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Esportes IronMan Florianópolis

Ricardo Brandt: o exemplo de preparação e superação de um triatleta

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Foto: Arquivo pessoal

Em Florianópolis (SC), a beira mar, numa linda manhã de domingo, propícia à prática esportiva, beneficiada pelos poucos veículos nas ruas em decorrência da paralisação geral que ocorria no Brasil inteiro, transcorreu mais uma etapa  do Ironman Floripa 2018.

Um Evento top, que aconteceu sob um clima de uma grande festa, premiando os milhares de atletas que participaram. Contudo, um imprevisto atrapalhou mais de 60 competidores na prova de ciclismo, quando se depararam com tachinhas e pregos que haviam sido jogados na pista, por desocupados, na saída de Jurerê, atrapalhando a performance dos atletas. Dos 2.408 inscritos nas diversas categorias, 2.055, 85%, passaram a linha de chegada dentro do tempo máximo estipulado.

PREPARAÇÃO, ACIDENTE E IMPREVISTO

O professor da Unioeste campus de Marechal Cândido Rondon e triatleta Ricardo Brandt, que estava se preparando desde 2017 com uma rotina de treinamentos que foi minuciosamente planejada e previamente estudada, levando em consideração a sua experiência na prova, pois já havia disputado em 2015 e, pelos seus conhecimentos na área do treinamento esportivo e da psicologia do esporte, especialidades suas e onde possui o título de doutor, sofreu um imprevisto para aquilo que dificilmente alguém se prepara.

No domingo 13 de maio, dia das mães, faltando 14 dias para a prova, efetuando seu treinamento no ciclismo, rumo a Guaíra, pela BR-163, se deparou com um pequeno arame torcido, que adentrou aos raios da roda dianteira e travou a bicicleta a cerca de 35 km/h, projetando Ricardo barranco abaixo do acostamento e provocando uma série de lesões, escoriações e a mais grave, uma possível fratura de costelas, o que não se confirmou, sendo uma fissura, mas que levaria cerca de 60 dias para possibilitar sua participação em um evento como o IronMan.

Parecia o fim, mas ele não desistiu. O professor Ricardo revelou sua alta dose de garra, tenacidade, sacrifício e superação, necessários para um triatleta e, dentro de suas condições físicas, redimensionou os treinamentos para atingir uma preparação possível, àquelas alturas, visando o desafio de nadar 3,8 quilômetros, pedalar 180  correr 42,2 quilômetros.

A preparação específica para a prova envolveu o treinamento das três modalidades, associado a treinamento de musculação, flexibilidade, ajustes nutricionais, psicológicos e fisioterapêuticos. A expectativa de seu tempo ficou em segundo plano e o desafio agora seria o de concluir a prova na sua categoria na faixa etária dos 35 aos 39 anos.

RESULTADOS

O tempo médio geral dos que concluíram a prova, foi de 11h40. Ricardo Brandt, mesmo com todos problemas físicos que enfrentou, decorrentes do acidente que sofreu 15 dias antes da competição completou todas as provas no tempo de 10h56min, marca melhorada em 13 minutos. superior à de 2015 na sua última participação.

A natação e seus 3,8 quilômetros no mar de Jurerê Internacional,  consegui realizar com sucesso e com um tempo muito bom, 1h09. Fez uma transição no t1 bem rápida e saindo para pedalar confiante. Logo no início do ciclismo, no km 2,5, foi surpreendido por um pneu furado,  e Ricardo e mais de 60 atletas tiveram que enfrentar esse percalço.

Na noite anterior a prova, jogaram pregos na rodovia, exatamente na passagem dos triatletas e foi um “show” de pneus furados. O autor desta ação não pensou nos possíveis riscos de acidentes, afinal os atletas passavam naquele local a mais de 35 km/h, sem contar em acabar com o sonho e frustrar um longo período de treinamento. Ricardo se recuperando ainda de outro acidente afirmou: “o primeiro pensamento foi, ‘é, não era para ser’, desci da bicicleta, respirei fundo, mudei a chave mental e comecei a organizar para trocar o pneu. Com isso, em menos de 15 minutos estava retornando ao pedal. Consegui completar os 180 quilômetros em 5h48, fazendo durante o trajeto uma boa alimentação e hidratação, terminando inteiro fisicamente e emocionalmente recuperado”.

A transição no t2 foi muito rápida, fruto da organização e dos treinamentos efetuados para que isso ocorresse. Sentindo muitas dores, ele iniciou a parte mais dura da prova a corrida (42 quilômetros). “Se pudesse resumir a corrida em poucas palavras seria, dor e dor a maior parte do tempo. Já sabia que seria assim, pois depois do acidente, só realizei treino de corrida na piscina e na véspera da prova corri cinco quilômetros. Foi uma luta mental, ajustando o corpo na melhor posição, menos dolorida. Elaborei um mantra e fui mentalizando e me concentrando nos sinais que meu corpo me mostrava e consegui completar a última etapa em 03 e 48 minutos”, menciona.

MENSAGEM

Foi a demonstração de que a forte preparação física, técnica, tática e emocional que foram efetuadas nos últimos cinco meses foram excelentes e que, em condições normais, o tempo teria sido muito bom. O professor Ricardo agradece à sua família, ao curso de Educação Física, aos colegas, alunos e amigos que torceram e apoiaram e para a Empresa Copagril pela parceria na participação do IronMann 2018 – Floripa, que é considerada uma das provas mais difíceis do planeta.

 

CLASSIFICAÇÃO GERAL

MASCULINO:

. 1º Jesper Svensson (SUE) – 8h08min06seg

. 2º Igor Amorelli (BRA) – 8h14min29seg

. 3º Thiago Vinhal (BRA) – 8h19min11seg

FEMININO

. 1ª Kirsty Jahn (DIN) – 8h54min57seg

. 2ª Sarah Piampiano (EUA) – 9h03min33seg

. 3ª Bruna Mahn (BRA) – 9h10min37seg

Com assessoria

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