Geral Atlas da Violência
Paraná registra 35.729 homicídios em dez anos
Em 2016, 3.080 pessoas foram assassinadas no Paraná, o que corresponde a uma taxa de 27,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. Os dados são do Ministério da Saúde divulgados na segunda-feira (05) no Atlas da Violência 2018, apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), e que analisa dados de 2006 até 2016. Neste período de 11 anos foram 35.729 homicídios no Estado.
Apesar de ter um número ainda alto de mortes violentas provocadas e uma taxa que também está próxima da nacional (30,3), os números mostram uma redução entre os anos analisados. No Paraná a taxa de homicídios caiu 8,1%. Em 2006 era de 29,8. Também deve ser considerado o tamanho da população. Em 2006 o Paraná tinha estimados 10.387.408 habitantes e em 2016 eram 11.242.720, um crescimento de 8,2%, coincidentemente o tamanho da redução da taxa de homicídios.
A posição do Paraná no ranking nacional – analisando apenas a taxa de homicídio – é intermediária. Não está entre os mais altos, nem entre os mais baixos. Todos os estados que lideram a taxa de letalidade estão na Região Norte ou no Nordeste – Sergipe (64,7 para cada 100 mil habitantes), Alagoas (54,2), Rio Grande do Norte (53,4), Pará (50,8), Amapá (48,7), Pernambuco (47,3) e Bahia (46,9).
As taxas mais baixas são de São Paulo (10,9), Santa Catarina (14,2), Minas Gerais (22) e Mato Grosso do Sul (25). As maiores variações na taxa foram observadas em São Paulo, onde houve redução de 56,7%, e no Rio Grande do Norte, que registrou aumento de 256,9%.
Em números absolutos, a Bahia lidera o ranking, com 7.171 homicídios em 2016, seguido do Rio de Janeiro, com 6.053 mortes provocadas naquele ano. São Paulo (4.870), Minas Gerais (4.622), Pernambuco (4.447) e Pará (4.223) também se destacam.
Evolução
O estudo mostra que no Paraná foram 3.098 homicídios em 2006. Os anos seguintes foram os mais violentos, com crescimento ano a ano das ocorrências – 3.105 (2007), 3.445 (2008), até atingir o ápice em 2009, com 3.698 homicídios registrados e taxa de 34,6 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
Os anos seguintes foram de quedas seguidas até o Estado atingir seu menor número do período em 2015, com 2.936 mortes, e taxa de 26,3. A má notícia é que em 2016 as ocorrências sobem para os 3.080 homicídios, uma alta de 4,2% em relação a 2015.
Atlas da Violência 2006 a 2016
Ano |
Homicídio |
Taxa por 100 mil habitantes |
2006 |
3.098 |
29,8 |
2007 |
3.105 |
29,5 |
2008 |
3.445 |
32,5 |
2009 |
3.698 |
34,6 |
2010 |
3.586 |
34,3 |
2011 |
3.376 |
32,1 |
2012 |
3.489 |
33,0 |
2013 |
2.936 |
26,7 |
2014 |
2.980 |
26,9 |
2015 |
2.936 |
26,3 |
2016 |
3.08 |
27,4 |
Taxa fica estável a partir da lei do desarmamento, em 2013
Os pesquisadores que trabalharam na tabulação dos dados do Atlas da Violência 2018 ressaltam a importância de uma política de controle responsável de armas de fogo para aumentar a segurança de todos. Segundo a pesquisa, entre 1980 e 2016, 910 mil pessoas foram mortas por perfuração de armas de fogo no país. No começo da década de 1980, os homicídios com arma de fogo eram 40% do total e chegou a 71,1% em 2003, quando foi implantado o Estatuto do Desarmamento. A proporção se manteve estável até 2016.
O levantamento aponta, ainda, que os estados onde houve maior crescimento da violência letal são os mesmos onde cresceu a vitimização por arma de fogo. Segundo a análise, a taxa de homicídios no Brasil corresponde a 30 vezes a da Europa, e o país soma 553 mil pessoas assassinadas nos últimos dez anos.
Juventude negra
A violência letal contra jovens continua se agravando nos últimos anos e já responde por 56,5% das mortes de homens entre 15 e 19 anos de idade no país. Na faixa entre 15 e 29 anos, sem distinção de gênero, a taxa de homicídio por 100 mil habitantes é de 142,7, e sobe para 280,6, se considerarmos apenas os homens jovens.
Com Bem Paraná