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Ciclone no Sul do Brasil trará chuva, vento forte e ressaca do mar durante a semana

Ciclone extratropical começa a se formar no Rio Grande do Sul nesta segunda e trará chuva e vento forte neste começo de semana

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(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A MetSul Meteorologia alerta que um ciclone extratropical vai começar a se formar no Sul do Brasil nesta segunda-feira no Sul do Brasil, trazendo chuva, vento e o risco de alguns temporais localizados. O ciclone ainda vai deixar o mar agitado em uma extensa área da costa brasileira com forte ressaca nas praias.

Embora altamente contraintuitivo, o ciclone será uma má notícia para os gaúchos no seu começo por trazer mais chuva, mas muito positivo na sequência. Este tipo de sistema costuma impulsionar ar seco para o Rio Grande do Sul quando começa a se afastar. Por isso, passada a instabilidade deste início de semana, que não vai trazer novas enchentes de rios nos locais já castigados, o ciclone vai garantir vários dias seguidos sem chuva volumosa ou com sol e nuvens, proporcionando a baixa dos níveis de vários rios.

O que vai ocorrer? Uma série de pequenas áreas de baixa pressão vão se formar na altura do Rio Grande do Sul nesta segunda e depois darão origem a um centro de baixa pressão mais profundo na costa que vai caracterizar um ciclone extratropical maduro na costa entre terça e quarta-feira.

Com a ciclogênese (formação do ciclone), o tempo vai se instabilizar em grande parte do estado gaúcho nesta segunda com chuva e que em alguns pontos deve ser moderada a forte com volumes altos (30 mm a 50 mm) em poucas horas em pontos do Sul e do Leste do Rio Grande do Sul. Há possibilidade ainda de raios e temporais localizados.

Na terça-feira, o vórtice do ciclone vai estar sobre o mar junto ao litoral do Rio Grande do Sul e ainda provoca chuva por vezes forte a intensa no Sul gaúcho no começo do dia enquanto na maioria das regiões do estado cessa o risco de precipitação volumosa com o avanço de ar mais seco a partir do Oeste.

A circulação de umidade do sistema na costa, porém, ainda traz abundante nebulosidade e pode ter garoa ou chuva fraca em diferentes pontos do Rio Grande do Sul ao longo da terça, intercalada com aberturas de sol em vários locais do estado.

Na quarta-feira, o centro do ciclone estará sobre o Oceano Atlântico mais distante da costa do Sul do Brasil e se afastando do continente. O sol aparece com nuvens no estado, mas com momentos de maior nebulosidade. Ainda pode ocorrer chuva ou garoa isolada e passageira.

Na quinta-feira, a tempestade já estará mais distante da costa e o sol aparece com nuvens no Rio Grande do Sul, embora ainda ocorram momentos de maior nebulosidade em diversos pontos do estado por nuvens baixas ou nevoeiro, especialmente no início do dia.

Na sexta, por sua vez, o centro de ciclone vai se localizar muito longe do Rio Grande do Sul, no Atlântico, e o território gaúcho terá um dia com sol, nuvens e momentos de maior nebulosidade em que o céu pode ficar nublado ou encoberto em diversas localidades, principalmente no começo do dia por camadas de nuvens baixas ou nevoeiro.

EVOLUÇÃO DO CICLONE

Os mapas a seguir mostram as projeções de chuva e pressão atmosférica em superfície do modelo do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF) para esta segunda-feira, a terça e o começo da quarta-feira. Observa-se que a instabilidade maior e mais generalizada ocorre na segunda enquanto em parte da terça deve se limitar mais ao Sul gaúcho.

VOLUMES DE CHUVA

O ciclone vai trazer chuva para os três estados do Sul, mas, felizmente, não se projeta precipitação excessiva sobre as bacias dos rios que enfrentaram cheia, assim a chuva que virá com o sistema não causará um repique significativo de cheia nos rios que cortam os vales, no Jacuí e, por efeito, no Guaíba. Onde mais deve chover é nas bacias dos rios Gravataí, Sinos e nascentes do Caí, mas sem volumes que causem uma grande cheia.

Assim como se vê nos mapas, a tendência é que a chuva extrema fique sobre o mar. No continente, os maiores acumulados vão se dar no Leste do Sul do Brasil e no Leste de São Paulo com os volumes mais altos no Sul gaúcho, onde podem passar de 100 mm em alguns pontos. E

m Porto Alegre, por estar no Leste do Rio Grande do Sul, vai também chover, até com risco de forte intensidade em alguns momentos nesta segunda-feira, mas os volumes não serão tão altos quanto na última quinta, quando a cidade anotou de 100 mm a 150 mm. A média dos dados indica nas projeções 30 mm a 50 mm e nos cenários mais pessimistas precipitação de 50 mm a 75 mm.

O QUE O CICLONE TRARÁ DE VENTO

O ciclone extratropical estará na costa na terça com pressão atmosférica central ao redor ou abaixo de 990 hPa, ou seja, muito baixa. Naturalmente, o sistema vai provocar vento e que pode ser forte e com rajadas intensas em alguns pontos. O vento mais forte ocorre na terça, mas já começa a aumentar da tarde para a noite de segunda. O Sul gaúcho deve ser a área mais impactada pelo vento forte a intenso.

Na maior parte do Rio Grande do Sul, as rajadas de vento devem ficar entre 30 km/h e 60 km/h. Em Porto Alegre, na média, entre 50 km/h e 70 km/h. No Litoral Norte, entre 60 km/h e 80 km/h. No Sul gaúcho e no Litoral Sul, o vento nas rajadas pode atingir de 80 km/h a 100 km/h em alguns pontos com marcas isoladamente superiores. Fortes a intensas rajadas são previstas ainda na borda da Serra perto do litoral no Nordeste do Rio Grande do Sul e no Planalto Sul catarinense com rajadas acima de 100 km/h.

MAR GROSSO E FORTE RESSACA COM O CICLONE

O ciclone na costa do Sul do Brasil trará significativa agitação marítima com mar grosso a muito grosso no oceano, distante da costa, e moderada a forte ressaca nas praias do Sul e do Sudeste do Brasil no decorrer da semana que se inicia.

O grande campo de vento intenso do ciclone em alto mar vai gerar uma enorme área com vento forte a muito intenso em mar aberto, o que vai repercutir no litoral brasileiro com ressaca.

A Marinha do Brasil tem alertas de vagas (ondas) de até sete metros em mar aberto, longe da costa, na área litorânea do Sul do Brasil e de ressaca nas praias com ondas de até 3,5 metros. Ou seja, a ressaca poderá ser suficientemente forte para que o mar tome conta da faixa de areia e possa causar alguns danos em estruturas na beira da praia, como quiosques e calçadão. Em algumas praias do Sul e do Sudeste não protegidas por dunas, o mar pode avançar em ruas perto da praia.

Com MetSul

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