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Geral Contorno Sul

Lideranças avaliam uso do Anel Viário, quase um ano e meio depois dele ser liberado ao tráfego

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(Foto: Sandro Mesquita/OP)

Autoridades do trânsito rondonense avaliam como positiva a utilização do trecho, que vem sendo usado por mais de 90% dos motoristas de caminhões com carga pesada ou viva

 

Quase um ano e meio após a liberação do Anel Viário, também conhecido por Contorno Sul, para o tráfego, a reportagem do O Presente conversou com o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Welyngton Alves da Rosa, e com o comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar (PM), tenente Daniel Zambon, para avaliar a utilização da via e saber se as mudanças no trânsito atingiram os objetivos esperados.

Welyngton destaca a importância da obra e faz uma avaliação extremamente positiva a respeito da utilização do trecho, que, segundo ele, vem sendo usado por mais de 90% dos motoristas de caminhões com carga pesada ou viva. “Percebemos uma melhora sensível no fluxo de veículos na Rua Minas Gerais e na Avenida Rio Grande do Sul, após a implantação do Anel Viário”, afirma, lembrando que alguns caminhoneiros ainda insistem em circular pelas ruas centrais. “Mas tenho certeza que com o passar do tempo os caminhoneiros criarão o hábito e o Anel Viário será utilizado 100% por esses motoristas”, enaltece.

O secretário faz uma ressalva em relação aos caminhões que estão autorizados a fazer carga e descarga de mercadorias nas ruas do centro nos horários previstos pelo decreto municipal nº 423 de 2015, que estabelece regras e pauta a zona central de tráfego. “O horário de carga e descarga nas ruas do centro é das 07 às 09 horas e das 16 às 19 horas”, salienta.


Secretário de Mobilidade Urbana, Welyngton Alves da Rosa: “Os caminhões com carga viva e demais mercadorias que estão apenas de passagem pela cidade precisam obrigatoriamente circular pelo Anel Viário” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

NOVA TRAVESSIA ELEVADA

Nesta semana, a Secretaria de Mobilidade Urbana coordenou a implantação de uma travessia elevada na pista sentido bairro/centro na Avenida Rio Grande do Sul, nas proximidades do acesso ao Anel Viário. O propósito da implantação, segundo a prefeitura, é forçar a diminuição da velocidade dos veículos para facilitar o acesso dos caminhões tanto na avenida quanto no Anel Viário.

De acordo com chefe da pasta, a instalação da travessia elevada segue as normas e diretrizes estabelecidas pelo órgão responsável. “Ela atende à resolução 0600 do Conselho Nacional de Trânsito (CNT), que estabelece as medidas para lombadas e travessias elevadas”, pontua.

Welyngton explica que a pintura da faixa de pedestre na travessia elevada não foi feita logo após a implantação da mesma porque é necessário um prazo de 48 horas para o revestimento asfáltico secar. “Não adianta fazer a pintura sem esperar esse prazo, porque a asfalto absorve a pintura e a tinta desaparece”, comenta.

Outra possibilidade estudada para melhorar o acesso no local, conforme o secretário de Mobilidade Urbana, foi a instalação de uma rotatória ou de um semáforo na Avenida Rio Grande do Sul com o acesso ao Anel Viário. “Não cabe uma rotatória nesse local porque as carretas não conseguiriam entrar na avenida por conta do ângulo de conversão não ser suficiente”, aponta.

Por conta desse tempo de espera, ele informa que foi feita uma faixa na cor amarela em frente à travessia e implantados dispositivos conhecidos como “olho de gato” para chamar a atenção dos motoristas. “Além disso, as placas indicativas de travessia elevada foram instaladas há mais de 30 dias”, relata.

Em relação ao semáforo, o secretário diz que a ideia foi descartada por conta da demora para cada caminhão fazer a conversão na Avenida Rio Grande do Sul. “Se dois ou três caminhões parassem no sinal fechado para adentrar, quando o semáforo abrisse somente um veículo conseguiria fazer a conversão, o que causaria filas muito longas”, salienta.

 

TREVO GUARANI

O trevo do Clube Guarani sempre foi considerado pela Secretaria de Mobilidade Urbana uma das interseções que oferecia risco aos usuários da via.

Após um grave acidente ocorrido no local, quando uma pessoa morreu e outra ficou gravemente ferida, a prefeitura reforçou a sinalização e descartou a instalação de uma lombada no trevo, o que, segundo Welyngton, geraria outros transtornos. “Isso dificultaria a circulação dos caminhões e provavelmente eles buscariam rotas alternativas dentro da cidade”, menciona.

O secretário conta que algumas pessoas sugeriram a implantação de redutores de velocidade, como radares e lombada eletrônica no local, no entanto, ele salienta que não é possível por conta do trânsito não ser municipalizado. “A prefeitura tem a incumbência de sinalizar as vias e a Polícia Militar (PM), representando o Governo do Estado, tem a obrigação de fiscalizar”, reitera.

 

REDUÇÃO DE ÓBITOS

Conforme Welyngton, a complexidade do trânsito do município exige melhorias e readequações constantemente. Ainda de acordo com ele, essas alterações e ajustes estão surtindo efeitos positivos, como a redução de mais de 90% de óbitos em decorrência de acidentes na cidade. “A nossa intenção é diminuir os acidentes e preservar vidas, e esse objetivo está sendo alcançado”, afirma.

O secretário reitera a necessidade de que todas as pessoas que integram o trânsito, seja motorista, ciclista, motociclista ou pedestre, façam sua parte para que ele seja dinâmico e seguro para todos. “Pedimos para que as pessoas dirijam com atenção, respeitando a sinalização. Assim, todos só têm a ganhar”.

 

FISCALIZAÇÃO

O trabalho de orientação, fiscalização e notificação no trânsito rondonense é realizado pela 2ª Companhia da Polícia Militar. Conforme o comandante da PM de Marechal Rondon, tenente Daniel Zambon, as fiscalizações de trânsito ocorrem por amostragem e são feitas pelas equipes da Rádio Patrulha (RPA), composta por policiais habilitados para fazer o serviço de trânsito. “Esses policiais são credenciados junto ao Departamento de Trânsito (Detran) como agentes de trânsito e ficam incumbidos de quando presenciarem infrações fazerem as notificações”, explica.

Zambon afirma que não é possível especificar quantas notificações por tráfego de veículos pesados foram aplicadas desde a proibição da circulação nas ruas centrais da cidade, no entanto, segundo ele, as equipes do trânsito realizam entre 160 e 200 autuações todos os meses.

O tenente ressalta que não são apenas os policiais habilitados da 2ª Companhia que podem aplicar multas. “Temos policiais credenciados no Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), na Rotam, além de outros policiais militares que por ventura estejam na cidade em operações”, menciona. “Temos todo esse efetivo empenhado em garantir a fiscalização de trânsito através das ações repressivas, ou seja, quando da autuação por meio da notificação ou até o recolhimento do veículo”, salienta.

 

OPERAÇÕES

De acordo com o comandante, as operações especiais de trânsito acontecem de forma pontual, conforme a demanda da sociedade, seja ela por causa de um grande número de infrações ocorrendo em determinada região ou quando constatada a ocorrência de acidentes em algum ponto. “Neste caso, passamos a fiscalizar esse local de modo a chamar a atenção dos motoristas que estejam cometendo infração para que haja prevenção”, expõe.

 


Comandante da PM de Marechal Rondon, tenente Daniel Zambon: “Os motoristas de caminhão precisam entender que para que haja a mobilidade segura de pedestres, ciclistas e veículos pequenos é necessário que o trânsito desses caminhões aconteça no Anel Viário” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

MOTIVOS

Mesmo com todas as sinalizações orientando os motoristas de caminhão sobre os pontos de acesso ao Anel Viário para evitar transtornos e até mesmo acidentes, alguns deles ainda insistem em desobedecer às normas de trânsito e, assim, tiram a tranquilidade de moradores, colocando em risco a população.

Conforme Zambon, cada motorista tem motivos específicos, mas muitos cometem as infrações para encurtar a distância mesmo sabendo da fiscalização existente no local e que poderão ser multados. “Acredito que a maioria tenha consciência e que pratica esse tipo de infração devido ao costume ou falta bom senso para entender que é necessário que a circulação desses caminhões aconteça nas vias adequadas”, frisa.

O comandante da PM destaca que o trânsito depende também da boa conduta dos motoristas para prevenir acidentes e preservar a vida. “É necessário que haja respeito entre todos e que as leis de trânsito sejam seguidas”, reforça.

 


Reconstrução do Anel Viário começou em julho de 2019 e custou aos cofres públicos aproximadamente R$ 3,5 milhões, recursos oriundos de convênios com o Estado (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 


Trevo do Clube Guarani é um dos pontos mais perigosos do Anel Viário. No local já aconteceram vários acidentes, inclusive com vítima. As melhorias na sinalização ajudaram a diminuir o número de acidentes graves (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 


Faixas de pedestre na nova travessia elevada na Avenida Rio Grande do Sul foram pintadas na sexta-feira (12) (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 


Mesmo com toda a sinalização e fiscalização da Polícia Militar, alguns motoristas de caminhão continuam trafegando em ruas do centro (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

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