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Deputados da região esperam ano bastante produtivo

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Arquivo/OP
Parlamentares enaltecem a necessidade de reformas, considerando que as demandas por parte da sociedade crescem cada vez mais. Eles acreditam em um período de tranquilidade na Assembleia, uma vez que os projetos polêmicos já foram tratados

 

Após o fim do recesso parlamentar de final de ano, os deputados estaduais do Paraná voltaram às atividades na quarta-feira (1º), com a posse da nova mesa executiva que comandará a Assembleia Legislativa de fevereiro de 2017 a 31 de janeiro de 2019. Já as sessões plenárias serão retomadas na segunda-feira (06).

Para parlamentares que representam a região Oeste junto ao Legislativo Estadual, 2017 será um ano de muito trabalho. Em entrevista à reportagem de O Presente, Ademir Bier (PMDB), Elio Rusch (DEM) e José Carlos Schiavinato (PP) falam sobre a expectativa para o recomeço dos trabalhos legislativos, sobre o que pensam das reformas em pauta no cenário nacional e sobre as preocupações diante da realidade em que vive o país.

Bier diz que as expectativas para este período legislativo são muito boas, a considerar que o Brasil vive o encaminhamento de uma série de reformas. O país vive um momento diferenciado e importante, com uma série de reformas necessárias sendo encaminhadas nesse momento para o bem dos brasileiros, avalia. Segundo ele, qualquer reforma que for aprovada em Brasília terá reflexo nos Estados e municípios. Tanto as esferas estaduais quanto as municipais terão que se adequar a uma nova realidade, diz, acrescentando que a sociedade está cansada de fazer a sua parte enquanto o governo não faz a sua. Agora temos a expectativa de reformas que virão com toda a certeza e nós, enquanto deputados, sabemos da nossa responsabilidade neste sentido, pontua.

 

MEDIDAS URGENTES

Para Rusch, não há mais como adiar a adoção de certas medidas. As demandas crescem cada vez mais por parte da sociedade, seja na área social, seja na área da saúde ou outros setores. E onde a população vai em primeiro lugar? Nas prefeituras. Depois recorre ao Estado e depois ao governo federal, que já não sabe mais de onde tirar dinheiro. Tanto é que o déficit do governo federal vai fechar em mais de R$ 150 bilhões. E por que chegamos nessa realidade? Porque no passado não foram feitos os ajustes necessários. Então, os governos que não tomarem medidas urgentes tanto na área administrativa quanto na previdenciária daqui a pouco serão meros gerentes de uma folha de pagamento. Não vai mais haver dinheiro para investimento. Ou os gestores fazem algo ou irão acabar numa realidade como a do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, alerta.

Na visão do parlamentar, 2017 não vai ser um ano fácil, tendo em vista a situação econômica do país. No Paraná felizmente no passado fizemos o ajuste fiscal, o dever de casa, e o tempo mostrou que estávamos certos. Hoje, dentro da nossa Federação, temos o Estado que oferece as melhores condições, frisa. Ele diz que há mais ajustes a serem feitos no Paraná, alguns pelo próprio Executivo e outros via Legislativo, pois precisam virar lei. No entanto, comenta, não se sabe se o governo estadual vai enviar algum projeto neste sentido em breve.

 

ANO PRODUTIVO

Schiavinato acredita que será um ano bastante produtivo para o Paraná em função do reajuste fiscal. Teremos a oportunidade de propor alguns projetos de leis para cuidar de todo o paranaense e com mais facilidade pela situação financeira melhor. Vamos poder rever a condição de destinar mais recursos aos municípios e um apoio maior do Estado, menciona.

Conforme o parlamentar, a previsão é de um período de tranquilidade na Assembleia. Os projetos polêmicos já foram tratados. A tendência agora é continuar realinhando o Estado e trabalhar para que os recursos públicos sejam cada vez melhor investidos e que a gente tenha um custo-benefício melhor em prol do cidadão que paga o seu tributo, comenta.

Na opinião do deputado, as reformas colocadas em pauta em nível federal são necessárias e no Paraná tais reformas também terão que ser feitas tanto no Estado quanto nas prefeituras. A conta pública hoje é impagável. O sonho de todo brasileiro é trabalhar no serviço público e isso não está certo. É preciso rever a questão salarial do sistema público. O funcionalismo público tem salários altíssimos, dificílimos de serem pagos. É preciso fazer uma análise de custo-benefício. Tem que fazer um comparativo com a iniciativa privada. Não existe mais onde se buscar dinheiro para pagar o serviço público, frisa.

O pepista destaca que o Parlamento precisa sempre estar atento às necessidades de mudanças para que a sociedade receba benefícios e não seja penalizada por excessos do serviço público.

 

MUNICÍPIOS

Tanto Bier quanto Rusch e Schiavinato pretendem continuar atuando ativamente, neste ano legislativo, em prol dos municípios que representam.

Sei da responsabilidade que temos com Marechal Rondon e toda a região. Estamos à disposição das administrações municipais, dos prefeitos, como grandes parceiros e para fazer tudo aquilo que estiver ao nosso alcance. O trabalho do deputado não é só levar recursos, vai muito além disso, e vou continuar empenhado trabalhando para muito bem representar o povo, ressalta Bier. Depois de atuar por quatro anos como 2º secretário na mesa executiva da Assembleia, o peemedebista diz que a partir de agora vai se dedicar exclusivamente ao mandato. Trabalhamos nos últimos quatro anos em favor das reformas necessárias na Assembleia. Houve avanços extraordinários; abrimos as portas para a população. Com certeza, entregamos uma Assembleia muito diferente da que assumimos, considera.

PREFEITURAS

Schiavinato, que na quarta-feira assumiu pela segunda vez a 4ª secretaria da Assembleia, faz um alerta aos prefeitos. Ele entende que os gestores precisam reorganizar suas prefeituras de acordo com a nova realidade do Brasil, e o Estado deve procurar ajudar. A repatriação de recursos que aconteceu no último dia de 2016 e a liberação de uma cota extra do ICMS, em janeiro, deu uma tranquilidade aos administradores públicos municipais do Paraná. Mas isso acabou. Os prefeitos terão que administrar de acordo com os orçamentos que foram deixados por seus antecessores. É preciso diminuir drasticamente as despesas das prefeituras. Quero ajudar os prefeitos a entender como isso deve ser feito. Precisamos de administrações mais coerentes, que administrem tanto a folha quanto a saúde e a educação, mas também proporcionem mais benefícios à sociedade e ao homem do campo que produz como ninguém no Oeste do Paraná, enfatiza.

 

PREOCUPAÇÃO

Rusch manifesta preocupação com a queda da receita de forma geral. Se o comércio não vende, a indústria não produz. Se a indústria não produz, gera desemprego. É uma cadeia produtiva e de negócios que acaba comprometida. Precisamos pensar que o mundo não termina na nossa geração. Precisamos pensar no futuro. É preciso deixar o país, o Estado e os municípios em boas condições. Cada administrador e cada legislador tem que ter consciência do seu papel e de suas responsabilidades. Não podem pensar somente nos seus mandatos, ressalta.

O democrata diz que não vai fugir de suas responsabilidades. O Paraná vai continuar pelo resto da vida, nós é que somos meros passageiros, por isso cada legislador tem a responsabilidade de não olhar somente para o hoje, mas também para o futuro. Se há necessidade de tomar medidas amargas, não podemos virar as costas. É o comprometimento de hoje que vai dar sobrevivência amanhã às administrações públicas nos três níveis, enfatiza, acrescentando: Temos que buscar cada vez mais a parceria entre o público e o privado porque quem gera renda, emprego e impostos não é o Estado, e sim o setor privado. Temos que ver no empresário um parceiro para desenvolver economicamente o país, os Estados e os municípios, finaliza.

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