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“Obras e ações sociais terão continuidade com foco especial no Oeste”, diz novo diretor-geral de Itaipu

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Diretor-geral de Itaipu, general João Francisco Ferreira: “A renegociação do Anexo C é um assunto que está sendo tratado com competência por pessoas qualificadas. Procurarei acompanhar e contribuir para que cheguemos a um acordo que beneficie os dois países de forma igualitária” (Foto: Sara Cheida/Itaipu)

Há pouco mais de dez dias no comando de Itaipu, o diretor-geral brasileiro, general João Francisco Ferreira, segue sua “imersão” pelas áreas da usina, focado no propósito de dar continuidade ao trabalho de seu antecessor, o general Joaquim Silva e Luna, que está prestes a se tornar presidente da Petrobras.

O novo comandante da hidrelétrica líder mundial em produção de energia limpa e renovável já está morando em Foz do Iguaçu e diz que aceitou o desafio assim como fez em toda a sua vida, no Exército ou fora dele. “Sempre aceitei as missões que me encarregavam com muita vontade e empenho. E é esta a minha disposição agora”, enaltece.

Segundo Ferreira, as obras e ações sociais vão continuar no Paraná, com foco especial na região Oeste. Ele lembra que só em obras estruturantes a Itaipu está investindo em torno de R$ 2,5 bilhões, em aportes que geram atualmente 2,5 mil empregos. Confira a entrevista.

 

Como o senhor recebeu o convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir a diretoria-geral brasileira de Itaipu?

João Francisco Ferreira (JFF): Primeiro, com surpresa. Depois, com imensa satisfação de ter meu nome lembrado pelo presidente para um cargo (que era) ocupado por esse grande homem que é o general Silva e Luna, meu companheiro de jornada e meu amigo. É claro que para mim é um desafio muito grande, mas em toda a minha vida, no Exército ou fora dele, sempre aceitei as missões que me encarregavam com muita vontade e empenho. E é esta a minha disposição agora.

 

Quais são suas impressões iniciais, agora vivenciando a Itaipu sob uma nova perspectiva, a de quem faz parte dela?

JFF: A primeira impressão foi de perceber o poder que o homem tem de construir uma obra gigantesca em benefício de dois povos irmãos. Na primeira semana, pude conhecer mais a fundo o que é e o que representa esta usina, nos mais variados sentidos. Desde a questão da energia, que depois dos recordes de produção, agora tem recordes de produtividade. Não há desperdício de água, o que é fundamental num período de escassez hídrica como o que vivemos. É na crise que se aprende a valorizar o que temos ou o que precisamos. E já aprendi que, em Itaipu, nossos engenheiros e técnicos sabem que cuidar da água é vital, e é por isso que a usina conquista prêmios pelos cuidados com o meio ambiente. Sem esses cuidados, a escassez de água seria ainda mais grave. Mas aprendi bem mais nesses primeiros dias, nas conversas que mantive com o general Silva e Luna, que agora vai presidir a Petrobras, com diretores e com empregados em geral. Percebi que fui bem recebido, talvez porque o presidente Bolsonaro não me pediu para mudar nada do que vem sendo feito, e sim para dar continuidade ao trabalho do meu antecessor.

 

Qual a importância de residir na cidade-sede da usina?

JFF: Eu e minha esposa Tania já estamos morando em Foz do Iguaçu, o que também faz toda a diretoria, e estamos muito felizes aqui. Foz é uma boa cidade, tem infraestrutura, tem belezas únicas e, principalmente, tem um grande futuro, o qual Itaipu está ajudando a construir. E hoje já entendo a importância da gestão centralizada na cidade que sedia Itaipu na margem brasileira. Estamos todos aqui, diretores, altos funcionários, empregados em geral, vivendo a mesma realidade e podendo tocar nosso emprego como gente de Itaipu e nossa vida fora da empresa como iguaçuenses, esta cidade que estou conhecendo melhor agora. Mas já conheço muito bem a vida da fronteira e também como é a vida no Paraguai, onde trabalhei dois anos e aprendi a respeitar esse povo amigo. Sinto-me em casa.

 

Quais as suas prioridades da gestão e, na sua avaliação, os principais desafios no cargo de diretor-geral brasileiro da Itaipu?

JFF: Minha prioridade, como disse anteriormente, é a continuidade do que o general Silva e Luna fazia e faria se continuasse no cargo. Porém, sei que há muitos desafios. Manter os altos níveis de energia, com novos recordes, será difícil, porque não depende apenas das mãos e cérebros de nosso pessoal, mas de uma ajudazinha divina, para que o clima colabore e mande mais água para a bacia do Rio Paraná. E também para hidrelétricas de outras regiões, claro, porque elas produzem energia renovável e bem mais barata do que a produzida pelas térmicas, por exemplo. Mas o que pudermos fazer, faremos. A atualização tecnológica de Itaipu, uma usina que vai completar em maio 37 anos desde o início da produção de energia, é vital. E continuaremos esse processo, para que nossa usina seja moderna daqui a dez, 20 anos. É surpreendente a qualidade de suas máquinas e de seus técnicos, porque mantêm equipamentos antigos com uma capacidade impressionante de produção, como se fosse uma usina nova. Quando o presidente Bolsonaro falou em continuidade, entendi, logicamente, que isso também significa manter o financiamento e o acompanhamento das obras estruturantes, como ouvi dizerem aqui. Entendo que serão talvez o maior legado de um empreendimento hidrelétrico no país, que se somará aos benefícios que Itaipu já proporciona com a geração de energia, o pagamento de royalties, de ICMS e tantos outros.

Quanto à renegociação do Anexo C, é um assunto que está sendo tratado com competência por pessoas qualificadas. Procurarei acompanhar e contribuir para que cheguemos a um acordo que beneficie os dois países de forma igualitária, e para que Brasil e Paraguai continuem sendo bons parceiros, não só em Itaipu, mas em tudo que for possível.

 

Qual a importância do quadro de empregados neste contexto? Como pretende conduzir a relação com os paraguaios?

JFF: Brasileiros e paraguaios que trabalham em Itaipu têm as mesmas características de amor ao que fazem, de fazer bem e de tornar essa usina referência nas mais diversas áreas. O quadro de empregados, seja de brasileiros ou de paraguaios, é o grande diferencial de nossa usina. Já chamo de “nossa”, porque me sinto parte desta empresa e colega de todos. O empregado precisa ser valorizado no que faz, no que contribui para tornar esta usina referência mundial. E isso vale para cada função, porque o todo é feito de pequenas partes, sem as quais não seria o que é.

 

O Presente com agências

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