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Estou contente por executar obras impactantes ao município, diz Cleci Loffi

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Joni Lang/OP

Prefeita reeleita de Mercedes, Cleci Loffi (PMDB): Os desafios foram, sem dúvida, financeiros com relação a receber recursos de projetos que buscamos junto ao governo estadual e governo federal

 

Prefeita reeleita para comandar o município de Mercedes na gestão 2017/2020, Cleci Loffi (PMDB) concedeu entrevista ao Jornal O Presente nesta semana. A peemedebista destacou as inúmeras ações, bem como avaliou o atual mandato tendo como vice Vilson Martins (PT).

A mandatária também enalteceu se sentir lisonjeada por quebrar uma hegemonia existente de que cada grupo político não permaneceria mais do que dois mandatos no poder, conseguindo o feito de que a coligação encabeçada pelo PMDB esteja à frente do Executivo ao menos por 16 anos.

Cleci foi reconduzida ao cargo ao lado do atual vereador e vice-prefeito eleito Edson Schug (PMDB). Segundo ela, o resultado acirrado da eleição acende um sinal de alerta de que a comunidade está mais atenta na política, contudo discorda de que a oposição esteja se reaglutinando. Nesta fase de diálogos para anunciar a equipe de governo e fechar questão para eleger a presidência da Câmara, Cleci revelou que Schug assumirá a Secretaria de Saúde e que o vereador Marcelo Eninger, do PSC, deve ser conduzido à presidência da Casa de Leis. Confira.

 

O Presente (OP): A senhora se aproxima da reta final de sua primeira gestão como prefeita. De que maneira avalia seu mandato e a experiência em ser gestora pública?

Cleci Loffi (CL): Ser prefeito hoje não está fácil. Isso está visível, pois o setor político passa por um momento delicado no qual as pessoas estão desacreditadas, tanto na política quanto nos políticos. Sempre usei esse termo e continuo dizendo: eu não me vejo política, eu me vejo uma pessoa que hoje foi escolhida pelo povo para administrar o município de Mercedes. Eu tento olhar de uma forma para poder atender a coletividade, o maior número de pessoas. Por isso que no fim desta gestão eu saio tranquila e com a sensação do nosso dever cumprido. Falhamos, sem dúvida, porque não somente eu como todos os prefeitos da nossa região viveram uma fase muito complicada, uma fase de altos e baixos no governo federal. A economia do país teve oscilações quase que inexplicáveis e tudo isso reflete diretamente na administração dos municípios, pois todos sabem que dependemos do governo estadual, do governo federal e dos impostos gerados pela indústria e pelo comércio. Foi um ano complicado e uma gestão complicada. Eu finalizo esses quatro anos olhando para trás contente com o resultado, porque fizemos várias obras e fizemos obras impactantes para o nosso município. Eu tenho certeza de que foi um governo e uma gestão de obras.

 

OP: O que a senhora destacaria como principais desafios?

CL: Superar as dificuldades citadas, porque todos os municípios precisaram trabalhar mais enxutos e com os pés no chão, não acreditando muito em promessas de nenhum governo, pois foi demonstrado que os municípios sofreram. Os desafios foram, sem dúvida, financeiros com relação a receber recursos de projetos que a gente buscou junto ao Governo do Estado e governo federal, mesmo porque as dificuldades enfrentadas no país inteiro vieram como uma bola de neve. A dificuldade do governo federal refletiu no Estado e, mais do que nunca, atingiu os municípios. Então foi uma gestão de muita cautela. Tivemos que trabalhar com recursos do município e torcemos para que as coisas melhorassem nos governos estadual e federal para terminar as obras iniciadas. Aqui em Mercedes isso foi visível. Iniciamos várias obras com recursos estaduais e federais, porém poucas delas conseguimos finalizar; as obras com recursos próprios nós finalizamos. Os pagamentos de obras dos outros governos vêm normalizando, sendo que algumas vamos concluir, mas outras ficam pendentes para a próxima gestão.

 

OP: Quais as principais ações que a senhora enaltece como importantes para Mercedes?

CL: A ação número um é a revitalização da Avenida João XXIII, porque Mercedes é um município respeitado pelos nossos moradores e mesmo da região pelo crescimento e potencialidade. A nossa administração propôs dar um aspecto de cidade que está evoluindo, que está crescendo financeiramente e na parte estrutural. Investimos aproximadamente R$ 1,7 milhão e nos próximos dias haverá a inauguração. A obra número dois é o sistema de água, pois vínhamos sofrendo há mais de 40 anos aqui no município. Procuramos o governo federal, através da Funasa (Fundação Nacional da Saúde), elaboramos o projeto e fomos atendidos, sendo que agora falta executar 8% da obra. Tivemos a felicidade esta semana de receber mais 30% do valor, então só falta mais 20%, o que significa em torno de

R$ 308 mil para o município ter recebido 100% do valor. Nossos moradores e consumidores vão usar uma água que vem de um poço artesiano garantindo qualidade. A sede municipal está 100% pavimentada, sendo quase a totalidade com asfalto. Isto porque temos a usina e fizemos a camada asfáltica sobre a pedra irregular. A Vila Três Irmãs está praticamente toda asfaltada, em Arroio Guaçu o que não está asfaltado conta com pavimentação poliédrica. Em São Marcos foi finalizada a pavimentação poliédrica e em Novo Rio do Sul vamos para a segunda etapa. Todas as outras vias estão pavimentadas com solo-brita, então tivemos atenção especial na cidade e no interior para oferecer estradas com boas condições de trafegabilidade. Adquirimos maquinários e renovamos para poder atender ainda mais a nossa população. Fizemos o lago municipal que foi dividido em três etapas, agora finalizamos a primeira, dando condição das pessoas usarem aquela estrutura para momentos de lazer e caminhada. Investimentos na agricultura com repasse de tratores e implementos às associações. Na educação houve a inauguração da creche que atende 90 crianças e já buscamos ampliação, porque com o número de gestantes e crianças, além da aprovação pela qualidade oferecida, muitas mães estão procurando este espaço para matricular seus filhos. A nossa saúde foi eleita a melhor entre os 42 municípios do Oeste. Tivemos uma avaliação realizada pelo Estado e Ministério da Saúde para receber o selo bronze, deixando a nossa saúde ainda mais evidenciada. Nesta sexta-feira (hoje, 16) é apresentado o resultado final sobre se receberemos ou não este certificado. Isso demonstra a qualidade do ensino, da estrutura e dos profissionais.

 

OP: O que acabou não sendo realizado e por quê?

CL: São dois os fatores pelos quais eu saio da gestão frustrada. O primeiro é habitação, em que assinamos um convênio com o governo federal e Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) para edificar 23 casas urbanas, mas infelizmente por falta de recursos, não do município, a construção não aconteceu. Também tem as 20 casas rurais que eu defendo muito, pois já fomos contemplados com 15 e vimos o resultado positivo. A Cohapar diz que o projeto vai voltar e as 20 casas estão garantidas, mas eu não gostaria de jogar isso para frente. Outro problema é a geração de empregos. Pelos altos e baixos da economia, a geração de empregos influencia diretamente no município e eu me sinto um pouco frustrada em relação a isso, pois gostaria de ter criado mais oportunidades no município e microrregião.

 

OP: O atraso no recebimento dos royalties de Itaipu deve impactar o fechamento das contas?

CL: Com certeza. Imaginando que este fim de 2016 não seria bom e que 2017 também não deve ser bom financeiramente, no decorrer deste ano trabalhamos com mais cuidado, deixando uma reserva para termos condição de iniciar o próximo mandato com os pés bem firmes. Porém, infelizmente, o atraso nos royalties nos obrigou a utilizar esses recursos livres que foram guardados para manter as contas do município em dia. Isso é frustrante. Existe a expectativa de ser votado ainda este ano (o projeto de suplementação para que o governo federal retome o pagamento), mas você tem uma forma de usar quase que exclusiva, enquanto que os recursos livres já estão sendo comprometidos neste ano. Vamos fechar o ano com as nossas contas no azul, porém frustrados porque mudou um pouco o que havíamos planejado. Começaríamos algumas obras, mas vamos precisar adiar por essa dúvida da vinda ou não dos royalties correspondentes aos meses de outubro e novembro, que estão atrasados, e dezembro que a data para receber seria 19 (segunda-feira).

 

OP: Na sua visão o resultado da eleição municipal, bem acirrado, fortaleceu a oposição e que consequências isso pode representar em seu governo?

CL: Eu penso que a eleição foi uma demonstração do que realmente as pessoas analisam, pensam ou ouvem. Eu acredito que muitas pessoas foram um pouco pelo embalo do tem que mudar, das dificuldades financeiras nos governos estadual e federal. A nossa aprovação durante o período foi de 81%, então considero difícil você ter 81% de aprovação de governo durante três anos e meio, chegar na eleição e somar uma votação de 51%. Isso realmente faz com que a gente analise vários fatores. Hoje a sensação de mudança está instigada na mente das pessoas. Elas querem mudar para ver o que vai acontecer. Eu lamento isso, pois vejo que deve mudar onde há um governo ruim, com desaprovação, corrupção é má gestão, mas não em um governo em que os resultados mostram justamente o contrário. Vamos sair sem deixar nenhuma mancha no nosso governo, no qual tivemos nota 10 em transparência pelo Tribunal e Ministério Público Federal (MPF). Isso serve como sinal para rever fatores e com certeza o nosso grupo vem conversando bastante sobre isso. Porém, não acredito que seja o fortalecimento da oposição. Eu acredito que seja um descontentamento do povo brasileiro em relação à política, porque não foi só no município de Mercedes. Conversando com os prefeitos no encontro que teve em Brasília, foi quase unanimidade o desejo das pessoas pela mudança. E essa mudança refletiu diretamente nas urnas.

 

OP: O momento é de formação de equipe visando o próximo mandato. Há nomes já definidos? Haverá mudanças?

CL: Com certeza as mudanças terão que ocorrer. Isso é uma coisa certa e estamos conversando muito sobre este assunto. Estamos na metade do mês de dezembro, então uma decisão que eu e o novo vice Edson Schug tomamos é de que não vamos mudar todas as secretarias no mês de dezembro. Como estaremos com férias coletivas a partir de segunda-feira e retornaremos somente em 18 de janeiro, optamos por manter alguns secretários até 31 de janeiro para daí apenas ocorrer estas mudanças, porque considero mais fácil um futuro secretário entrar em fevereiro com uma equipe reduzida. Decidimos de na grande parte das secretarias realizar essas mudanças somente a partir de 1º de fevereiro.

 

OP: Qual será o papel do vice-prefeito eleito Edson Schug na administração, ele que foi secretário por um período no atual mandato?

CL: Estávamos conversando sobre isso segunda-feira (12) e ele disse que não pretende ser apenas um vice. Ele deseja ser participativo no governo, portanto o Edson vai assumir uma secretaria. Esta é a única que até o momento já está definida. Ele optou em assumir a Saúde pelo fato de se identificar com a equipe, com o trabalho, além de ser uma das secretarias mais evidenciadas no município e com bons números. Isso mostrou o interesse dele até pela capacidade de administrar e continuar este trabalho em alta. Ele pretende estar me ajudando em todas as outras secretarias para podermos trabalhar e tomar as decisões em conjunto.

 

OP: O que a senhora aponta como principais metas ao segundo mandato?

CL: No dia 31 encerra uma gestão, já a partir de 1º de janeiro será uma gestão com novo governo, obras e novos objetivos. Tentamos ouvir bastante os nossos agricultores e moradores da cidade para elaborar um plano de governo possível de executar na próxima gestão. Na agricultura faremos uma proposta diferenciada sobre a descentralização dos tratores, na qual o município vai oferecer subsídio às associações para fortalecê-las, além do repasse de mais equipamentos para cada uma. O solo-brita está mantido, assim como pavimentação poliédrica. Vamos ampliar os incentivos na bacia leiteira e estamos buscando parceria para redirecionar os nossos produtores de peixes, porque é um número grande. Estamos tentando trazer um frigorífico quem sabe até para o município. Nós temos um projeto para Vila Três Irmãs, onde ampliaremos o colégio que tem estrutura utilizada pela rede municipal e estadual, bem como faremos melhorias no ginásio de esportes com a construção de novas arquibancadas. Trabalharemos na área de lazer do Arroio Guaçu, pois temos encaminhamento do projeto das melhorias. Aqui na cidade destacamos a busca de recursos para construir a rodoviária. Não temos definido local e nem o ano em que vai ocorrer, pois desejamos atender um pedido dos nossos moradores, mas dentro da realidade local e imaginando o número de usuários do transporte coletivo. Estamos buscando recursos para criar mais espaços para as nossas crianças, através de uma parceria com o Conselho da Criança e do Adolescente para abrir e oferecer mais atividades, tirando os nossos jovens e adolescentes da rua. Na comunidade de Novo Rio do Sul temos a edificação de um espaço do centro de eventos. Vamos iniciar em 2017 a busca para no mais tardar em 2018 ter a área comprada e partir ao segundo passo, que é a busca de recursos para a edificação do centro de eventos do município. Além disso, há a renovação da frota. A nossa agricultura é muito forte e múltipla, então devemos investir no parque de máquinas.

 

OP: O vereador Marcelo Eninger está com sua candidatura definida para ser, ao que tudo indica, conduzido à presidência da Câmara. O processo de escolha do nome dele ocorreu dentro de um consenso no grupo?

CL: Eu tento não interferir na Câmara, mas enquanto prefeita e filiada ao PMDB, sigla que elegeu quatro vereadores, ouvi e conversei com essas lideranças. Os vereadores eleitos pediram sugestão para mim e para o Edson, sendo o nome do Marcelo o mais evidenciado. É grande a possibilidade de ser o nome, até porque a gente depende de uma votação que ainda vai ocorrer. Sou favorável, a nossa lei prevê uma eleição a cada dois anos, além do mais sempre defendi a bandeira de que os vereadores teriam que cada um ter dois anos para mostrar um pouco do seu trabalho na presidência. O nome do momento realmente é o do vereador Marcelo.

 

OP: A senhora se mantém de fora da disputa pela presidência do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu?

CL: A reunião acontece nesta sexta-feira (hoje, dia 16), conversamos mais vezes sobre isso e a minha opinião continua a mesma, de que não. Agora existe uma busca desenfreada por nomes para todos os cargos nos Lindeiros, Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste/PR), Ciscopar (Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná) e Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), que é uma das únicas com probabilidade de ter disputa, porque no restante as pessoas estão se esquivando de assumir a presidência. Eu mantenho a minha decisão tomada lá atrás de que não tenho pretensão nenhuma de assumir os Lindeiros. Desejo muito conversar com todos, principalmente os prefeitos reeleitos, pois tenho o objetivo enquanto prefeita de Mercedes de começar desde agora a luta pela permanência dos royalties às prefeituras lindeiras a partir de 2023. Quem se sentar conosco, disser usar esta camisa e defender esta bandeira terá o meu apoio, e nós vamos trabalhar juntos em defesa desse objetivo, entre outros.

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