Arno Kunzler
Acabou o favoritismo?
Pelo menos quatro medidas do governo federal estão, senão invertendo o favoritismo da eleição presidencial, pelo menos deixando a disputa sem favorito.
Primeiro, o governo aumentou os juros, medida absolutamente necessária para ajustar os preços. Juros altos diminuem a sede do consumidor e fazem os preços se estabilizar ou até baixar pela lei da oferta e procura. Sensação de alívio.
Segundo, era necessário e o governo conseguiu baixar os preços dos combustíveis.
Seja lá como for, se foi somente a atitude do governo ou o mercado internacional, mas os combustíveis baixaram mais do que era possível imaginar. Uma surpresa positiva.
Terceiro, era preciso agradar a parcela da população de baixa renda, público em que Lula sempre apareceu com larga vantagem. O governo está conseguindo capitalizar o Auxílio Brasil de R$ 600. Inegavelmente vai mudar a opinião de muitos eleitores.
Quarto, era preciso evitar que os caminhoneiros entrassem em greve. O governo conseguiu criar o auxílio caminhoneiro, que, aparentemente, acalmou os ânimos da categoria. Ponto importante para o governo.
Com a normalidade do comércio internacional, mesmo sem o fim da guerra na Ucrânia, com a safra agrícola que estabilizou os preços do milho, especialmente, e a perspectiva de uma nova safra recorde, o Brasil respira dias melhores.
Se antes Lula era franco favorito para vencer a eleição, pelos motivos acima, agora Bolsonaro se impõe na disputa.
Se a eleição for para o segundo turno – e é quase certo que vai -, essas medidas econômicas vão ajudar muito a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Lula vai questionar a legitimidade das medidas que podem mudar o resultado da eleição.
Mas é sempre bom lembrar que foi o PT que ao longo dos anos (especialmente durante a reeleição de Dilma Rousseff) ensinou como “comprar” votos com programas eleitoreiros.
Pau que bate em Chico, bate em Francisco.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul