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Editorial

Mais que vagas

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Mais de 12 milhões de trabalhadores estão sem emprego no Brasil. Milhões deles perderam o emprego ou fecharam seus negócios por conta da pandemia. O número só não é maior porque nos últimos meses houve uma reação do mercado, que já empregou cerca de dois milhões de brasileiros. No entanto, existem muitas vagas de emprego abertas, prontas para serem ocupadas. Mas por que a conta não fecha? Por que há desempregados enquanto sobram oportunidades em algumas empresas?

Basicamente a resposta é simples: falta de qualificação.

O município de Marechal Cândido Rondon tem nos últimos meses entre 300 e 400 vagas abertas para trabalhadores dispostos a se reencontrar no mercado de trabalho. No entanto, muitas dessas vagas também ficam ociosas por falta de qualificação, entre outros motivos.

A qualificação profissional é uma imensa oportunidade para, quem quer, se firmar no mercado de trabalho. Muitas empresas fazem a própria qualificação, oferecendo treinamento remunerado a seus novos colaboradores. Outra forma é acessar canais como Sesc ou Senac, entre outras instituições, para encontrar algum curso profissionalizante que possa abrir novas oportunidades a esses trabalhadores.

Mais que vagas, é preciso ter qualificação profissional. Isso parte da iniciativa privada, mas também compete às organizações ligadas ao setor produtivo, aos governos, mas especialmente ao cidadão, que precisa entender que a qualificação é fundamental para ter um bom emprego e, posteriormente, galgar novos horizontes nesse mercado de trabalho, que hoje judia de 12 milhões de pessoas só no Brasil.

Nesta semana, um projeto do Governo do Paraná chega a Marechal Rondon para tentar agilizar esse processo de preenchimento das vagas disponíveis aos desempregados. É mais uma tentativa de reduzir o número de desempregados nos municípios da região, mas também de melhorar a produtividade e lucratividade das empresas, que, aos poucos, se fortalecem depois do baque causado pela Covid-19. Para o empresário, é preciso acelerar, mas não é possível evoluir se não se tem o básico: mão de obra.

Falta qualificação para trabalhos mais simples, mas também para trabalhos mais complexos. As empresas que trabalham com tecnologia de informação, criação de sistemas, entre outras, estão se esbofeteando quando encontram bons e qualificados profissionais da área. Por conta disso, os salários são relativamente melhores. Mesmo assim, falta gente para trabalhar. As faculdades não dão conta de entregar ao mercado a demanda de trabalhadores para essa área.

A falta de empregos é um problema grave no Brasil, mas é preciso olhar mais profundamente para a falta de qualificação. Políticas públicas, como a expansão dos cursos técnicos, precisam ser implementadas, mas essas políticas vão dar retorno, caso efetivadas, só em alguns anos, a longo prazo. É preciso encontrar soluções mais rápidas, diminuir radicalmente a massa parada no país para que as pessoas tenham renda e dignidade e as empresas possam contar com pessoas qualificadas quando precisarem.

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