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Marechal Obras a todo vapor

Anel Viário está de “cara” nova; lideranças e empresários enaltecem obra aguardada por 20 anos

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Obra de recuperação foi iniciada há cerca de um mês e a previsão é de que seja concluída em meados de novembro. Trajeto vai transferir os veículos “carga pesada” da Rua Minas Gerais para outras vias preparadas para este tipo de tráfego. Lideranças e empresários opinam (Fotos: Joni Lang/OP)

 

Assunto que esteve na boca do povo por pelo menos 20 anos e que foi tema de debates políticos em Marechal Cândido Rondon, muitos deles em tom eleitoral, há aproximadamente um mês passou do discurso para a prática. Trata-se da recuperação do Contorno Sul, o conhecido Anel Viário, trajeto criado há mais de 30 anos para desviar veículos de grande porte como caminhões e carretas do centro da cidade.

Faz muito tempo que o Anel Viário não cumpria sua finalidade, de modo que os veículos de grande porte há anos vinham “cruzando de ponta a ponta” a Rua Minas Gerais, passando por uma escola e empresas como restaurantes e lanchonetes.

A execução da recuperação do Anel Viário deve ser finalizada em meados de novembro. O convênio para a obra foi assinado no final do ano passado pelo prefeito Marcio Rauber junto ao Governo do Estado. A ação contou com a interferência do deputado estadual Elio Rusch, cujo investimento do Estado é de R$ 3,5 milhões.

Depois de anos de espera, a sociedade agradece e pessoas da comunidade destacam os benefícios que a obra vai proporcionar aos rondonense, como segurança, fluidez no trânsito, melhor conservação da malha viária, além da melhoria no âmbito comercial, haja vista que muitas empresas estão situadas na atual rota dos caminhões. Depois que a reforma do Anel Viário estiver concluída será a vez do trecho das ruas Minas Gerais e Cabral ser recuperado. Confira.

 

UMA DAS OBRAS MAIS ESPERADAS

Para o secretário de Mobilidade Urbana, Welyngton Alves da Rosa, esta é uma das obras mais esperadas em Marechal Cândido Rondon. “O prefeito Marcio Rauber realmente marcou um gol de placa ao investir, arrumando parceiros e concretizando este sonho rondonense. Ao falar da retirada dos veículos do centro da cidade e sua transferência a um local adequado, a exemplo das grandes cidades que planejam e pensam o trânsito, estamos vendo que Marechal Rondon parte rumo ao caminho correto. É uma conquista que fará o trânsito se tornar mais seguro e isso desencadeia uma série de benefícios a toda população, desde as escolas que sofriam muito, como a 25 de Março, na Vila Gaúcha, Jean Piaget, Waldomiro Liessen, bem como restaurantes e o comércio. Nós vamos tirar veículos pesados da área central, o que fará com que a segurança dos outros veículos e das pessoas melhore sensivelmente, principalmente carros que utilizam a Rua Minas Gerais para fugir do movimento na Avenida Rio Grande do Sul. A Rua Minas Gerais é importantíssima a Marechal Rondon, ao centro, para que com a retirada dos veículos pesados haja fluidez no trânsito. Marechal Rondon tem vias arteriais que não são totalmente utilizadas de maneira correta pelo tráfego de veículos pesados, caso da Rua Minas Gerais, avenidas Írio Jacob Welp e Maripá; elas são vias de trânsito rápido nas quais veículos de pequeno e médio porte cruzariam com muito mais facilidade e segurança, mas infelizmente pela falta de um anel viário, o que será resolvido agora, os automóveis tendem a conviver com veículos maiores”, ressalta.

Conforme o secretário, a lista de benefícios com o Anel Viário é enorme. “Contudo, especialmente diminuiremos os acidentes de trânsito, preservaremos as vidas e o trânsito será muito mais seguro.

Hoje nós temos solicitações de inúmeras lombadas e travessias elevadas, principalmente no trajeto dos caminhões, como a entrada da Vila Gaúcha, ruas Cabral e Minas Gerais até a Avenida Írio Welp. Nós não atendemos os pedidos porque eles não se enquadram nas especificações técnicas da resolução 0600 do Conselho Nacional de Trânsito, mas ao retirar os veículos pesados do centro muitos pedidos deixarão de ter validade, porque hoje o público escolar se defende com travessia elevada e lombada para que os veículos diminuam a velocidade, o que aumenta a segurança dos alunos. Especialmente na Rua Minas Gerais nós temos diversas reclamações de que os caminhões não respeitam a preferencial das rotatórias, ou seja, eles pegam a preferencial da Minas Gerais do início ao fim da rua, o que não existe. Este problema vai acabar quase na sua totalidade, porque haverá fluxo menor de veículos com mais respeito entre eles. Acredito que a série de benefícios do anel viário será sentida em um curto espaço de tempo”, reforça.

 

BENEFÍCIOS EM TODOS OS ASPECTOS

A diretora da Escola Municipal Jean Piaget, Anelise Weirich Verona, diz que o Anel Viário vai proporcionar melhorias em todos os aspectos. “O ruído dos caminhões interfere bastante no trabalho escolar, porque todos os dias fazemos um devocional no início da aula e muitas vezes precisamos parar até que o tráfego de caminhões passe para a partir daí as crianças poderem ouvir. Isso interfere em tudo, porque automaticamente o professor altera o tom de voz e as crianças ficam agitadas, pois o barulho faz as pessoas falarem mais alto. Além da poluição sonora, é registrado odor pelos caminhões de frango e suínos, além dos dejetos. Destaco a importância da agropecuária para o município e toda a região, mas há dias realmente difíceis, como na época de safra, além dos riscos e perigos principalmente para as crianças. A locomoção dos pais também influencia. Nós da escola, moradores e empresários temos de agradecer pela obra do Anel Viário e depois a do Contorno Oeste, que agora está paralisada, pois trarão melhorias”, enaltece.

Os ruídos e o barulho, segundo ela, dificultam a transmissão do conhecimento, embora não interfiram nas notas dos alunos, mas influenciam durante as aulas. “No ano de 2016 nós reunimos a APM (Associação de Pais e Mestres), enviamos ofícios, fotos, pais de alunos filmaram caminhões e fizeram pesquisas. Recordo que naquela época trouxemos os secretários de Segurança e Trânsito e de Educação, bem como vereadores, para entenderem a necessidade de transferir o tráfego de caminhões a outros locais, para que passasse na Rua Mato Grosso. Na pesquisa as crianças ressaltaram o odor e a desconcentração, que são perceptíveis durante as provas. Em nome da escola, que tem 305 alunos e é uma das maiores da rede municipal, agradecemos a mobilização das pessoas e o trabalho das autoridades para resolver esta questão, pois essa preocupação já vinha de outros diretores”, enfatiza.

 

MELHORIAS NA CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS

Sócio-proprietário do Auto Pista Brizza Rod Oil, Ademar Batschke comenta que a mudança do tráfego dos caminhões para um outro local vai melhorar a circulação dos veículos menores, que hoje têm grande dificuldade em transitar entre a Avenida Rio Grande do Sul e a Rua Cabral devido ao tamanho dos caminhões, o que gera transtornos aos pedestres, ciclistas e carros de menor porte. “Algo que acontece muito é o caminhão interromper de uma pista o tráfego dos carros pequenos, o que atrapalha a visibilidade. O número de acidentes diminuiu razoavelmente a partir da colocação de duas lombadas.

Outra questão diz respeito à poluição sonora dos caminhões que usam escapamento inadequado, fora da legislação, com turbinas que emitem som de assobio. Os carros pequenos e antigos, com escapamentos abertos, e as motociclistas, que abusam assustadoramente em relação a escapamentos não originais, também geram extrema poluição sonora à nossa cidade”, pontua.

O empresário menciona que os horários de pico estão caracterizados pelo meio-dia, quando as pessoas vão ao serviço, e no fim da tarde. “A parte da manhã não é tão problemática porque há diluição maior e mesmo na Rua Santa Catarina, que foi melhorada, aumentou a trafegabilidade, o que reduzindo o movimento na Avenida Rio Grande do Sul, o que distribuiu o tráfego de veículos. Por outro lado, falta o ciclista tomar o devido cuidado e parar nas esquinas da ciclofaixa na Rua Santa Catarina, coisa que não acontece”, opina.

 

MAIS SEGURANÇA NO TRÂNSITO

Na opinião da sócia-proprietária do Restaurante Casa da Sogra, Carla Adams, o atual fluxo de veículos de grande porte pela Rua Minas Gerais atrapalha os estabelecimentos comerciais. “A questão que atrapalha para nós, enquanto restaurante, refere-se ao transporte de cargas vivas e carniceiros que passam em frente à empresa e deixam mau cheiro. Sabemos e entendemos que a agropecuária é muito importante ao município, inclusive nossa empresa é do ramo da alimentação, mas mudar o local do tráfego hoje se faz necessário. Outro ponto é o barulho que muitas vezes nos impede de conversar ao telefone quando os caminhões mais velhos passam na rua, de modo que por vezes o atendimento aos clientes é interrompido. A cidade cresceu, no entanto o Anel Viário ainda ficou perto do centro, então o problema será solucionado em parte, pois os caminhões vão continuar passando pelas escolas Waldomiro Liessen e 25 de Março, na Avenida Rio Grande do Sul. Os caminhões irão trafegar na área residencial na região na Rua Helmuth Priesnitz, contudo para a região que concentra as operações comerciais será realmente muito bom a restauração do Anel Viário”, avalia.

Por outro lado, Carla comenta que a mudança de roteiro pode gerar certo impacto negativo ao seu estabelecimento, uma vez que parte dos caminhões e pessoas que trafegam na Minas Gerais almoçam no restaurante. “Ainda assim, vejo que o Anel Viário trará muitos benefícios, também na área de segurança do trânsito”, expõe.

 

POSSIBILIDADE PARA NOVAS ADEQUAÇÕES

O comandante da 2ª Cia da PM, tenente Daniel Zambon, avalia que a recuperação do Anel Viário trará benefícios principalmente para o trânsito rondonense. “Temos conhecimento de que a questão do trânsito envolve uma dinâmica que se altera com o passar do tempo, através da mudança populacional, troca de pontos comerciais e das modificações no cotidiano das pessoas. Acompanhamos isso diariamente, de modo que a nossa função enquanto Polícia Militar é fiscalizar o trânsito, atender acidentes e verificar as infrações, as famosas multas de trânsito. Utilizamos esses meios como dados técnicos, o que é reaproveitado pelos órgãos competentes, inclusive pelo setor público, através de parâmetros para definir novas rotas e vias, como é o caso do Anel Viário, obviamente buscando melhorias no trânsito da cidade. Com a ativação dessas novas vias vamos atender essa parte do trânsito e saberemos posteriormente como se comporta o trânsito. Também buscaremos constantemente outras adequações quando for o caso”.

 

JUSTIÇA SOCIAL AO MUNICÍPIO

De acordo com o secretário de Coordenação e Planejamento, Reinar Seyboth, a obra foi iniciada há cerca de um mês, todavia, a reivindicação é de 20 anos. “Trata-se de um trecho que se perdeu ao longo do tempo, justamente pelo trânsito intenso e aos poucos pela falta de manutenção, fazendo com que a rota de caminhões tomasse outro sentido. É obvio que a recuperação do trecho não vai retirar efetivamente os caminhões de toda a cidade, porém vai remover do miolo central, garantindo maior segurança aos transeuntes, além de transferir caminhões pesados que causam ruído e mau cheiro das regiões de restaurantes e escolas e até mesmo das residências. Portanto, é uma obra de extrema importância e que nós da administração municipal estamos muito felizes pela sua execução, da oportunidade de corrigir, assim como em tantas outras ações que o município fez, e recuperar muito do passado. Estamos fazendo justiça social para o município como um todo, todas as áreas estão sofrendo inúmeros investimentos e conseguimos recuperar muitos anos de atraso. Naturalmente isso vem dar impulso a Marechal Rondon, o que certamente atrairá novos investimentos, seja com o Anel Viário, Contorno Oeste, pavimentação da estrada Margarida a Pato Bragado, pavimentações nos bairros, revisão do Plano Diretor. Através dessas ações a administração pode dar cara nova ao município.

Este convênio com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) abrange a Avenida Rio Grande do Sul, da Realize em direção ao Anel Viário, na Rua Helmuth Priesnitz, até a entrada do Loteamento Bemtevi, onde será construído uma espécie de trevo ou traçado diferenciado para os caminhões que sobem em direção à Agrícola Horizonte trafeguem sem precisar parar. Na 2ª etapa faremos a recuperação da Avenida Írio Jacob Welp, cujo projeto está pronto, e parte será executada nos próximos dias através da licitação que vai emendar os 200 metros da Írio Welp. Ao iniciar a obra de recuperação nós temos programação para recuperar o restante do trecho que vai completar a pavimentação do convênio. O trânsito será alterado com a retirada do tráfego intenso do centro da cidade. A execução das obras do Anel Viário varia de três a quatro meses, então estimamos que até o final do ano o trajeto seja entregue totalmente recuperado ao uso da população”, ressalta.

Entre os benefícios, enaltece Seyboth, constam o maior tempo de conservação das ruas e vias que não receberão mais o tráfego de veículos pesados. “Depois de entregar o Anel Viário vamos executar a recuperação do percurso das ruas Minais Gerais e Cabral devido aos contratempos gerados pelo trânsito pesado”.

 

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CRÉDITO: Fotos: Joni Lang/OP

 

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