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Foi um período melhor do que esperava, enaltece João Laufer sobre os 100 dias de governo

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Maria Cristina Kunzler/OP
Prefeito de Quatro Pontes, João Laufer: Nossos vereadores são todos de situação. Vejo que hoje não tenho oposição na Câmara

Após quatro mandatos consecutivos na Câmara de Vereadores, João Laufer (PMDB) completou nesta semana os primeiros 100 dias de sua gestão como prefeito de Quatro Pontes. Embora ainda no início de governo, ele enaltece que já foi possível obter conquistas, dentre as quais a confirmação de que a cidade foi contemplada com a construção de 50 casas populares.

Além disso, está em negociação com um hospital mais próximo do município a realização de um convênio para que os pacientes sejam encaminhados para atendimento médico, em vez de ocorrer o deslocamento até Assis Chateaubriand. Se a parceria for concretizada, a novidade pode ser anunciada entre hoje (13) e o início da próxima semana.

Em entrevista ao Jornal O Presente, Laufer faz uma breve avaliação do começo do mandato, reafirma que hoje não pensa em reeleição e enaltece que o diálogo mantido com a Câmara de Vereadores tem contribuído para que o clima hostil que marcou o mandato passado tenha ficado para trás. O momento agora é de tranquilidade, frisa o gestor. Confira.

 

O Presente (OP): O senhor completou 100 dias de governo. Qual avaliação faz deste começo de mandato?

João Laufer (JL): Foi um período melhor do que esperava. Nossa equipe de trabalho é muito boa e todos estão empenhados para que o município de Quatro Pontes cresça. Então a avaliação que faço destes 100 dias é altamente positiva.

 

OP: O fato de ter recebido o relatório de transição incompleto dificultou o início da gestão?

JL: O começo foi um pouco complicado, justamente por não termos recebido de forma completa o relatório de transição. Depois tivemos o fechamento do patrimônio, o que demorou um pouco para acontecer. De qualquer forma o que posso dizer de antemão é que está tudo em dia.

 

OP: O senhor encontrou mais dificuldades do que esperava ou o trabalho tem ocorrido dentro do planejado?

JL: Está dentro do que esperávamos, até porque como venho da Câmara (onde exerceu quatro mandatos consecutivos) e já estive à frente de uma secretaria (Saúde), tínhamos uma experiência em gestão pública. Isso tudo ajudou. A comunidade pode ficar tranquila que o município de Quatro Pontes está sendo bem representado na prefeitura, pois a experiência no Legislativo contribuiu muito e nestes 100 dias já mostramos à população o trabalho que estamos realizando.

 

OP: O que o senhor enalteceria em relação ao que tem lhe agradado neste início de gestão?

JL: Uma das coisas que mais me agradou foi a programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher, em que houve uma apresentação, e a conquista de 50 casas populares para a comunidade. Há vários anos o município não era mais contemplado em um programa da Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) e fomos agraciados com estas unidades habitacionais. Além disso, recebemos a notícia de que Quatro Pontes também receberá dez casas rurais, cujo projeto estava cadastrado há muito tempo e agora foi liberado. Estas conquistas que enaltecem nosso trabalho.

 

OP: As viagens a Curitiba e Brasília estão resultando em boas expectativas? Já é possível adiantar eventuais conquistas?

JL: Já temos emendas parlamentares concretizadas, que estão cadastradas e praticamente fechadas. Máquina de silagem para os agricultores, pantaneira, caminhão feira para os produtores de peixe, trator para a comunidade de Linha São José, entre outras conquistas, inclusive R$ 240 mil para a saúde. Hoje, praticamente fechamos perto de R$ 3 milhões de conquistas realizadas.

 

OP: Em relação à equipe de governo, qual análise o senhor faz dos trabalhos? Está satisfeito com a atuação de cada um dentro de sua respectiva pasta?

JL: Muito. Nossa equipe está preocupada com o desenvolvimento de Quatro Pontes e os secretários são fantásticos. Nem todos são profissionais da área, mas na prática estão mostrando que são bons no setor em que estão atuando.

OP: Durante a campanha o senhor enalteceu propostas na saúde, que é um setor que enfrenta problemas em praticamente todos os municípios brasileiros. Neste início de gestão, o que já tem sido possível fazer para melhorar o atendimento?

JL: Já tivemos várias conquistas. Só no Ciscopar (Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná) passa de quatro mil o número de atendimentos nestes 100 dias, além da entrega de milhares de medicamentos no posto de saúde. Então acredito que estamos fazendo um trabalho muito bom. Só não tínhamos um atendimento ainda melhor porque faltavam dois médicos: o médico da família, cuja profissional que antes atuava neste programa deixou o serviço, mas agora passamos a contar com um novo médico; e o outro médico será chamado (concurso público). Isso significa que será possível ter um médico o dia todo disponível ao atendimento, 40 horas por semana. É uma conquista de muitos, que passa pela Secretaria de Saúde e Câmara de Vereadores, que colaborou para que pudéssemos contratar este profissional.

 

OP: E como estão os trâmites para a reabertura do hospital em Quatro Pontes?

JL: Há pessoas interessadas em reabri-lo. O município não vai abrir o hospital e isso sempre deixei bem claro na campanha. Existe uma equipe interessada nesta instituição hospitalar e, se ela voltar a funcionar, a municipalidade vai contratar os serviços. Enquanto isso, estamos negociando com um hospital mais próximo de Quatro Pontes com o objetivo de firmar um convênio para atendimento aos munícipes, pois até então nossos pacientes são encaminhados a Assis Chateaubriand.

 

OP: O senhor assumiu seu governo com algumas obras inacabadas, dentre as quais a mais visível é a remodelação da Avenida Presidente Epitácio. Como está o processo para a conclusão deste projeto?

JL: Estive recentemente em Brasília para tratar sobre a liberação do restante do recurso, cuja emenda do deputado federal Alfredo Kaefer soma R$ 250 mil. Falei pessoalmente com ele e o problema está na Caixa Econômica Federal, pois o município está com tudo em dia. Com este montante será possível terminar o calçamento. Acredito que o mais breve possível esse valor será liberado. Além disso, futuramente vamos licitar e plantar outras árvores na avenida que proporcionem sombra.

 

OP: Além da conquista das casas da Cohapar, há outros projetos em que o governo está trabalhando e que são demandas antigas da comunidade?

JL: Estamos trabalhando no projeto da capela mortuária, que deve ser construída provavelmente ainda neste ano. Terceirizamos a cultura e este tem sido um setor que nunca recebeu tantos investimentos. Atualmente, estamos atendendo 620 pessoas. Já encaminhamos mais um projeto à Cohapar solicitando outras 50 casas rurais e mais 50 casas urbanas.

 

OP: O senhor é do PMDB. Mesmo assim tem encontrado as portas abertas no Governo do Estado?

JL: Sem dúvida, pois contamos com deputados estaduais que nos representam no governo. Temos hoje parlamentares de todas as bases que nos apoiam. Tenho as portas abertas com todos os deputados, mesmo os de oposição. Tenho certeza que o Governo do Estado não vai fechar as portas para o município.

 

OP: O senhor foi no mandato passado um vereador de oposição, cujo grupo que era maioria foi bastante atuante, sendo que agora, como prefeito, conta com maioria no Legislativo. Tem sido um ponto benéfico para o governo?

JL: Posso dizer que é benéfico porque nossos vereadores são todos de situação. Vejo que hoje não tenho oposição na Câmara. A Casa de Leis, quando critica, faz uma crítica construtiva, o que sempre fazia enquanto vereador. Nunca deixamos de aprovar um projeto na gestão passada, pelo contrário, levávamos mais ideias para o prefeito. No entanto, nossas sugestões nunca foram aceitas. Além disso, não éramos bem-vindos na prefeitura. Hoje a situação é ao contrário, pois quando recebemos um pedido que é voltado ao bem da comunidade nós aceitamos. Todos estão preocupados com o desenvolvimento de Quatro Pontes, e não com a política.

 

OP: Aquele clima hostil entre Executivo e Legislativo e os debates acirrados que marcaram o mandato passado acabaram?

JL: Sem dúvida, pois o momento agora é de tranquilidade. Nosso trabalho está sendo feito em cima do diálogo, algo que quase não existiu na gestão passada. Com diálogo fica bem mais fácil administrar.

 

OP: Quais os desafios em manter o grupo unido diante de tantos nomes experientes que possui?

JL: Acredito que seja o diálogo. O diálogo que nos leva a conseguir manter o grupo unido, pois se temos divergências conversamos muito para chegar a um entendimento. Estou conseguindo conversar com todos e penso que desta forma conseguimos resolver os problemas. Mas digo que quem não quiser que o município cresça não ficará junto com este grupo tão bom que nós temos. A maioria dos companheiros quer ver Quatro Pontes se desenvolver.

 

OP: O senhor declarou na campanha que, se eleito, não pretendia disputar a reeleição. Com 100 dias de governo já reavaliou essa ideia?

JL: Nem pensei nisso ainda, pois precisamos lembrar que existem outros companheiros que estão conosco e que têm um futuro brilhante na política, pois fazem um bom trabalho. No futuro vamos avaliar, mas provavelmente não vou disputar a reeleição.

 

OP: Como fazer a coligação permanecer em harmonia se o senhor avalia a possibilidade de não disputar a reeleição, o que naturalmente faz com que haja disputas internas de olho em uma indicação futura de candidatura à majoritária?

JL: O grupo precisa saber que quem estiver melhor na pesquisa e com menor rejeição será o candidato. Isso sempre foi dito na eleição que disputei, ano passado. Assim foi conduzido o processo e saímos vitoriosos. A pesquisa é, por vezes, melhor do que uma discussão interna no partido.

 

OP: Embora ainda esteja bem no início do mandato, mas o senhor avalia que já existem alguns nomes que hoje despontam em uma eventual indicação?

JL: Vejo muitos nomes que despontam, mas não posso dizer hoje ainda quem seria o futuro candidato a prefeito ideal. Isso vamos analisar mais na frente com base em pesquisas.

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