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Agronomia vai curricularizar extensão e pleitear laboratório de inovação tecnológica

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Coordenador do curso de Agronomia da Unioeste, Edmar Soares de Vasconcelos, ladeado pela coordenadora suplente Edleusa Pereira Seidel e pela representante do diretor do CCA, Nardel Luis Soares da Silva, professora Marcela Abbado Neres (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

O curso de Agronomia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Marechal Cândido Rondon, está sob nova gestão. Na última semana, os professores Edmar Soares de Vasconcelos e Edleusa Pereira Seidel tomaram posse como coordenador e vice-coordenadora do curso. Antes deles, o professor José Barbosa Duarte Júnior estava no posto como coordenador especial e organizou a eleição.

A chapa dos professores teve aprovação de 99,2%. “Os alunos, inclusive aqueles que não estão no campus por estarem no período de estágio, participaram do processo eleitoral. Eu e a professora Edleusa tomamos posse de cabeça erguida com o apoio que tivemos no processo eleitoral. Isso nos encoraja para poder desempenhar um bom papel na gestão do curso”, declarou Vasconcelos ao O Presente.

 

Inovação tecnológica

Segundo ele, o foco da gestão será a inovação tecnológica no setor agronômico. “Há um ano e meio começamos a estudar a inteligência artificial e hoje temos três disciplinas do curso que tratam disso juntamente com os discentes para propiciar a inovação. É perceptível que essa área vem ganhando cada vez mais espaço, com oportunidades via Capes, CNPQ, Finep e outras instituições que fomentam a pesquisa no nosso país, além de multinacionais que investem muito nisso. Há um leque de pesquisa muito grande”, enfatiza.

As disciplinas já existentes na linha de inovação tecnológica exploram a inteligência computacional, a utilização de drones para o controle de ervas daninhas e o aprimoramento da agricultura de precisão.

Além da formação dos discentes no assunto, o coordenador destaca a necessidade de apresentar essas inovações à sociedade. “Cada professor tem o seu métier, sabe onde pode inovar e como fazer isso dentro da área agronômica. Por exemplo, a minha premissa é a inteligência artificial na cultura de quinoa e chia, que são novidade por serem pouco conhecidas no Brasil”, exemplifica.

 

Laboratório

Um dos planos da gestão para ampliar a inovação tecnológica no curso de Agronomia é a criação de um laboratório específico. “Esse espaço vai focar na utilização de imagens capturadas por drones e o uso de sensores na agricultura. Existe uma demanda crescente para isso e vamos colocar os alunos para desenvolver sistemas novos”, amplia, ressaltando que o trabalho com a inovação requer uma base de programação computacional: “Está atrelado. Nesse primeiro momento o principal objetivo é o laboratório de inovação tecnológica e, depois, vamos trazer professores que tenham conhecimento de computação para ensinar a colocar esses sensores a se comunicarem dentro de um sistema de programação”.

A proposta de criação do laboratório será apreciada pelo colegiado do curso de Agronomia e pelo Centro de Ciências Agrárias (CCA). “A partir do momento que é criado, temos um laboratório que não tem estrutura física, mas já reconhecido pela instituição. Na sequência vamos levar as demandas para o campus viabilizar”, explica.

O coordenador ressalta que, atualmente, parte dos equipamentos das disciplinas de inovação é adquirido pelos professores, que cedem os materiais para a utilização dos alunos. “Vamos buscar também mais estrutura junto ao setor público”, enfatiza.

 

Extensão no currículo

Outra empreita da nova gestão é a reestruturação do Projeto Político Pedagógico (PPP). “Vamos estar à frente de uma grande mudança no nosso PPP, principalmente com a curricularização da extensão. O foco que temos na inovação será ainda mais estendido à comunidade”, destaca Edleusa.

Atualmente, a extensão já existe, mas não é obrigatória aos acadêmicos. “Prestamos serviço com a análise física e química do solo, além da análise de nematoides. Há projetos de extensão em agroecologia, na área de sociologia e outros projetos específicos que cada professor faz. Já fazemos o que está sendo pedido, mas vai se tornar obrigatória a participação do aluno”, menciona a professora.

Segundo Vasconcelos, a mudança é uma exigência do Ministério da Educação. “Antes a extensão acontecia em forma de disciplina não obrigatória e passará a corresponder, pelo menos, a 10% da carga horária do curso em horários disponíveis. A extensão permite que alunos e professores tenham mais contato com os produtores numa via de mão dupla: levamos informação e recebemos a demanda”, pontua, emendando: “Vamos aproveitar a atualização do PPP para fazer com que a abordagem tecnológica do setor agronômico aflore no curso”.

 

Amplo mercado

Diferente de outros cursos, Agronomia não enfrenta problemas com a baixa procura por matrículas. “É um curso de destaque, porque os egressos saem muito bem colocados no mercado de trabalho. Apesar de não enfrentar dificuldades quanto ao número de entrantes, a gente passa pelas mesmas dificuldades em relação à contratação de professores, que estão se aposentando”, menciona Edleusa.

Desde 1999, o curso de Agronomia da Unioeste já formou 756 engenheiros agrônomos em Marechal Rondon, uma média de 36 formandos por ano. Atualmente, há 190 estudantes matriculados na graduação. “O curso de Agronomia é beneficiado pela região em que vivemos, fortemente ligada ao agronegócio. Hoje, grande parte do nosso quadro de acadêmicos é de filhos de produtores rurais e esse acaba sendo um diferencial”, expõe Edmar.

 

O Presente

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