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Geral 105 Mísseis Lançados

Pedido russo de condenação a ataques na Síria é rejeitado em reunião de emergência da ONU

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Omar Sanadiki/Reuters

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas rejeitou neste sábado (14) resolução russa que pedia uma condenação dos ataques à Síria. A minuta da resolução proposta pela Rússia considerava que o ataque dos EUA e de aliados ao regime sírio representa uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.

Na resolução, a Rússia pedia ainda às três nações que orquestraram o ataque (França, Reino Unido e Estados Unidos) que evitassem no futuro o uso da força contra o regime de Bashar al-Assad.

Contudo, o pedido russo não vingou no Conselho de Segurança. Isso porque apenas a Rússia, a China e a Bolívia votaram a favor do projeto. Oito países votaram contra a proposta, enquanto quatro se abstiveram. As informações são da agência Efe e Reuters.

Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU precisa de nove votos a favor e nenhum veto pela Rússia, China, França, Reino Unido ou Estados Unidos para ser aprovada.

A agência France Presse informa que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, abriu a reunião com um pedido por uma ação “de acordo com a carta da ONU”. Mas, durante o encontro, as delegações dos Estados Unidos, França e Reino Unido – países que planejaram a ofensiva – defenderam os ataques com mísseis realizados contra vários alvos em território sírio.

 

Foto: Eduardo Munhoz/Reuters

 

A ofensiva dos Estados Unidos e aliados foi orquestrada após controvérsias envolvendo o uso de armas químicas na Síria. Opositores sírios, agentes humanitários e paramédicos alegam que mais de 40 pessoas foram mortas no último dia 07 em um ataque químico em Douma, cidade controlada por rebeldes na região de Ghouta Oriental, na periferia de Damasco, a capital da Síria.

Por isso, de acordo com os EUA e aliados, a ação teve por dentre seus alvos centros de pesquisa relacionados à produção desses armamentos. Tanto a Síria como seus aliados negam as ofensivas com armas químicas. A Rússia diz que argumento do uso de armas químicas é um enredo “pré-programado”.

Após o ataque, o Exército sírio informou que a ação deixou três civis feridos após alguns mísseis que estavam indo para uma posição militar em Homs serem desviados de sua trajetória. O Pentágono, por sua vez, diz que não há vítimas.

 

Foguete Tomahawk disparado por navio norte-americano em ataque a alvos na Síria (Foto: Lt. j.g. Matthew Daniels/U.S. Navy via AP)

 

Na ação, três alvos foram atingidos, segundo o Pentágono: um centro de pesquisa e produção de armas químicas e biológicas em Damasco, um armazém de armas químicas em Homs (a leste de Damasco) e uma base na mesma cidade que também teria armas químicas.

No total, 105 mísseis foram lançados contra os três alvos na Síria, ainda segundo o Pentágono. É quase o dobro da quantidade de armamento usada no ano passado, quando os norte-americanos reagiram a outro ataque químico atribuído ao regime de Assad que deixou 86 mortos.

Nações sobem o tom após ataque; funcionário da ONU pede “moderação”
O ataque na Síria tem colocado Rússia e Estados Unidos em posições antagônicas, com ambas as nações subindo o tom em sua defesa de posições. O discurso está em torno de quem tem agravado a crise humanitária na Síria: se os Estados Unidos com o ataque; ou se a própria Síria com a continuação de seu suposto programa de produção de armas químicas.

Enquanto Donald Trump tem comemorado no Twitter que a missão contra centros de pesquisa produtores desses armamentos foi cumprida; a Rússia diz que os Estados Unidos pioraram ainda mais a catástrofe humanitária na Síria.

A Rússia é uma das principais aliadas do regime de Bashar al-Assad, enquanto os Estados Unidos tentam ações na Síria para conter o avanço do Estado Islâmico.

Outros países também se pronunciaram veementemente em relação ao ataque na Síria. O governo Arábia Saúdita, aliado de Washignton, disse que os bombardeiros ocorreram devido “ao contínuo uso de armas químicas proibidas contra civis inocentes”. A ministra das relações exteriores da China, Hua Chunying, condenou a ação e pediu diálogo. O grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do governo sírio, afirmou que a guerra lançada contra a Síria “não alcançará seus objetivos”.

Já a posição emitida por funcionários da ONU, contudo, vai no sentido de moderação diante de atuais “circunstâncias perigosas”. Neste sábado (14), António Guterres, secretário-geral da ONU disse que o Conselho de Segurança da entidade tem como “principal responsabilidade a manutenção da paz”.

 

Centro de pesquisa científica na Síria, destruído após ataque coordenado de EUA, França e Reino Unido, em 13 de abril de 2018 (Foto: Omar Sanadiki/Reuters)

 

Com informações do G1

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