Fale com a gente

Geral Entre os 55 do país

Toledana nota mil na redação do Enem diz que estudou em casa; ela espera entrar em Medicina

Publicado

em

Gabriela espera conquistar uma vaga na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em Cascavel (Foto: Divulgação/Facebook)

Após a divulgação do resultado do Enem, muitos estudantes comemoram as notas obtidas, enquanto outros lamentam e ficam na apreensão pela chegada do Sisu, sistema para se candidatar as vagas no Ensino Superior. Uma minoria, no entanto, tem algo a mais para exaltar. Segundo o Inep, autarquia responsável pelo Enem, dos 4,1 milhões de candidatos, somente 55 tiraram mil na redação.

Nesse pequeno contingente de pessoas está a estudante Gabriela Correa de Araújo, de 21 anos. Moradora de Toledo, ela passou o ano estudando por conta própria na tentativa de conseguir uma boa nota para ingressar no curso de Medicina.

Ao saber que fazia parte do seleto grupo de 55 pessoas com nota mil na redação, ela mostrou-se surpresa. O mesmo não ocorreu quando deparou-se com o tema da prova:”Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”.

“Era um tema que eu tava batendo na tecla faz tempo, pensando muito. Juntei um pouco sobre a questão dos dados e ditadura. Falei que estamos vivendo em uma ditadura dos dados e não estamos percebendo. Já tinha estudado muito sobre isso, era algo que estava acontecendo e sendo discutido”, relata a estudante.

No dia da prova, Gabriela escreveu três versões do texto durante as 05h30 de provas que tinha para realizar a redação e 90 questões de múltipla escolha de Linguagens e Ciências Humanas. O segredo para obter um bom desempenho no exame, segundo ela, foi a prática da escrita e da leitura durante os dias de estudo em casa.

“Eu escrevia todos os dias, isso me ajudou muito porque eu aprendi a colocar no papel o que está na minha cabeça. Se eu pudesse dar uma dica é que você escreva algo todos os dias, nem que seja só um parágrafo. Independentemente do tema que for. Saber escrever e estar acostumado a escrever já te coloca muito à frente dos concorrentes.

Gabriela aguarda, agora, o início das inscrições para o Sisu 2018, na terça-feira (22). Com um desempenho que ela considera “razoável” nas outras provas e uma nota mil na redação, ela espera que, neste ano, consiga realizar o sonho de conseguir uma vaga em Medicina.

“Vamos ver o que vai acontecer. Espero que dê para conseguir uma vaga. Se não der, vou continuar tentando”, declarou.

Segundo o Inep, a média geral dos estudantes na redação foi de 522,8. Entre os concluintes, aqueles que estão no terceiro ano do Ensino Médio, a nota foi de 523,4.

Já entre os egressos, a nota foi menor, com 520,9. Por outro lado, entre os treineiros, aqueles que ainda não completaram o ensino médio e não estão no último ano, a nota foi a maior: 541,2. 112.559 alunos zeraram a avaliação.

 

Segredo

A jovem estudou em casa durante o ano, mas teve que diminuir o ritmo quando ficou internada por quatro meses para tratar a depressão. No período, leu pelo menos nove livros.

Para a estudante, o segredo para se dar bem na redação é, além de treinar bastante, entender que o conhecimento não está restrito nas apostilas. “Deixar de pensar que conhecimento é só o que está na apostila. Tudo é conhecimento. Tudo é uma forma de aprender. Quando você está acostumado a tirar a ideia da sua cabeça e colocar no papel, você está aprendendo”, disse.

“Na rodinha entre os amigos, eu sempre batia bastante na tecla. Minhas amigas até falavam que eu era louca. Eu falo que somos a geração Netflix. Clica, assiste e aceita. É o mesmo quando você entra na página de Facebook de alguém, as pessoas propagam opinião, elas não criam opinião”, menciona a jovem, que antes de tentar entrar em Medicina estudou jornalismo e artes, mas não se identificou com os cursos.

 

Com agências

Copyright © 2017 O Presente