da lei", disse.

Com informações UOL

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