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Emoção marca enterro de família encontrada morta em casa em SC

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Laion Espíndula/G1

Velório ocorreu em ginásio da cidade

Os corpos dos seis parentes encontrados mortos em uma casa em Cordilheira Alta, no Oeste de Santa Catarina, foram enterrados no fim da manhã desta sexta-feira (27). O sepultamento ocorreu no Cemitério da Linha Fernando Machado, mesma localidade onde as vítimas foram achadas, na manhã de quinta (26).

O funcionário público Alcir Pederssetti, 42 anos, é suspeito de ter assassinado a tiros a esposa Monica Pederssetti, de 33 anos, a filha do casal, Lana Pederssetti, de 16, os pais de Monica, Antonio Moresco e Luiza Moresco, de 68 e 65 anos, respectivamente, e a irmã dela, Lucimar Moresco, de 36. Depois, teria cometido suicídio, na madrugada de quinta.

Enterro

Depois da missa ocorrida no mesmo ginásio onde houve o velório, os caixões foram levados para o cemitério, por volta de 10h35. Como uma procissão, as pessoas foram a pé, seguindo os carros das funerários.

Durante essa caminhada, de cerca de um quilômetro, os moradores relatavam pai-nossos e ave-marias. Os caixões chegaram ao cemitério às 10h55. Orações e muita emoção marcaram a despedida das vítimas.

O sepultamento no Cemitério da Linha Fernando Machado ocorreu às 11h05. Os caixões de Alcir, da Mônica e da filha Lana ficaram no mesmo local. Foram colocados em gavetas e, depois, fechados. Os outros três corpos foram enterrados em outro local.

“Não dá para entender”

Um dia antes do caso que chocou Cordilheira Alta, Cláudio Dalaiba, 46 anos, esteve com Alcir. Os dois eram vizinhos e amigos próximos e estiveram juntos na quarta-feira (25), até por volta das 21h, em uma reunião de amigos em uma casa de produtos coloniais.

Os amigos haviam combinado de assistir à partida de futebol do Internacional contra Universidad de Chile, pela Libertadores, na quinta. Segundo Cláudio, Alcir tinha prometido pagar um churrasco.

“A gente conversou no dia anterior. Nos reunimos com outros amigos. Ele até disse que a janta na quinta seria por sua conta, que ia pagar o churrasco. A gente estava vendo para assistir ao jogo do Inter juntos. Ele sempre foi um cara tranquilo. É uma coisa estranha, esquisita. Não dá para entender”, relatou.

Missa

Por volta de 10h, começou a missa de corpo presente no mesmo ginásio onde ocorreu o velório, que começou por volta das 19h de quinta (26). O local fica na Linha Fernando Machado, mesma localidade onde a família foi encontrada morta.

Velório

Durante a madrugada, cerca de duas mil pessoas prestaram as últimas homenagens no velório da família, realizado em um ginásio de esportes da cidade. A cerimônia iniciou por volta das 19h.

Segundo a funerária encarregada de realizar o ato, os corpos de Lana, Antonio, Luiza e Lucimar chegaram por volta das 19h. Cerca de três horas depois, chegaram os corpos do casal Monica e Alcir. Centenas de pessoas participavam do velório no final da noite.

Investigação

A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a morte dos seis familiares, que foram encontrados pela empregada doméstica na manhã de quinta.

Segundo o delegado Danilo da Silva Fernandes, responsável pelo caso, Alcir é o principal suspeito de ter matado todos.

“Os primeiros apontamentos, analisando o local, é de que ele [Alcir] tenha matado. A posição da arma, dos projéteis [indicam isso]”, afirma o delegado. Segundo ele, não há indícios de que a casa tenha sido arrombada.

Posse de arma

Fernandes afirma também que o revólver calibre 38, encontrado no local do crime e que pode ter sido utilizado na ação, possuía registro, mas Alcir não tinha porte de arma.

“Ele não tinha antecedentes criminais. Temos que aguardar o resultado do laudo da perícia, que deve sair em 10 dias. Se apontar que foi ele, o inquérito será encerrado. Parece que o relacionamento não ia bem, a mulher queria se separar”, explica o delegado.

Todos foram baleados

De acordo com o IML, havia marcas de mais de um disparo no corpo da esposa e do sogro de Alcir, mas o plantonista não soube precisar quantos. Segundo ele, os demais corpos possuíam marca de um disparo.

Segundo a polícia, Monica teria sido a primeira vítima. Lana, filha do casal, foi encontrada morta na sala, ao lado do corpo do pai. Os corpos de Antonio Moresco e Luiza Moresco estavam em um quarto e o de Lucimar Moresco, em outro quarto.

Comoção

O suspeito era funcionário público e trabalhava havia 10 anos na Secretaria de Agricultura de Cordilheira Alta. “Sempre tranquilo, sempre desempenhava suas funções. Inclusive ontem [quarta-feira] ele ficou a tarde toda lá na prefeitura e estava de férias”, afirma o prefeito Alceu Mazzioni.

A família era conhecida na cidade de 4,1 mil habitantes. Moradores estão abalados com as mortes, especialmente as cerca de 200 famílias, a maior parte de agricultores, moradoras do Distrito de Fernando Machado, onde ocorreu o crime.

Alguns vizinhos comentaram que ouviram os tiros por volta das 4h30. No entanto, eles disseram que era comum Alcir atirar quando achava que havia alguém suspeito no terreno, então não deram importância.

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