Fale com a gente

Geral quatro em cada cinco mortes

Testagem e rastreamento evitariam óbitos por Covid-19, afirmam especialistas

Publicado

em

(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

A médica e diretora-executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, ouvida ontem (24) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, disse que várias medidas deveriam ter sido tomadas para evitar as mortes por Covid-19. Dentre elas, garantir mais informação e investimento para a população.

A médica apresentou um levantamento indicando que pelo menos 120 mil mortes poderiam ter sido evitadas com medidas não farmacológicas, como distanciamento, testagem e rastreamento. O estudo não considerou o impacto da vacinação e foi realizado pelo Grupo Alerta, formado por entidades da sociedade civil, como Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Oxfam Brasil, Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e Anistia Internacional Brasil.

“A gente poderia ainda no primeiro ano de história da pandemia ter salvo 120 mil vidas. E não são números. São pais, são mães, são irmãos, são sobrinhos, são tios, são vizinhos. A gente poderia ter salvo pessoas, se uma política efetiva de controle, baseada em ações não farmacológicas, tivesse sido implementada”, disse Jurema Werneck.

O epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), estimou que quatro em cada cinco mortes pela Covid-19 no Brasil poderiam ter sido evitadas se o governo federal tivesse adotado outra postura diante da doença.

Segundo Hallal, o cálculo considera que 2,7% da população mundial vive no Brasil, mas o país concentra 13% das mortes. O levantamento estima quantas mortes por Covid-19 teriam ocorrido no país se ele tivesse tido um desempenho na média mundial. Para o epidemiologista, o tempo para aquisição de vacinas e o ritmo lento da imunização resultaram em ao menos 95 mil mortes segundo Hallal.

“Nós fizemos uma análise que estimou que especificamente o atraso na compra das vacinas da Pfizer e da CoronaVac resultou em 95,5 mil mortes. E logo depois, outros pesquisadores analisaram os dados não especificamente dessas vacinas, mas o ritmo da campanha de vacinação que teria sido, caso tivéssemos adquirido, e eles estimaram 145 mil mortes especificamente pela falta de aquisição de vacinas tempestivamente pelo governo federal”, afirmou.

 

Próxima sessão

Na reunião desta sexta-feira (25), serão ouvidos a partir das 14h o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Eles vão falar sobre supostas irregularidades na contratação de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. O imunizante contra a Covid-19 é produzido pela farmacêutica indiana Bharat Biotech, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos.

Ao abrir a sessão desta quinta-feira, Omar Aziz anunciou que enviou à Polícia Federal um pedido de proteção aos dois depoentes.

Na quarta-feira (23), o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, afirmou que, por determinação do presidente Jair Bolsonaro, o governo vai mandar a Polícia Federal (PF) investigar declarações de Luís Miranda.

 

Com Agência Brasil

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente