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Aos 81 anos, aposentado passa no vestibular da UEL para ser conhecido como “enciclopédia ambulante”

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Antônio Tunouti, de 81 anos, é o estudante mais velho aprovado no vestibular da Universidade Estadual de Londrina (Foto: Antônio Tunouti/Arquivo Pessoal)

Passar em um vestibular é o sonho de muitos estudantes. Mas, para um estudante de Londrina, a aprovação no processo seletivo da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi uma forma de continuar se movimentando. Antônio Tunouti é aposentado e aos 81 anos é o mais novo calouro do curso de Letras. É o candidato mais velho do vestibular a ser aprovado.

“Quero desenferrujar os neurônios, não estou buscando uma profissão. De vez em quando me chamam de museu ambulante, porque lembro de bastante coisa, mas agora quero ser conhecido como enciclopédia ambulante”, conta animado.

Essa pode ser a terceira faculdade de Antônio. Na juventude, cursou farmácia, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), e direito na própria UEL. Se aposentou há vinte anos.

Fez o vestibular para Letras porque há um ano e meio frequenta aulas de inglês no Sesc e gostaria de se especializar na área. A esposa de um colega de curso fez a inscrição dele no processo seletivo.

“Fiz as provas sem estudar, achei que não conseguiria passar. Fui fazendo as questões que lembrava, as que não sabia chutei. Estudei sobre sociologia em uma revista que comprei em uma banca. O vestibular é para loucos, as questões são muito difíceis. Os cinco primeiros que passam deveriam ser professores da universidade e não calouros”, afirma.

Antônio conta que a esposa e os filhos não se surpreenderam com a aprovação, mas as netas, que cursam Medicina e Psicologia, ficaram animadas.

“A esposa estava acreditando que eu ia passar, acho que por isso não ficou surpresa. Já as minhas netas me mandaram mensagem dizendo que iam contar para todo mundo que o avô delas passou no vestibular”, se diverte.

Sem pensar em parar, o aposentado já pensa no futuro. Ele pretende estudar para passar em medicina neste ano.

“No fim de ano vou fazer vestibular para medicina, vou estudar para passar. Mas, não vou fazer cursinho, porque passar após fazer cursinho não dá graça”, conta Antônio Tunouti.

Para Antônio Tunouti, a lição que fica sobre isso tudo isso é: “A pessoa que tem 40 ou 50 anos e está pensando em fazer vestibular não precisa ter vergonha, crie coragem, ainda dá tempo de fazer um curso e trabalhar na área”, concluiu.

 

Com G1

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