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Marechal Normas restritivas

“A Acimacar está batalhando para reverter esta situação”

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Presidente da Acimacar, Ricardo Leites de Oliveira: “Sabemos que o fechamento é bastante difícil para as empresas das atividades consideradas não essenciais, mas a Acimacar tem atuado para revogar ou relaxar esse decreto para que as empresas possam voltar a trabalhar” (Foto: Joni Lang/OP)

Ontem (02) em torno de 90% das empresas com atividades consideradas não essenciais pelo Estado estavam com as portas fechadas na cidade de Marechal Cândido Rondon, em obediência ao decreto publicado na terça-feira (30) pelo governo estadual, o qual entrou em vigência na quarta-feira (1º) e determinou o fechamento por 14 dias – com possibilidade de prorrogação por mais sete – de empresas de atividades não essenciais em sete regionais do Paraná para conter o avanço do coronavírus. A constatação é do presidente da Associação Comercial e Empresarial (Acimacar), Ricardo Leites de Oliveira.

“Quarta-feira pela manhã talvez 90% das empresas estavam com as portas abertas. Nós informamos muitos empresários sobre como agir, recomendando que deveriam obedecer o decreto estadual, pois estávamos no aguardo da resposta da reunião dos prefeitos da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná). As empresas fecharam e também aguardavam uma resposta da Amop, mas a reunião foi inconclusiva, prevendo encaminhamentos”, frisa.

Oliveira enaltece que os prefeitos decidiram entrar com um pedido administrativo para que o Governo do Estado reveja algumas determinações do novo decreto, seja no relaxamento de medidas ou com a revogação do mesmo. “A Acimacar orientou para todos respeitarem o decreto. Não é nossa vontade o fechamento, mas não podemos pedir para que as empresas desrespeitem o decreto. A Acimacar não vai pedir para que seja feito algo ilegal a um decreto ou lei”, evidencia. “A Acimacar está batalhando para conseguir reverter este decreto apoiando a prefeitura, enviando ofícios ao governador Ratinho Junior, vice Darci Piana, que é o presidente da Fecomércio, e deputados que receberam votos na cidade, bem como aos vereadores para que entrem em contato com os deputados que são seus representantes buscando interceder junto ao governador para que possa haver um relaxamento desse decreto”, pontua, emendando que tais ofícios foram encaminhados ontem às lideranças citadas.

O presidente da Acimacar diz não ter conhecimento sobre multa aplicada a alguma empresa rondonense. “A Polícia Militar iria fazer a fiscalização e o primeiro contato seria de orientação sobre como os empresários devem agir em relação ao decreto. De acordo com a PM, as multas serão aplicadas em caso de reincidência”, menciona.

 

RECLAMAÇÕES

Em relação aos comerciantes que reclamam novamente de ter seus negócios privados de receber clientes, principalmente os dos ramos de roupas, calçados, móveis, eletrodomésticos, salões de beleza, academias e restaurantes, Oliveira diz: “Sabemos que é algo bastante difícil. Em março já houve dez dias de fechamento, depois o comércio foi reaberto e fechado novamente a pedido da Justiça, sendo reaberto posteriormente dias depois, e este novo decreto do Estado vai causar bastante prejuízo para as empresas”, avalia.

De acordo com o presidente da Acimacar, o comércio já vive um momento difícil de vendas. “As lojas de roupas e de calçados estariam vendendo a nova coleção de inverno, seria um período de ‘safra’ para elas e bem nessa época têm que estar fechadas. Entendemos a preocupação dos empresários e vamos batalhar para conseguir retomar as atividades do comércio de Marechal Rondon e região”, enfatiza, observando: “Todavia, reconhecemos que não é algo fácil”.

Oliveira afirma que a Acimacar é contra o decreto do jeito que foi aplicado. “Nós aceitamos e entendemos que temos de ter controle e tomar todos os cuidados para que ninguém venha a ser contaminado pela Covid, para que não tenhamos mortes. Se tivermos todos cuidados como o decreto municipal foi elaborado na exigência do uso de máscaras, controle de acesso, álcool gel, pedilúvio e aferição de temperatura dos funcionários conseguiríamos fazer que a população ficasse resguardada, protegida, porém estamos sendo prejudicados pelo jeito que o governador fez ao fechar na totalidade as atividades não essenciais. O decreto municipal foi elaborado de forma que todos poderiam trabalhar tomando esses cuidados”, ressalta.

Ele diz medidas mais restritivas eram esperadas, no entanto em grandes cidades, como Cascavel e Toledo, onde há muitos casos de coronavírus. “Não esperávamos que o governador fosse fechar por regionais. Temos o exemplo da vizinha cidade de Nova Santa Rosa, que não tem nenhum caso e está com as portas das empresas fechadas tendo prejuízo por causa desse decreto, porém as empresas em geral sempre cuidaram na questão dos controles e da sanidade dos funcionários”, lamenta.

 

FALTA CONSCIÊNCIA

O presidente da Acimacar reforça que aglomerações não são observadas nos estabelecimentos comerciais, pois as empresas tomam os devidos cuidados. “Temos quase certeza que as pessoas não se contaminaram dentro das empresas, mas, sim, devido ao que acontece fora do horário comercial. Talvez isso se deve a atividades como festas, encontros nos fins de semana e viagens, mas não dentro das empresas”, salienta.

Oliveira concorda com comentários de muitas pessoas que afirmam que o comércio “paga o pato” diante da falta de conscientização por parte de alguns munícipes. “Infelizmente a grande maioria da população de Marechal Rondon vai sofrer com esses impactos econômicos dos fechamentos dessas empresas nesse período. Sabemos que algumas pessoas no nosso município estão sendo irresponsáveis, fazendo festas, aglomerações, tanto que o comandante da PM, tenente Daniel Zambon, falou que não teve problemas com o comércio na fiscalização, mas, sim, com festas particulares em residências”, enaltece.

 

CUMPRIMENTO

Em caso de negativa por parte do Estado na revogação ou no relaxamento das medidas restritivas, considerando que a Amop encaminhou pedido para revisão do decreto, o dirigente empresarial menciona que a Acimacar vai sugerir que os empresários respeitem o decreto. “A Acimacar não pode ser inconsequente de pedir para que as pessoas desrespeitem uma lei ou um decreto. Nós sabemos que este decreto é algo duro para as empresas das atividades consideradas não essenciais. Estamos trabalhando para reverter este cenário. Os empresários podem ficar tranquilos que desde que houve o pedido do governador, a Acimacar tem atuado para revogar ou relaxar esse decreto fazendo com que outras atividades possam voltar à normalidade”, garante.

Conforme Oliveira, alguns empresários pediram para que a entidade orientasse a reabertura dos estabelecimentos de atividades não essenciais, todavia a sugestão é de que o decreto seja respeitado. “É algo duro, mas se for desrespeitado acreditamos que poderemos ter problemas com Ministério Público, fiscalização da PM com multas ou outra atitude para prejudicar ainda mais o comerciante. A Acimacar está correndo atrás. Estamos nos esforçando e trabalhando para reverter. Nós mesmos estamos atuando com portas fechadas, atendendo plano de saúde, SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), Junta Comercial e o que é essencial de acordo com o decreto do governador”, finaliza.

 

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