O Carnaval, que já promove festas e mais festas em muitas partes do país há alguns dias, começa “oficialmente” hoje (09) no Brasil. A maior festa popular do planeta promete, mais um vez, ser a estrela da vez até terça-feira (13), consumindo os noticiários, as redes sociais e a energia da maior parte da população, disposta a fazer folia e pular noites e dias intermináveis de Norte a Sul do país. Na época dos ânimos exaltados, regados a muito álcool etílico, dança e música, o Brasil estaciona.
Não para. Estaciona. De Norte a Sul do Brasil, também tem muita gente que não pode ou não quer nem saber de participar da festa de Carnaval. Ao contrário daquele velho dito popular que diz que o Brasil só engrena depois do Carnaval, muita coisa já aconteceu até a largada para a folia carnavalesca. As indústrias permanecem funcionando, mais uma safra de soja está sendo colhida, o comerciante fez investimentos, o funcionário fez hora-extra. O ano não começa só depois do Carnaval!
Não é de jogar fora o fato de que, é verdade, o evento realizado mais cedo, no início de fevereiro (já chegou a acontecer no mês de março), vai ser bom para o Brasil. Apesar do exposto acima, quanto antes aconteça, melhor, pois, de todo modo, a grande festa consome incomensuráveis esforços de milhões de pessoas que, durante o restante do ano, são dedicadas a outras atividades econômicas.
As festas se espalham em todo o país. Nas ruas, nos salões, nos sambódromos, nas praias, até mesmo nas casas e sítios. O brasileiro se pinta e se fantasia para o apogeu da descontração e do divertimento no ano. Junto à Copa do Mundo, o Carnaval é capaz de empurrar dezenas e dezenas de milhões de pessoas pelas ruas do país, o que, infelizmente, não se observa quando é preciso cobrar mudanças tão necessárias para o Brasil, como na saúde, na segurança pública ou na relação dos políticos com o dinheiro público. Um imenso bloco disposto a fazer farra vai desfilar pelos próximos cinco dias.
Marechal Cândido Rondon, diferentemente do passado, hoje não tem mais festas de Carnaval. Na cidade não há esboço sequer de que a data chegou, a não ser pelo fato de que terça-feira é feriado. Quem não viajou para curtir os dias de folga, fica por aqui em companhia de amigos, da família, toma aquele tererê ou um chimarrão, pratica um esporte, prepara um churrasco, passeia pela cidade semiadormecida.
Seja o folião, a foliã ou quem vai ficar mais sossegado, a regra é se divertir, sem exageros e estripulias, respeitando as boas normas de convivência que a sociedade atual espera de seus cidadãos. O Brasil estaciona por algum momento, mas precisa voltar a acelerar a partir da próxima semana, com o pé embaixo, pois não há de se esquecer que 2018 ainda é ano de Copa do Mundo e eleições.
São eventos que atrapalham o andar da carruagem, mas fazem parte da paixão popular e da história e cultura do Brasil. Que o povo tenha uma excelente diversão e lembre, na quarta-feira, que o Brasil precisa arrancar de novo.
