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Crise do caso Tayná leva a troca do comando da Polícia Civil

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O secretário de Segurança Pública do Paraná, Cid Marcus Vasques, afirmou hoje (23) que o caso da adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, encontrada morta em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, interferiu para a saída do delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius Michelotto.

Segundo Vasques, Michelloto colocou o cargo à disposição e, após uma reunião ontem (22), foi definido que ele seria substituído pelo delegado Riad Braga Farhat que atualmente responde pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc).

“Diante de uma crise que se estabeleceu em função deste fato [caso Tayná], o delegado Michelotto entendeu que o secretário de Segurança e o governador do estado tinham que ter absoluta liberdade para tomar as decisões que entendessem necessárias no sentido de estabelecer uma correção de rumos”, afirmou Vasques.

Após três dias de desaparecimento, Tayná foi encontrada morta em um matagal de Colombo. Quatro homens, que trabalhavam em um parque de diversão da cidade, foram considerados suspeitos e presos. A polícia chegou a afirmar que o grupo havia confessado a autoria do crime, porém, mais tarde, depois de uma conversa com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e de depoimentos ao Ministério Público (MP) Estadual, os quatro disseram que assumiram o crime porque foram torturados.

A Justiça ordenou a prisão de 14 pessoas, incluindo, um delegado, policiais e guarda municipal. Os suspeitos foram inseridos no Programa de Proteção a Testemunhas. O secretário disse ainda que não há como negar que as investigações conturbadas geraram uma crise na Polícia Civil.

“Mas todas as medidas que deveriam ser tomadas no âmbito da segurança pública, (…) no sentido de reprimir a atuação dos maus policiais, foram intimadas em um curto prazo. Essas medidas agora, de cunho administrativo, vêm para que a correção de rumos seja reestabelecida”, argumentou. Vasques destacou ainda que a divergência em relação à linha de investigação foi detectada na própria Segurança Pública. “Foi a Polícia Científica que detectou essa divergência”, lembrou.

Com a alteração, a polícia buscará, de acordo com o secretário, “uma nova maneira de pensar a Polícia Civil”. Ainda de acordo com Vasques também são almejados um fortalecimento da Corregedoria, dos modos de investigação e um estreitamento com a Polícia Militar (PM). Sobre as supostas torturas, Cid Vasques disse que “há uma suspeita muito forte que isso tenha ocorrido. Evidentemente, vamos fazer a apuração e a punição virá na medida da culpabilidade de cada um”.

Diante deste cenário, a Secretaria de Segurança Pública informou mais uma alteração. Houve troca também na Corregedoria da Polícia Civil. Saí Paulo Ernesto Cunha e assume Valmir Soccio, que até então estava na Divisão de Infraestrutura. “Para que ela seja reformada e reavalida para que possam ser depurados os maus policiais”, descreveu o secretário sobre os intuitos com a mudança na Corregedoria.

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