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Marechal Talento no volante

Apaixonado por automobilismo, rondonense dá show nas pistas

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(Foto: Bruno de Souza/OP)

De geração em geração, o amor por velocidade corre no sangue da família Weirich. Assim como o pai, Ilo, frequentava as pistas de corrida na década de 70 e foi um dos primeiros pilotos a representar Marechal Rondon no automobilismo, agora é Eduardo (Duda) quem leva a tradição adiante. E tem feito bonito: no último domingo (31), no autódromo de Cascavel, pilotando seu Voyage 1994, ele faturou o troféu de ouro da 2ª Cascavel de Prata.

Vivenciando as experiências automobilísticas do pai, o desejo de competir no automobilismo sempre esteve vivo no rondonense, porém apenas depois de adulto ele viu seu sonho se tornar realidade. “Eu praticamente nasci na mecânica, mas saí de Marechal Rondon para estudar e fiquei fora do município até 2015, quando retornei. Sou um completo entusiasta por esportes a motor e veículos em geral, desde carros antigos, de trilha e de velocidade. Estar aqui facilitou as coisas para competir, porque meu pai sempre teve oficina mecânica e hoje me ajuda na preparação do carro. Além disso, estamos muito próximos de um dos melhores autódromos do Brasil”, enfatiza Duda ao O Presente.

 

Experiência nas pistas

A estreia do rondonense nas pistas aconteceu em 2017, aos 40 anos. “No meu primeiro ano de corrida já fui campeão no Campeonato Metropolitano de Marcas em Cascavel, o que se repetiu em 2018”, relata.

Desde então, Duda ficou sem competir apenas em 2020 devido à pandemia, período superado com a vitória na 2ª Cascavel de Prata do último fim de semana. “A categoria dos clássicos acontece em nível nacional e se originou na Cascavel de Ouro em 2018. Naquele ano já participei da Gold Classic e, dali em diante, a competição cresceu, tornando-se um campeonato brasileiro. A Gold Classic tem provas em Interlagos (São Paulo), em Curitiba e Cascavel. Por conta do trabalho e dos custos, só participo de competição em Cascavel, que é mais próximo”, menciona o rondonense, que compete sem patrocinadores.

 

Velocidade e adrenalina

Para o piloto rondonense, o desafio de domar os carros é o maior atrativo do automobilismo. “Fazer uma curva a 160 km/h ou chegar a 180 km/h em uma reta e precisar frear para 120 km/h, isso tudo lado a lado com outros carros, é adrenalina pura. Você está sozinho dentro de uma máquina. O carro precisa de você e precisa que você saiba a hora certa de frear, a hora certa de acelerar e em qual velocidade entrar em uma curva”, compartilha.

As altas velocidades no cenário do automobilismo são acompanhadas pela segurança, afirma Duda. “Os carros têm ‘Santo Antônio’, que é uma gaiola de proteção em caso de batida ou capotamento, tem um banco inquebrável e os pilotos usam cinto de segurança e capacete. Você está muito seguro, o que facilita elevar o nível de emoção”, pontua ele, assegurando que nunca se acidentou em corrida: “Em treinos eu já rodei e bati na barreira de pneus, mas são coisas normais quando se tenta melhorar o tempo”.

 

Popularidade do automobilismo

Quem aprecia o automobilismo está por dentro de tudo e, no outro extremo, muitos desconhecem o esporte por completo. Na opinião do rondonense, hoje os carros de corrida não são tão populares, mas nem sempre foi assim.

“Todo menino gosta de carros, mas antigamente, sem tanta tecnologia, as famílias acompanhavam o movimento dos autódromos assiduamente. Acampavam lá e viam os carros de corrida. Hoje não, há cada vez menos pessoas nos autódromos. Em Marechal Rondon as pessoas têm uma cultura muito forte na área de carros, gostam, cuidam e preparam seus veículos. Considerando o Oeste do Paraná isso repercute, tanto que há uma pista de arrancada em Toledo, com muitos adeptos”, expõe.

Duda acredita que muitos, por sinal, desconhecem o potencial do autódromo de Cascavel. “É uma das pistas mais desafiadoras nacionalmente e apresenta a velocidade média dos carros mais elevadas”, destaca.

Na pista cascavelense, o piloto completa uma volta em um minuto e 20 segundos.

Eduardo Weirich (Duda): “Sou um completo entusiasta por esportes a motor e veículos em geral, desde carros antigos, de trilha e de velocidade” (Fotos: Bruno de Souza/OP)

Duda e seu possante: Volkswagen Voyage 1994

 

Campeão na 2ª Cascavel de Prata

O troféu de ouro da 2ª Cascavel de Prata, disputada no último domingo (31) no Autódromo Zilmar Beux, veio para Marechal Cândido Rondon nas mãos do Eduardo Weirich (Duda). “Largaram 31 carros comigo e, dentre eles, terminei em 3º. Os dois primeiros eram da Divisão 2, carros com motor 2.0, e fiquei em 1º da primeira divisão, motores 1.6”, contou ao O Presente.

Com duas baterias de meia hora, o rondonense relata que seu caminho até o pódio não foi tranquilo. “Estava liderando a primeira corrida, mas tive alguns problemas no carro. A gente usa a terceira, quarta e quinta marcha no circuito, mas quebrei a alavanca e nas duas últimas voltas andei só na quarta marcha. Caí da liderança e terminei em 3º lugar”, detalhou o piloto, mas sem lamentações, pois “o jogo virou” na segunda bateria.

Largando em 3º, ele conseguiu se recuperar nos 30 minutos de corrida. “Consegui passar os dois veículos que estavam na frente e cheguei em primeiro”, lembra. Somando a colocação das baterias, Duda se consolidou como campeão da Cascavel de Prata Divisão 1 (Turismo).

Entre veículos motores 1.6 da Gold Classic, o rondonense pilotou um Volkswagen Voyage 1994. “Essa prova reúne carros clássicos, antigos e que fizeram história no automobilismo brasileiro desde a década de 70”, expõe, acrescentando: “Em 2018 eu terminei em 3º lugar geral nessa competição e em 2019 não pontuei, porque acabou quebrando o motor. Em 2020 não houve evento devido à pandemia e voltei neste ano com a 1ª colocação”.

Pilotando um Volkswagen Voyage 1994 integrado na Gold Classic, Duda Weirich faturou o 1º lugar na Divisão 1 Turismo (Fotos: Divulgação)

 

A competição

Seguindo o regulamento da Federação Paranaense de Automobilismo, a competição separou carros com maior potência na Cascavel de Ouro e com menor potência na Cascavel de Prata, grid em que o veículo de Duda se enquadra. “Essas provas são tradicionais no automobilismo brasileiro. Neste fim de semana havia cerca de 80 pilotos do Brasil e 70 carros entre Cascavel de Ouro e de Prata, isso porque alguns veículos têm dois pilotos que se revezam até por questões de custo. Eu andei sozinho e me preparo desde abril entre treinos, investimentos no carro e assim por diante”, comenta.

Ele menciona que neste ano não deve participar de outras corridas, mas as expectativas para 2022 são altas. “Todo ano mudam os regulamentos e precisamos adequar o carro ou até mudar de veículo”, explica.

Rondonense Duda Weirich no topo do pódio, levando o nome de Marechal Rondon às pistas de corrida (Foto: Divulgação)

 

Ilo Weirich e Duda comemorando a conquista obtida no autódromo de Cascavel: amor pelas pistas passou de pai para filho (Foto: Divulgação)

 

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