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Esportes Guido "gool"

Rondonense é campeão de futebol aos 83 anos de idade

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Centroavante e técnico Arneldo Krampe (Guido) posa para foto junto do troféu mais recente e das camisas, troféus e medalhas que remetem a campeonatos passados que trouxeram bons resultados ao Clube Canarinho (Fotos: Joni Lang/OP)

 

Apaixonado por esporte. Assim é o seu Arneldo Krampe, popular Guido, nascido em Três Passos (RS), mas rondonense de coração. Que o digam seus familiares e amigos, que vivenciam a trajetória do “boleiro” de 83 anos junto ao Esporte Clube Canarinho.

Guido reside em Marechal Cândido Rondon desde 1958 e por muito tempo foi agricultor na Linha Boa Vista, localidade onde, acompanhado de amigos, ajudou a fundar o clube em meados da década de 1970, tendo exercido funções como presidente e técnico.

Hoje, mesmo aos 83 anos de idade, ele se mantém ativo e participativo no “Canarinho”. Joga futebol todos os sábados no clube, por cerca de uma hora e meia a duas horas. Os times são mistos, contando com a participação de crianças, adultos e idosos. “Desde jovem gosto do futebol, com preferência para a posição de centroavante. Porém, algumas vezes sou técnico e outras jogador”, contou ao O Presente.

 

TROFÉU DE CAMPEÃO

Nos dias próximos do Natal, Guido conquistou uma façanha. Ele disputou o campeonato interno do Clube Canarinho e foi homenageado como o jogador “mais experiente”. Considerado pelos colegas o atleta mais idoso, nada mais justo do que o reconhecimento com um troféu. Além disso, o time de Guido conquistou o troféu de campeão.

“Na época eu brinquei com meu filho e prometi comprar uma lanterna, porque achava que meu time ficaria em último lugar. Ele falou que cada jogo era um jogo, e por fim o time se classificou entre os quatro melhores de oito inscritos. Daí jogamos contra o time do meu filho e ganhamos de 2 a 1, passamos para a final e fomos campeões por um gol de diferença nos pênaltis depois do empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação”, conta, entusiasmado.

Ele salienta que se dividindo entre jogador e técnico faturou dois campeonatos seguidos na cobrança de penalidades máximas. “No último campeonato eu marquei um gol na final, mas como era muito quente por causa do verão eu jogava menos e ficava a maior parte do tempo responsável por organizar a equipe”, relembra. “Nesse último campeonato resolveram brincar comigo e entregaram o troféu de jogador mais experiente”, acrescenta.

Para Guido, duas razões somaram para isso. É que ele de fato é o mais experiente na quantidade de campeonatos, seja enquanto jogador ou treinador, alcançando vitórias, derrotas e faturando competições, além de muitas vezes ser o atleta mais idoso. “Ganhei o troféu de jogador mais experiente. De repente, de surpresa, chamaram dizendo que era eu. Foi muito legal”, comemora.

 

PARAR?

Guido é decidido e duro na queda! Engana-se quem pensa que ele vai parar de jogar. “A gurizada e os adultos gostam muito de mim. Antigamente o pessoal pedia assim: ‘até quando vai jogar bola?’, e eu dizia: ‘até os 70’, mas cheguei nos 80 e hoje digo que se chegar aos 90 está muito bom”, diz o disposto idoso que já é tataravô.

Para preservar sua saúde, Guido toma alguns cuidados. “Todo sábado fico uma hora e meia andando, batendo bola e não corro muito. Tem dia que marco dois ou três gols e sábado que não marco nenhum, então varia conforme o companheiro que cai comigo. Depende dos amigos, meu filho, neto e dos colegas”, comenta.

Guido lembra com saudades dos tempos em que foi inscrito na Liga Rondonense de Esportes. “Eu fui um dos dirigentes do clube, então participei como jogador e técnico de disputas em Marechal Cândido Rondon e região. Não fui artilheiro do time, porque tinha jogador melhor e eu dava preferência, então muitas vezes fui técnico e colocava os melhores jogadores no campo, assim fomos campeões em Entre Rios do Oeste, Pato Bragado, Bom Jardim e outros lugares, isso no tempo em que haviam 30 times ou mais. Eu me achava ruim, então escalava os melhores para jogar e por vezes ganhávamos campeonatos”, brinca.

 

Guido: “A gurizada e os adultos gostam muito de mim. Antigamente o pessoal pedia assim: ‘até quando vai jogar bola?’, e eu dizia: ‘Até os 70’, mas cheguei nos 80 e hoje digo que se chegar aos 90 está muito bom”

 

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