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Urbano Mertz

Desenvolvimento regional e inovação tecnológica

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Neste artigo, queremos destacar o grande diferencial da região Oeste do Paraná, que é a sua estrutura de Ensino Superior, de pesquisa e de inovação. Esta estrutura conta com 16 campi de universidades e de institutos públicos de ensino, com dezenas de faculdades e universidades privadas e com inúmeras fundações para pesquisa e inovação.

O Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) tem desafiado as instituições de Ensino Superior a “estimular a implantação de propostas educacionais inovadoras e de novas metodologias de ensino voltadas para a formação de cidadãos capazes de transformar o meio em que vivem”. No entanto, a transformação que a região precisa deve estar alavancada em inovações tecnológicas de produtos e serviços que sejam competitivos em outras regiões do país.

Podemos destacar diversas instituições que já atuam com inovações tecnológicas na região Oeste. O Parque Tecnológico Itaipu (PTI) de Foz do Iguaçu, apoiado pela Itaipu Binacional, tem um histórico de quase 20 anos em inovações, com diversos projetos em desenvolvimento ou já implantados.

O PTI foi fundamental na implantação de projetos de agroenergia com aproveitamento do biogás e está presente em Marechal Cândido Rondon através da Incubadora Tecnológica Santos Dumont. 

O Parque Cientifico e Tecnológico de Biociências (Biopark) é um investimento particular da família Donaduzzi, sócia-proprietária da indústria farmacêutica Prati- Donaduzzi, de Toledo. A estrutura de ensino e pesquisa do Biopark hospeda instituições de ensino públicos e do próprio Biopark, com cursos técnicos e de graduação, interagindo com empresas incubadas no parque focadas em inovações tecnológicas e negócios.

O Biopark se propõe a ser uma instituição de ensino, pesquisa e inovação ao nível de primeiro mundo.

Os municípios de Toledo e Cascavel também mantêm as suas fundações tecnológicas com foco na pesquisa e no desenvolvimento de inovações em diversas áreas. Em Foz do Iguaçu, o Iguassu Valley se apresenta como o melhor “ecossistema de inovação consolidado do Brasil”.

As universidades focam na formação acadêmica, mas há grandes investimentos e inúmeros cases de sucesso em inovações tecnológicas a partir de produtos e de necessidades da região. Podemos concluir, então, que não é a insuficiência na formação profissional ou a carência de soluções inovadoras que travam o desenvolvimento regional.

Os custos e riscos para implantação de uma startup, o mercado para novos produtos, limitações de escala e a desvantagem competitiva da região em função da distância dos grandes centros consumidores são fatores que não estimulam empresas inovadoras.

Não são as empresas da região que devem competir entre si, mas o conjunto de empresas da região é que compete com empresas de regiões mais próximas a grandes centros de consumo. Neste sentido, deve entrar na pauta de prioridades das lideranças regionais a redução do custo ou extinção do pedágio e a implantação de um modal de transportes que englobe rodovias duplicadas, aeroporto de cargas, ferrovia e até hidrovia, conforme já proposto pela Iguassu Valley, através do Programa Oeste em Desenvolvimento. 

Este modal poderá ser a nossa “rota da seda” para promover o desenvolvimento regional através do empreendedorismo e do comércio com o resto do país e com o mundo.

 

Urbano Mertz é engenheiro agrônomo, vice-presidente do Conselho de Desenvolvimento Agropecuário de Marechal Cândido Rondon e inspetor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR)

urbanomertz2019@gmail.com

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