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UE proíbe importação de 20 frigoríficos brasileiros

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Arquivo/OP

Os Estados-membros da União Europeia decidiram, por unanimidade, nesta quinta-feira (19) proibir as importações de produtos de carne, principalmente aves, de 20 estabelecimentos brasileiros autorizados a exportar para o bloco europeu, disse a Comissão Europeia em comunicado. A medida foi adotada em razão de “deficiências detectadas no sistema de controle brasileiro oficial”, disse a Comissão. A decisão entra em vigor 15 dias após sua publicação no diário oficial da União Europeia.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a ação europeia atinge 12 fábricas da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e outras oito unidades de outras empresas. As ações da BRF subiam 2,9% às 13h39, perdendo fôlego ante o pico de 10% alcançado mais cedo, antes do anúncio da UE.

 

Impactos para o Brasil

O Brasil é o maior exportador de frango do mundo e a União Europeia é seu principal comprador. O bloco é responsável por 7,5% do frango vendido pelo país ao exterior, em toneladas, e 11% em receita, segundo dados da ABPA.

Entre as consequências da proibição no Brasil são esperados excesso da oferta de frango no país e falta do produto na Europa; queda do preço do frango no Brasil e alta na Europa; além dos frigoríficos brasileiros tentarem reduzir a produção, já que não poderão exportar para a Europa, sendo que muitos já deram férias coletivas aos funcionários e poderão ainda demitir trabalhadores.

 

Empecilho

Ainda na terça-feira (17) o Ministro da Agricultura Blairo Maggi informou que irá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as restrições da carne brasileira pela União Europeia. A decisão foi tomada no retorno da viagem que realizou à Bruxelas, onde defendeu a autoridades, como o comissário para a Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia, Phil Hogan, a sanidade do produto brasileiro.

De acordo com o ministro, trata-se de guerra comercial da UE. “Estão aproveitando para nos tirar do mercado em nome da sanidade, o que não é verdadeiro”, afirmou na ocasião. A decisão de suspender parte das exportações de apenas três frigoríficos havia sido tomada pelo próprio Mapa depois que a Polícia Federal realizou operação envolvendo análises laboratoriais que atendiam à BRF. Mas deverá se estender a todos os estabelecimentos da empresa, por iniciativa da UE.

Além do Mapa, a ABPA comunicou na mesma data que contratou a advogada Ana Teresa Caetano, do escritório Veirano Advogados, para a realização de estudos preparativos para o painel que o Brasil poderá mover contra a União Europeia, em relação a restrições aos embarques de carne de frango. Segundo a Associação, determinadas restrições sanitárias impostas pelos europeus se configuram, na verdade, em barreiras comerciais à carne de frango salgada do Brasil.

“São critérios sanitários, mas que em nada se relacionam com a sanidade e a qualidade do produto. Não há risco de saúde pública, já que toda a carne de frango consumida é cozida anteriormente, seja no processamento da indústria ou mesmo diretamente pelo consumidor. Nunca tivemos em nossa história qualquer problema sanitário comprovadamente vinculado ao produto avícola brasileiro exportado. Temos uma longa e sólida relação comercial com a União Europeia. Nosso intuito é fortalecer isto, desfazendo eventuais protecionismos que sejam constatados”, afirmou o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.

 

BRF

A BRF encerrou 2017 com prejuízo líquido de cerca de R$ 1 bilhão e enfrenta na próxima semana assembleia de acionistas que deve ser marcada pela troca do conselho de administração, hoje presidido pelo empresário Abilio Diniz. Na véspera, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que aceitou o convite de Diniz para ser indicado à presidência do conselho da BRF.

 

O Presente Rural com informações Reuters

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