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Política

Sérgio Souza defende criação da Universidade do Oeste do Paraná

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A criação da Universidade Federal do Oeste do Paraná (UFOPR) está sendo defendida em Brasília pelo deputado federal Sérgio Souza (PMDB). O parlamentar apresentou emenda aditiva à medida provisória 785/2017, propondo a criação da nova universidade que funcionará onde hoje é a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), trocando a designação do nome.

“Defendemos uma universidade regional que tenha compromissos com os brasileiros e principalmente com as causas do Oeste do Paraná. A estratégica região é uma das mais produtivas do Brasil e precisa ter um retorno à altura de suas potencialidades”, destaca Souza. Ele diz ainda que o desenvolvimento de um processo educacional regionalizado, com capacidade de também atender Estados vizinhos ao Paraná e países limítrofes, potencializará todo o Oeste paranaense para a busca do pleno desenvolvimento com a geração de emprego e renda. “As instituições de Ensino Superior têm um fundamental papel na qualificação profissional. Queremos fortalecidas instituições de Ensino Superior no Oeste. Somos defensor da educação no Congresso Nacional e nos preocupamos com o futuro dos jovens paranaenses e brasileiros”, ressalta.

Souza propôs consultas aos campi da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Palotina e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Toledo, Santa Helena e Medianeira sobre o interesse de serem incorporados pela UFOPR. No caso de serem favoráveis, os alunos terão garantidas a incorporação automática dos cursos de todos os níveis e os funcionários e docentes terão todos os direitos preservados, podendo optar por se querem manter o vínculo original ou transferi-lo para a UFOPR. 

A justificativa para o projeto é a implementação de novos cursos de graduação, conectados com as características econômicas e sociais da região. O Oeste paranaense, observa o parlamentar, tem aproximadamente 1,3 milhão de habitantes e está próximo ao Estado do Mato Grosso do Sul e divisa com o Paraguai. “Os novos cursos despertarão não só o interesse da sociedade, mas também promoverão o desenvolvimento social e a distribuição de renda no Oeste, atingindo também o Noroeste do Paraná e mais a região meridional do Mato Grosso do Sul e Leste do Paraguai”, pontua o deputado.

 

Exôdo da população jovem

Embora se calcule que a população da região Oeste deva se manter estável até 2040, em cerca de 1,3 milhões de habitantes, a diminuição da população abaixo dos 24 anos é preocupante, menciona Souza. De acordo com projeções do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o número de jovens de 20 a 24 anos na região Oeste, em 2017, é de 108 mil e deve diminuir gradativamente, chegando a 73 mil jovens em 2040. Em dois municípios esta situação foi acentuada nos últimos anos: Foz do Iguaçu e São José das Palmeiras. Neste último município houve a queda no número da população verificado tanto em 2000 quanto em 2010.

Foz do Iguaçu caiu da 5ª para a 7ª posição entre os maiores municípios do Paraná (IBGE, 2010). Essa flutuação de população nos municípios afetados, aponta o parlamentar, está relacionada principalmente à busca pelo acesso à educação, à oferta de emprego, enfim pela busca de melhores condições de vida. No caso da população jovem, a clara busca por perspectivas mais favoráveis, enfatiza ele. “É imperativo um planejamento estratégico com políticas educacionais de médio e longo prazo que favoreçam a retenção da população jovem nas regiões mencionadas de forma a sustentar o desenvolvimento social e econômico”, declara.

 

Qualificação do trabalhador

Nos últimos anos, comenta Souza, o Oeste do Paraná logrou significativa expansão sobretudo pelo investimento de cooperativas (Lar, C.Vale, Cotriguaçu, Copagril, Frimesa, Cocamar, dentre outras), estabelecendo na região sistemas integrados de produção como a integração lavoura-pecuária-floresta de maior sustentabilidade e que permite a inserção de novas cadeias, como a moveleira e a de bioenergia e energia na agricultura, a partir do aproveitamento de dejetos e da biomassa. Acompanhando os investimentos de cooperativas, segundo ele, também houve o crescimento de indústrias com especial destaque ao setor de máquinas agrícolas, automotivo, têxtil, dentre outros.

“Tais fatores demandam, sem sombra de dúvidas, a necessidade   de mão de obra qualificada na região para a demanda da cadeia produtiva e também do incremento do terceiro setor que acompanha naturalmente o desenvolvimento do setor produtivo”, afirma o deputado, que enaltece que a região destaca-se também pelo turismo, principalmente a cidade de Foz do Iguaçu, onde estão localizadas as Cataratas do Iguaçu e a Itaipu Binacional, com especial destaque ao apoio desta última para criação do Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

 

Proposta de criar “Federal do Oeste” por MP enfurece universidades paranaenses

A proposta do deputado federal Sérgio Souza enfureceu duas das mais importantes universidades paranaenses. Tanto a UFPR quanto a Unila emitiram notas criticando a postura do parlamentar e pedindo que a proposta dele seja rejeitada.

A nota da Unila diz que “a equipe da Reitoria posiciona-se enfaticamente pela supressão da referida emenda aditiva e está tomando as providências necessárias para garantir a manutenção da lei de criação da Unila em sua integridade e em defesa de sua identidade”.

Já o texto da UFPR desanca o deputado de vários modos diferentes. Chama o projeto de tecnocrático, autocrático e diz que se trata de proposta que não apenas não traz nenhuma melhora para o ensino como ainda mutila a universidade.

“O modo como é feita a proposta – por meio de emenda aditiva à medida provisória (ou seja, sem que tenha sequer sofrido o crivo prévio do debate parlamentar), que originalmente trata de tema alheio à criação ou modificação de universidades – e, sobretudo, sem qualquer diálogo com a própria UFPR, demonstra laivos tecnocráticos e autocráticos, que são completamente alheios à natureza de nossa comunidade universitária – baseada no diálogo, no debate e na participação democrática”, diz o texto.

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