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Leitos hospitalares: luz sobre informações viesadas – por Edison Luiz Leismann

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Foto: Divulgação

Tem esse artigo o objetivo de esclarecer, não de polemizar. Portanto, vou passar aqui informações técnicas para que você, leitor, compreenda o que de fato acontece.

Um hospital com 240 leitos, cujos pacientes permaneçam em média seis dias internados, apresenta diariamente, em média, 40 altas [(240/6)=40)]. As altas ocorrem em qualquer momento durante o dia ou à noite. Todavia, para melhor gestão dos leitos e das vagas hospitalares, no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) trabalhamos para que essas altas ocorram de manhã, preferencialmente antes das 10 horas. Após as altas, os leitos precisam ser higienizados. Esse processo ocorre depois do comunicado da alta e de o paciente ter de fato deixado o leito hospitalar, obviamente. Dura em torno de uma a duas horas e depende de disponibilidade de pessoal naquele momento. Mas o processo tem sido ágil. Portanto, em determinado momento, entre 09 horas e 14 horas, é possível que se tenham 40, 30 ou 20 leitos em processo de preparação, o que é normal. Evidentemente, esses leitos serão ocupados com os aceites de pacientes por transferências externas (Samu, Siate, Central de Leitos) ou internas (do pronto socorro ou das salas cirúrgicas). Há também os pacientes que são chamados para internamento para a realização de cirurgias eletivas (que estão em trânsito). Há casos de pacientes em exame, no banheiro, em trânsito, ou seja, o leito “está vazio”, mas não está vazio.

O HUOP é um hospital terciário, ou seja, somos preparados e temos um custo para atendimentos de alta complexidade. Quando nossos leitos são tomados por pacientes de baixa complexidade, passamos a atender (com custo de alta complexidade) esses pacientes que poderiam e deveriam ser atendidos em outro local. Pior, deixamos de atender os pacientes para os quais estamos preparados. Quando cancelamos cirurgias eletivas, normalmente de média e alta complexidade, deixamos de atender a população da região Oeste do Paraná. É correto isso?

Os leitos de um hospital, geralmente, são divididos em especialidades. Por exemplo, em determinado momento foram identificadas 11 vagas na Pediatria, 4 vagas na Ginecologia, 5 vagas na Psiquiatria e 13 vagas na Ortopedia. Total, 33 vagas. Todavia, todos os pedidos de vagas de ortopedia já tinham sido atendidos. Outros pedidos não poderiam, obviamente, ocupar as vagas da Psiquiatria ou da Pediatria. Concorda?

Somos um Hospital Universitário. Formamos especialistas (residências médicas e multiprofissionais). Quem regula essas residências é o Ministério da Educação. Levamos 16 anos para estruturarmos essas residências. A formação de novos profissionais na graduação e nas residências é parte da nossa missão. Respeitem isso. Respeitem também nossos servidores, que diariamente dedicam a sua vida ao atendimento à nossa população. Temos atendido acima do que somos contratados. Sistematicamente atingimos 100% das metas contratadas. Somos um prestador de serviços do SUS e temos feito isso com eficiência e eficácia.

Por fim, vamos por “água na fervura”. Vamos conversar.

Nosso HUOP não pode ser utilizado para fazerem proselitismo político.

 

Edison Luiz Leismann é professor da Unioeste, com pós-doutorado em Administração e doutorado em Economia Aplicada, e diretor-geral do HUOP

huop.direcaogeral@unioeste.br

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