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Situação bragadense aguarda desfecho de processo no TRE-PR

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Maria Cristina Kunzler/OP
Prefeito de Pato Bragado, Leomar Rohden (Mano): Se nós, juntamente com nossa equipe, assim definirmos, poderemos convidar algum vereador para assumir algum cargo dentro do primeiro escalão”

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) decidiu por unanimidade, em recente julgamento, acatar o recurso e reverter a cassação do registro de cinco candidatos a vereadores de Pato Bragado ligados à coligação do PMDB, PP e PT. A cassação pela Justiça Eleitoral de Marechal Cândido Rondon se deu por avaliar que os cinco infringiram a lei ao participar da inauguração do Colégio Estadual em pleno período eleitoral.

Com o entendimento contrário da Corte em Curitiba, os votos que foram considerados nulos serão validados, fazendo com que em novo cálculo três candidatos sejam empossados vereadores – Mauro André Weigmer (Tatu Motorista) (PP), Sergio Gossenheimer (PP) e Holdi Romer (PMDB). Desta forma, o grupo de situação liderado pelo prefeito Leomar Rohden (Mano) (PMDB) assume a maioria na Câmara Municipal.

Porém, a posse só acontecerá após esgotados todos os recursos no TRE-PR e o processo ou ser encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou retornar para o Fórum Eleitoral. A expectativa é que essa definição tenha desdobramentos dentro de algumas semanas.

Em entrevista ao Jornal O Presente, o prefeito bragadense admite que o grupo de situação teve prejuízos com a cassação do registro da candidatura dos cinco candidatos, até em razão da indefinição na composição da equipe de governo e da eleição da mesa diretiva, que acabou ficando sob o comando de um vereador da oposição (Flávio Prigol, DEM), mas enaltece que qualquer decisão judicial precisa ser respeitada. Confira:

 

O Presente (OP): Pouco mais de dois meses do início do mandato, como está a relação do Poder Executivo com o Legislativo, que ainda hoje conta com maioria do grupo de oposição na Câmara de Vereadores?

Leomar Rohden (LR): De nossa parte não temos nenhum problema de relacionamento com a Câmara. Desde a posse, no dia 1º de janeiro, estamos dizendo que gostaríamos de ter uma relação harmônica entre os dois Poderes, independentemente de quem está ou estará na Câmara. Até o momento não houve nada que desabonasse essa conduta. Estamos tendo uma relação boa tanto com a mesa diretora como com todos os vereadores. Sempre colocamos à disposição toda equipe da prefeitura caso surjam dúvidas por parte dos vereadores. Por outro lado, os parlamentares têm demonstrado disposição em manter uma boa relação com o Executivo. Não vejo problemas até o momento e não acredito que haverá algum tipo de desconforto lá na frente do nosso comportamento com a Câmara ou da Câmara com o Executivo.

OP: Embora neste início de ano a prefeitura não tenha enviado ainda muitos e nem polêmicos projetos à Câmara, como o grupo de oposição tem se comportado no Legislativo?

LR: Até o momento os projetos enviados estão sendo analisados e não tivemos nenhum problema, mesmo que tenhamos enviado poucas matérias.

 

OP: O senhor sente que o grupo de situação foi prejudicado de certa forma com o processo de cassação do registro de cinco candidatos a vereadores, até em razão da eleição da mesa diretiva?

LR: Sem dúvida. Dificultou até o início dos trabalhos na hora de montar a equipe de governo. Trouxe algumas dificuldades porque havia um anseio de nossa parte e também destes que agora foram considerados eleitos e dos primeiros suplentes. Não estamos aqui para questionar, mas sim para cumprir as decisões da Justiça. Então esperamos que agora, com o julgamento em Curitiba (TRE-PR), que deu ganho de causa para nosso grupo, haja uma definição em relação à posse dos novos eleitos e, assim, poderemos dar andamento sobre aquilo que ainda precisamos acertar. Mas sem dúvida trouxe alguns desgastes, tanto para os candidatos que foram eleitos e não puderam assumir ainda quanto para a administração. Porém, nada disso vai atrapalhar o andamento dos trabalhos. Vamos tentar mesmo assim superar as dificuldades de início com muitas ações positivas.

 

OP: O senhor sempre disse que a definição de toda equipe de governo passava necessariamente pelo julgamento do recurso no TRE-PR. O que muda quando houver a posse dos novos vereadores eleitos?

LR: Ainda temos algumas secretarias que não nomeamos. Vamos aguardar a conclusão deste processo no TRE para que possamos sentar junto com nossa equipe e também precisaremos conversar com os atuais vereadores para acertar algumas ações. Queremos estreitar ainda mais essa relação que já temos, que é boa, mas como a composição da Câmara vai mudar será preciso manter esse diálogo com todos para definir algumas secretarias que estão em aberto para avaliarmos se serão preenchidas ou se a gestão continuará da mesma forma como estamos conduzindo. São três secretarias. Quem sabe a gente não mexa em muita coisa, mas vamos conversar com as lideranças dos três partidos coligados para que possamos definir algumas coisas para o futuro.

 

OP: Algum dos novos vereadores eleitos pode ser chamado para compor a equipe de governo?

LR: Se nós, juntamente com nossa equipe, assim definirmos, poderemos convidar algum vereador para assumir algum cargo dentro do primeiro escalão. Porém, vamos aguardar a decisão da Justiça Eleitoral para que possamos tomar as medidas necessárias já com a certeza do quadro.

OP: Em relação aos cargos que ainda estão vagos, quais são eles?

LR: Ainda não nomeamos ninguém para a chefia de gabinete. No entanto, a Neiva (Bressan) é funcionária de carreira e está cumprindo muito bem esta função, exercendo este cargo no momento. A Secretaria de Indústria e Comércio não tem um titular e o Ageu Fidler (secretário de Administração) está respondendo interinamente pela pasta. Além disso, não nomeamos o secretário de Governo. Por outro lado, também não queremos nomear todos, pois, na medida do possível, pretendemos reduzir algumas secretarias para que possamos fazer uma economia dos recursos públicos.

 

OP: Isso significa que o governo municipal pode promover alguma reforma administrativa?

LR: Pode acontecer, mas hoje isso não passa por nossa cabeça. Vamos adequar a realidade às nossas necessidades da administração pública. De repente podemos lá na frente fazer algumas mudanças, mas hoje não avaliamos esta ação. Analisaremos tudo em conjunto com as lideranças e nossa equipe visando fazer com que possamos sempre acertar mais. Às vezes é fácil nomear, mas se alguém não se encaixa em um setor é preciso fazer adequações.

 

OP: Pode haver a junção de secretarias ou extinção de cargos?

LR: Vamos analisar toda essa situação no decorrer do ano para sabermos como se comporta a economia do país e, consequentemente, nossa receita e despesa. Claro que dentro deste contexto pode ser que seja preciso tomar algumas atitudes, mas hoje o município está bem financeiramente e não vejo razão para isso neste momento.

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