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Geral Preocupação

Falta de sol pode paralisar o desenvolvimento do milho safrinha

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Apreensão dos produtores fica por conta da falta de sol, que pode retardar o amadurecimento da cultura (Foto: Joni Lang/OP)

Passada a fase de estiagem, foi a vez da chuva e agora do frio deixar os agricultores de Marechal Cândido Rondon e região apreensivos quanto ao desenvolvimento do milho safrinha. Isso porque uma quebra de 14% já está confirmada na área de abrangência do Departamento de Economia Rural (Deral) de Toledo, vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

De acordo com a engenheira agrônoma do Deral, Jean Marie Ferrarini, o principal fator que causou esta quebra foi o período de estiagem que durou em torno de 40 dias no mês de abril, o que comprometeu o crescimento do milho safrinha. Ela menciona que neste momento a falta de sol pode ocasionar a paralisação do desenvolvimento da cultura, gerando uma nova redução na produtividade. “Com uma área de 423.325 hectares, a nossa previsão era colher 2,5 milhões de toneladas, o que foi revisado para 2,48 milhões de toneladas. As lavouras preenchidas com trigo somam 30.620 hectares e por enquanto não há estimativa de quebra por se tratar de uma cultura de inverno”, ressalta.

Em Marechal Rondon, 24,5 mil hectares estão cultivados com milho safrinha, cuja estimativa inicial era colher 5,8 mil toneladas, o que foi atualizado para próximo de cinco mil toneladas a partir da quebra preliminar de 14%. Apenas mil hectares estão ocupados por trigo, o que perfaz cerca de 4% da área.

NOVA REDUÇÃO

Jean Marie adianta que o clima intercalado por chuva e frio vai resultar em uma nova redução de produtividade, porém, o índice será avaliado na época da colheita, que ocorrerá entre julho e agosto. “É imprevisível analisar o rendimento do milho safrinha durante o inverno. Neste momento não é mais nem tanto o frio, mas, sim, esse clima de falta de sol e nebulosidade que paralisa o desenvolvimento da cultura”, salienta. “Mais para frente vai dificultar um pouco o amadurecimento do grão, o que provavelmente vai gerar uma perda que será computada ao fim da colheita, que será concentrada em agosto”, esclarece.

DIMINUIÇÃO DO POTENCIAL

De acordo com o engenheiro agrônomo Genésio Seidel, na área de atuação da Cooperativa Agroindustrial Copagril, igualmente a ampla maioria das lavouras cultivadas com milho safrinha estão na fase de frutificação devido ao atraso no plantio ocasionado pela primeira safra deste ano. “Muitas áreas foram semeadas no fim de fevereiro e nos primeiros dias de março, por isso estão em frutificação, no entanto, há lavouras na fase de maturação”, reforça.

Em relação à produtividade, ele pontua que há maior variação quando o milho safrinha é semeado no início do ano, pois entre janeiro e fevereiro os dias têm duração mais longa. “Aliado a isso, é necessário o produtor rural optar por materiais com potencial mais alto, diminuindo o risco de ser atingido pela geada e, consequentemente, ter melhor resultado na hora da colheita”, enaltece. “No fim de fevereiro os dias vão encurtando e o produtor diminui o investimento nessas áreas até por saber que o potencial reduz devido à época de plantio e do risco de geada, então alguns agricultores optam por materiais com potencial menor, diminuem a aplicação em adubação, de forma que a perda de potencial se apresenta natural quando existem essas condições”, complementa.

PARALISAÇÃO

Inicialmente, foi a estiagem que teimava em encerrar. Depois, veio a chuva. Agora as temperaturas oscilando de amenas a frias, intercaladas com chuva, são os fatores que trazem à luz a possibilidade de redução no desenvolvimento da cultura. “A paralisação torna o ciclo do milho safrinha prolongado, de modo que o risco de perda existe, pois leva mais tempo para evoluir. Só a partir da colheita para saber se isso vai acontecer e avaliar quanto pode representar”, expõe Seidel.

Embora existam esses fatores como época do plantio, seca, chuva, frio e falta de sol, o agrônomo diz que ainda há expectativa de produções boas, o que deve variar de 200 a 250 sacas por alqueire dependendo do investimento do produtor. “O x da questão para o bom desempenho na produtividade está relacionado aos investimentos e cuidados do agricultor com a sua lavoura”, reforça.

Leia a matéria completa na edição impressa de O Presente que circula nesta sexta-feira (08).

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