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Quero continuar fazendo de Maripá um grande canteiro de obras, diz prefeito

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Prefeito de Maripá, Anderson Bento Maria: Consegui dividir os investimentos para todas as secretarias e deu certo. Por isso o contentamento da população. Se eu tivesse focado só no interior talvez eu não teria a aprovação da população que mora na cidade

 

Fazer o segundo mandato melhor do que o primeiro. Esta é a meta do prefeito de Maripá, Anderson Bento Maria (PPS), reeleito no ano passado com 72% dos votos. Ser reeleito com 72% no faz ter uma responsabilidade maior. As pessoas falam que no segundo mandato o prefeito acaba se acomodando, e eu não quero isso. Tenho a preocupação de fazer um segundo mandato melhor que o primeiro, enaltece.

Anderson pretende administrar o município distribuindo investimentos de forma equilibrada na sede e no interior. Vou manter meu trabalho diversificando. Se as receitas me permitirem, quero levar investimentos para todos os setores, ressalta.

Em entrevista ao O Presente o prefeito falou ainda sobre obras que pretende começar a executar ainda no primeiro semestre do ano, sobre a decisão de manter toda a sua equipe de secretários e a relação almejada com a Câmara de Vereadores. Ele também anunciou a sua candidatura à presidência da Amop. Confira.

 

O Presente (OP): Como estão sendo os trabalhos neste início de novo mandato?

Anderson Bento Maria (ABM): O primeiro mês é sempre mais parado porque a maioria dos servidores está de férias. Estamos aguardando a maioria voltar, em fevereiro, para daí, sim, começar os trabalhos para valer. Ainda assim, as coisas estão acontecendo, mesmo que com a equipe reduzida.

Comecei o ano entusiasmado, pois há um saldo positivo em caixa, as coisas estão todas organizadas e estamos por dentro de tudo que está ocorrendo. É diferente de assumir uma gestão pela primeira vez, quando você precisa de pelo menos seis meses de adaptação. Agora não temos isso, e queremos começar este segundo mandato com o pé direito.

Como 2016 era ano eleitoral, e muitas coisas não acontecem e outras ficam travadas nesse período, trabalhamos muito nos bastidores elaborando vários projetos. Agora queremos colocá-los em prática. Quero continuar fazendo dessa cidade um grande canteiro de obras. Não vou seguir o discurso de que devemos começar devagar porque o país está em crise. Pretendo continuar no mesmo ritmo do meu primeiro mandato, fazendo os investimentos acontecerem ao longo dos quatro anos de uma forma equilibrada, na cidade e no interior.

 

OP: Como é assumir a prefeitura após ser reeleito com 72% dos votos? Esta votação expressiva traz um peso diferente para esta nova gestão?

ABM: Com certeza. Traz uma responsabilidade maior. Em primeiro lugar fico feliz com o reconhecimento de ser o primeiro prefeito reeleito da cidade com a maior votação nestas sete eleições que o município já teve. É motivo de muito orgulho. Entendo que a população compreendeu a nossa mensagem, o nosso propósito de trabalho. Fizemos no primeiro mandato um trabalho diferenciado, uma gestão empreendedora e comprometida, tendo ao lado uma equipe com muita vontade de fazer o melhor para a nossa cidade. Isso proporcionou, ao longo desses quatro anos, aumentar ainda mais a credibilidade perante a população. E agora, ser reeleito com 72% tem, sim, um peso maior. As pessoas falam que no segundo mandato o prefeito acaba se acomodando, e eu não quero isso. Tenho a preocupação de fazer um segundo mandato melhor que o primeiro, por isso comecei a todo o vapor.

 

OP: O que os maripaenses podem esperar do segundo mandato do Anderson e do Elizeu Spagnol?

ABM:No primeiro mandato levamos os investimentos para todas as localidades. Conseguimos distribuir os investimentos de uma forma bastante equilibrada na sede e no interior. Procurei honrar a minha palavra com os compromissos que eu assumi durante o processo eleitoral e cumpri quase todos, e assim quero fazer no meu segundo mandato também. É isso que as pessoas podem esperar.

 

OP: Qual foi o foco da sua primeira gestão e qual será o foco da segunda? O que esperar de novo e diferente?

ABM: Não tive um foco específico na minha primeira gestão. Eu tive alguns diferenciais. Por exemplo, a revitalização das avenidas. Conseguimos mudar a cara da nossa cidade, que ficou mais bonita e organizada. Com isso, motivamos as pessoas a melhorarem as fachadas das suas empresas. Também trouxemos o campus da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e implantamos o pronto atendimento 24 horas, que foi um desafio. Fizemos, ainda, bastante asfalto na cidade e calçamento nas estradas do interior, nas principais vias de escoamento.

No segundo mandato eu quero deixar a sede e os distritos 100% pavimentados. Todas as ruas serão pavimentadas. Quero começar a ligar as comunidades do interior com calçamento. Também pretendo dar continuidade às questões da saúde. Não é só construir o pronto atendimento e colocá-lo em funcionamento, há uma responsabilidade maior para tocar isso ao longo dos próximos quatro anos, pois é um setor que demanda muitos recursos. Vamos, ainda, continuar dando suporte à estruturação do campus da UFPR e investir um pouco em cada coisa. Parques infantis, escolas, construção da creche…

Existem prefeitos que focam numa linha só. Eu não. Procurei diversificar bastante para atender a demanda dos maripaenses. Se você focar só numa linha não consegue atender outra. Graças a Deus consegui dividir os investimentos para todas as secretarias e deu certo. Por isso, o contentamento da população. Se eu tivesse focado só no interior, porque sei que a principal receita vem do agronegócio, talvez eu não teria a aprovação da população que mora na cidade.

O fato de eu ser arquiteto e urbanista me ajudou muito a entender a cidade, ter uma visão mais ampla das coisas. Ou seja, o lado profissional está me ajudando a fazer uma boa gestão. Por sinal, dias atrás recebi um telefonema do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) sobre uma matéria que saiu em rede nacional dando conta que sou o único arquiteto do Paraná eleito prefeito; do país somos em apenas sete arquitetos eleitos prefeitos e 25 vereadores.

OP: Ainda que o senhor trabalhe bastante com investimentos diversificados, dá para dizer que existe alguma área que será prioridade nesta segunda gestão? Há algum setor em específico que vai receber atenção especial neste mandato?

ABM: Vou manter meu trabalho diversificado. Como nesses quatro anos consegui, de uma forma equilibrada, levar os investimentos para todos os setores, quero continuar dessa forma neste segundo mandato. Se as receitas do município me permitirem, quero levar investimentos para todos os setores.

 

OP: Há projetos de relevância para serem colocados em prática ou uma obra importante prevista para sair do papel no primeiro ano do governo municipal?

ABM: Assim que toda a equipe voltar a trabalhar, agora em fevereiro, a primeira obra que vamos iniciar é a do lago municipal. Fora isso, também vamos começar a obra do centro cultural. Já estamos há dois anos mexendo com isso e agora o projeto foi aprovado pela Caixa, que autorizou o início da obra. Tínhamos licitado e contratado ela no fim do ano. Essas são as obras de maior destaque, mas existem muitas outras, pois os investimentos vão acontecer em todos os lugares e em várias áreas.

 

OP: Atualmente, qual é o principal gargalo de Maripá?

ABM: Eu diria que é a gente tentar buscar alternativas no próprio município para aumentar as receitas da municipalidade. Outro dia participei de uma palestra com um senador, em Curitiba, e ele me disse que o país vai levar 15 anos para se recuperar, e isso nos preocupa. Por isso, em virtude daquilo que o Brasil passa hoje, dessa insegurança que ouvimos todos os dias de que o país está falido, penso que é importante buscar alternativas no próprio município para aumentar as receitas e não ficar tão dependente da União.

Muitos prefeitos dependem do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e ficam reclamando, mas não procuram alternativas no seu município para tentar aumentar a sua receita. Hoje, particularmente, eu não dependo do FPM; o ICMS me dá condição de fazer o bom trabalho que temos feito. Mas, para isso, temos que ter uma contrapartida como gestor. Por exemplo, somos um munícipio agrícola. Nossa principal receita vem do agronegócio, então é preciso permanecer investindo nesse setor para continuar aumentando as receitas. Colocar assessoria técnica para os produtores, oferecer estradas adequadas, cascalhamento, solo brita, fazer terraplanagens para aviários e chiqueiros, disponibilizar um engenheiro de pesca para prestar assessoramento aos produtores de peixe, já que o nosso município é referência nessa área no Estado, e por aí vai. É necessário dar uma contrapartida ao empresário rural para que ele se sinta valorizado e continue investindo e diversificando, porque quem ganha com isso é o município, que vai ter uma receita maior, e assim conseguiremos fazer um trabalho melhor.

 

OP: O que levou o senhor à decisão de manter toda a sua equipe de secretários? Mudar não seria mais interessante?

ABM: Fomos reeleitos com 72% dos votos e como o ditado já diz, em time que está ganhando não se mexe. Se a população reconheceu o trabalho da gente e nos deu essa segunda chance, e com essa votação, é porque o trabalho está muito bom. Tem seus problemas como sempre teve e sempre terá, mas de um modo geral está muito bom. Então tomei essa decisão em reconhecimento dessas pessoas que estiveram comigo ao longo desses quatro anos, que me ajudaram, porque ninguém chega a lugar algum sozinho. É o trabalho de uma equipe toda que proporcionou a aprovação da gestão e por isso dei a oportunidade deles novamente estarem conosco, deixando bem claro que pode ser que daqui seis meses, um ano eu mude a minha opinião. E vou cobrar ainda mais da equipe porque teremos a cobrança da população para fazer um segundo mandato melhor que o primeiro. Já falei para eles que se achavam que eram bastante cobrados antes, podem ter certeza que serão cobrados ainda mais agora.

São oito secretários hoje, alguns ajustes foram feitos e, de uma forma geral, algumas pessoas deixaram a equipe de governo e outras vão ingressar em breve.

 

OP: Em que aspectos a experiência adquirida no seu primeiro mandato pode reverter em benefícios nesta nova gestão?

ABM: Hoje me considero mais maduro do que quatro anos atrás; mais conhecedor, porque quando você assume pela primeira vez leva pelo menos seis meses para tomar conhecimento do funcionamento de tudo. O meu relacionamento com as pessoas também melhorou, seja com a população, seja com lideranças, autoridades, secretários de Estado, governador e por aí vai. Isso é um ponto positivo, uma vez que os contatos e as parcerias são sempre muito importantes para o município.

Nesses quatro anos de mandato, eu saí da prefeitura e procurei as coisas para que depois elas viessem até mim. Eu saí do gabinete, corri atrás, participei, fiz contatos, e tudo isso traz experiência e também mostra os caminhos para que as coisas aconteçam em prol da comunidade.

Sempre fui muito participativo dentro das associações, inclusive estou colocando o meu nome à disposição como candidato à presidência da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná). Se eleito, eu terei mais experiência para ajudar a nossa região. Mantenho um bom relacionamento com os prefeitos, sei compartilhar as coisas boas que acontecem na minha cidade, não tenho vergonha de pedir para aprender ou tentar melhorar. Então, estamos à disposição para mais esta experiência.

 

OP: Quando vai ser a eleição da Amop?

ABM: Vai ser no final do mês de março. A princípio há dois candidatos à presidência, eu e o Rineo Menoncin (Teixeirinha), de Matelândia. Ambos estão fazendo a pré-campanha, articulando com os prefeitos. Na quinta-feira (26), em Cascavel, haverá a primeira reunião dos atuais prefeitos que assumiram para o mandato 2017/2020.

 

OP: Como o senhor espera trabalhar a sua candidatura para que ela se torne vitoriosa?

ABM: Sou candidato até o último minuto do segundo tempo. Quero acreditar que temos condições de chegar lá. Tenho um bom relacionamento com os prefeitos. É claro que dos 52 municípios da Amop, só 14 foram reeleitos. O restante são prefeitos novos e eu ainda não tive muito contato com eles, mas vamos trabalhar em cima disso. Quero mostrar a todos que não estou colocando meu nome apenas para fazer parte do meu currículo. Quero realmente me dedicar, ajudar e mudar algumas coisas. A maior associação do nosso Estado precisa melhorar em alguns aspectos e incrementar alguns serviços, e para isso coloquei meu nome à disposição. Vamos ver o que vai acontecer até o fim de março. Independente de ter bate-chapa ou não, temos que ser maduros o suficiente para entender que a eleição é aquele momento e depois precisamos continuar trabalhando em conjunto para a nossa entidade e para a nossa região. Não pretendo me indispor com ninguém, indiferente do resultado.

 

OP: Ter a maioria dos vereadores na Câmara vai facilitar a relação do Executivo com o Legislativo?

ABM: No meu primeiro mandato nunca me indispus com ninguém. Da parte do Poder Executivo sempre procurei ter um bom relacionamento. Neste segundo mandato, como fizemos a maioria na Câmara e houve bastante mudanças, acho que temos condição de mudar o conceito de Poder Legislativo e Executivo envolvendo questões partidárias. Na minha opinião isso precisa ser deixado de lado. Quem foi eleito foi eleito para trabalhar, e é isso que a população espera. Quer pessoas comprometidas e que deixem as diferenças partidárias de lado, que trabalhem em conjunto. Da parte do Poder Executivo, quero ter um excelente relacionamento com o Legislativo e espero isso também por parte da Câmara. Vamos respeitar os vereadores e, na medida do possível, atender o pedido de todos, levando em conta a nossa condição financeira.

 

OP: Qual o destino que será dado aos R$ 901 mil recebidos recentemente em cota extra de ICMS por parte do Estado?

ABM: Como entrou numa conta geral do ICMS, ele não vem específico. Passou a integrar o financeiro da prefeitura mas não como uma questão orçamentária diferenciada. Então fica no bolo todo. No decorrer do ano ele acaba indo para várias secretarias. Não é uma receita extra específica para um elemento. Vai ser consumido ao longo do ano. Sou um prefeito empreendedor e gosto muito de fazer obras, então é claro que no decorrer do ano vamos ver o que está dentro do nosso orçamento e ver quais as prioridades

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