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As alternativas das carnes suína e de frango para as festas de final de ano – por Dilceu Sperafico

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(Foto: Divulgação)

Pode parecer contraditório, mas o crescimento das exportações de carne bovina, in natura e/ou processada, que somaram 180.251 toneladas em novembro último, proporcionando receitas de 845 milhões de dólares e elevando os preços do produto no mercado interno, não beneficiaram apenas criadores, especialmente de animais confinados, e frigoríficos.

Na verdade, o crescimento das exportações não elevou somente os preços da carne bovina em 35,5% nos principais centros consumidores do País, pois os valores da carne de frango subiram 17,8% e da carne suína em 13,3%, com resultados igualmente favoráveis para criadores e abatedouros de aves e porcos, como é o caso do Oeste do Paraná.

Em relação à carne bovina, se as vendas se mantiverem elevadas ao longo do mês de dezembro, o Brasil pode bater todos os seus recordes históricos, tanto em volume como em receita nas exportações do produto, ultrapassando 7,2 bilhões dólares e volume de dois milhões de toneladas.

Até o final de novembro, o País exportou 1.681.9991 toneladas e as receitas somaram 6,73 bilhões, com crescimento de 13% em volume e de 10% em divisas, na comparação com os números do ano passado.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no mês de novembro último as exortações de carne bovina somaram 158.240 toneladas, com receitas de 617 milhões de dólares, o que significou crescimento de 14% no volume e de 37% nas receitas em 2019.

Tal volume de exportações de carne bovina, não se refletiu apenas na elevação de preços, mas também na queda de vendas no mercado interno, o que beneficiou as carnes de frangos e de suínos, além de ovos, pois a tradição dos brasileiros é consumir algum tipo de proteína animal, sempre que possível.

Mesmo que ainda não se saiba da elevação das vendas de carnes de frangos e suínos no mercado nacional, o Oeste do Paraná e especialmente Toledo, certamente contribuíram bastante para o atendimento do crescimento da demanda.

Somente a unidade industrial da então Sadia, hoje BRF, de Toledo, por exemplo, abate 7,5 mil suínos e produz 1.045 toneladas de carne suína e derivados por dia, com exportação de 1,9 mil toneladas mensais para países de diversos continentes, como América, África e Ásia.

Para se ter ideia do significado e expressão desse volume de produção, somente o abate da unidade da BRF/Sadia garantiria a oferta de 7,51 quilos de carne e derivados de suínos, para o consumo diário de cada um dos 140 mil habitantes de Toledo, de todas as idades, escolaridades e categoriais sociais, da cidade e interior.

Já o abate diário de frangos na mesma indústria atingia 285 mil aves em 2018, com produção de 660 toneladas de carne e derivados no período e exportação de 4,3 mil toneladas mensais desses produtos, para países das Américas, África, Extremo Oriente e Ásia.

Se cada toledano, seja ele adulto, idoso, jovem ou criança, desejasse e  pudesse, com apenas a produção da unidade industrial da BRF, poderia consumir 4,74 quilos de carne de frango e 7,51 quilos de carne suína e/ou derivados, durante todos os 365 dias do ano, o que equivaleria ao total de 12,25 quilos diários de proteína animal.

Os consumidores de Toledo e região, portanto, têm boas alternativas para as festas de final de ano, enquanto persistirem os valores elevados da carne bovina nos mercados nacional e internacional.

 

*O autor é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

dilceu.joao@uol.com.br

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