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Editorial

Na “boca” dos brasileiros

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O nome dele está, certamente, entre os mais falados, lembrados e citados nos últimos tempos. Sérgio Moro está literalmente na “boca” dos brasileiros.

O juiz da 13ª Vara Criminal de Curitiba se tornou um nome conhecido no Brasil por ser responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância do Paraná, que levou o ex-presidente Lula à prisão.

Admirado por aqueles que foram às ruas em 2016 a favor da Lava Jato, ele também tem milhares de desafetos que questionam seus métodos na condução da Lava Jato.

Amado ou odiado – notoriamente bem mais amado do que odiado ao que se percebe no cenário nacional -, seja como for, aceitou a nomeação para o cargo de ministro da Justiça do Brasil no governo do futuro presidente Jair Bolsonaro e continua dando o que falar.

Há uma grande expectativa por parte da maioria dos brasileiros para que Moro se torne um símbolo ainda mais evidente contra a corrupção, agora, atuando no Poder Executivo.

Assim como ele se solidificou como o principal expoente da Lava Jato, operação que descobriu esquemas bilionários de corrupção na petrolífera estatal Petrobras, espera-se que dê suporte, crie mecanismos e trabalhe arduamente em prol de um bem maior: o Brasil. De quebra, descubra as falcatruas que existiram no Brasil de ontem, não deixando mais que as sujeiras sejam varridas para debaixo do tapete.

A indicação de Moro atende uma expectativa que a própria eleição de Jair Bolsonaro gerou: mudança. E a segurança pública e a Justiça estão nesse “bolo” da mudança almejada. Por sinal, tais áreas nunca estiveram tão em voga como nos tempos atuais, por isso todo esse auê desde a eleição e agora com as nomeações que o presidente eleito começou a fazer.

Moro tem capacidade e conhecimento. Contudo, mesmo afirmando que o cargo é técnico, e que não vai exercer função política, o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública é político, sim. Em vista disso, ele vai precisar de muito jogo de cintura para conduzir um ministério com excelência diante dos entraves que o meio político implica e da grande expectativa que a população deposita nele.

Terá que enfrentar o Congresso para aprovar as medidas que são necessárias para a segurança e o combate à corrupção. A empreitada parece fácil, mas é permeada de muitos percalços.

Além do mais, seu foco não poderá estar somente no combate à corrupção. O trabalho da pasta é amplo e demandas da Justiça e da Segurança Pública precisarão estar num mesmo plano. O combate ao crime, por exemplo, é um fator importante na segurança pública, mas o combate à criminalidade na área cotidiana, como furtos, roubos, e que não tem relação direta com o crime, também precisará ser observado pelo ministro. A criminalidade realizada pelo tráfico de drogas fomenta outros crimes e também necessita de atenção especial, assim como muitos outros aspectos não poderão passar batidos.

O trabalho feito até aqui credencia Moro a ser um excelente ministro, mas os desafios, não temos dúvida, serão imensos. É esperar para ver o que vai acontecer.

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