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Marechal Polêmica viagem a Brasília

Após cumprir quarentena, rondonense apresenta teste e critica: “Não nos negamos a cumprir o isolamento social”

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Tânia Maion: “Tratar cidadãos de bem, trabalhadores honrados, com reputação ilibada, cumpridores de seus deveres e pagadores de impostos como se fossem irresponsáveis é faltar com respeito ao próximo. Chega a ser ultrajante e passível de retratação” (Foto: Divulgação)

Uma sociedade só é livre quando existe a verdadeira democracia, que consiste em governo para o povo e pelo povo. Mas a verdadeira democracia só se dá quando há liberdade de expressão e de locomoção. A afirmação é da rondonense Tânia Maion, que participou de uma viagem para Brasília, recentemente, a fim de integrar uma manifestação de apoio ao governo Bolsonaro em frente ao Palácio do Planalto, e, devido à repercussão dos fatos e críticas por quebra de isolamento social, acabou envolvida em uma polêmica, que culminou com a determinação por parte da Justiça para o cumprimento de isolamento social.

“A verdadeira democracia exige como pilar de sustentação a liberdade. Lógico que dentro das regras, das leis, pois o viver em harmonia na sociedade assim o exige, embora, nos dias de hoje, estejamos presenciando instituições que seguem desrespeitando as leis e mesmo a Constituição Federal. E foi pensando na nossa liberdade de expressão e locomoção e também para levar ao nosso presidente questões importantes do Oeste do Paraná, como a insegurança jurídica que os agricultores da região estão enfrentando em relação à demarcação de terras indígenas suscitadas novamente pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), além de lembrar ao nosso presidente da força e da importância do agronegócio no nosso Paraná e como consequência para o país como um todo, bem como para mostrar nosso total apoio ao presidente Bolsonaro, o único capaz de nos garantir tudo isso, foi que idealizamos a Caravana Deus Acima de Tudo”, declarou ao O Presente.

 

Data escolhida

Tânia conta que o grupo escolheu o dia 17 de maio para estar em Brasília porque nesta data, um domingo, muitas outras pessoas partiriam de todas as partes do Brasil rumo à Capital Federal. “Todos unidos com um único propósito: dar apoio ao nosso querido presidente Bolsonaro, por ser ele um homem bom, ético, justo, não corrupto, e que luta contra todo um sistema criminoso que quer derrubá-lo para voltar a se alimentar livremente do dinheiro público. Também levamos doações em remédios e alimentos para um grupo de manifestantes pró-Bolsonaro que se encontrava lá acampado desde meados de abril”, enaltece.

 

“Quase desisti”

A rondonense lembra que, embora muitas pessoas de Marechal Cândido Rondon e da microrregião quisessem viajar para Brasília para participar da manifestação, de início, o grupo era pequeno e o dinheiro curto. “Na noite do dia 09 de maio entrei em meu quarto, ajoelhei-me e orei com muita fé e esperança no coração. Pedi para que se fosse da vontade de Deus, iríamos para Brasília. E quando menos esperávamos nosso grupo estava formado e tínhamos conseguido o valor necessário para irmos a Brasília com a Caravana Deus Acima de Todos”, relata, acrescentando que um ônibus de 26 lugares partiu levando em seu interior um total de 17 pessoas. “Seria isso uma coincidência? Providência divina? Não tenho dúvida de que aqueles que forem cristãos, como eu, saberão a resposta”, enfatiza.

(Foto: Divulgação)

 

Experiência única

Ter ido a Brasília para ver Bolsonaro, na opinião de Tânia, foi uma experiência única. “Nosso presidente é um homem simples, passa bondade no seu olhar e em suas ações. O modo como nos tratou, como nos ouviu, o convite para acompanhá-lo dentro do Alvorada para arriarmos a bandeira do Brasil, só mesmo um presidente com as qualidades e virtudes dele procederia deste modo”, elogia.

Ela conta que durante a trajetória para chegar ao Palácio do Planalto ocorreu um incidente com ela. “Cai e cortei meu rosto no caminho de pedras que leva para a grade onde o povo aguarda para ver o presidente. Fui prontamente socorrida pelos assessores, todos extremamente educados, e logo eu estava sendo atendida pela equipe médica do Alvorada. Me senti especial, tratada com carinho e atenção, coisa que não recebi de muitos rondonenses em minha volta, os quais, assim como eu, residem há muitos anos neste município. Terei em meu no rosto uma marca que me lembrará sempre do presidente bom e honesto que quero para governar meu Brasil”, destaca, acrescentando que foi pelo motivo da sua queda que ela não estava usando máscara quando falou com o presidente. “Eu estava sem máscara, pois estava com o rosto muito inchado, dolorido e sangrando. Só após ver meu presidente permiti que me levassem ao Hospital Alvorada. Foi preciso dar cinco pontos no meu rosto”, expõe.


(Fotos: Divulgação)

 

“Inverdades”

Tânia diz que ocorreram muitas inverdades em relação à viagem. “Deveriam ter procurado saber antes de saírem denunciando ou falando inverdades. E o que realmente ocorreu é que no dia 14 de maio (quinta-feira), eu, Tânia Maion, recebi um telefonema da secretária da Saúde, que perguntou-me da viagem e então respondi-lhe que o grupo estava tomando os devidos cuidados necessários exigidos pela saúde em virtude da incidência da Covid-19, e convidei-a para estar presente por ocasião do nosso embarque para averiguar se estava tudo dentro do solicitado. Confirmei o horário da saída e pedi-lhe que levasse a denúncia que havia sido feita, pois era um direito meu conhecer o denunciante. No entanto, no momento do embarque a secretária da Saúde não compareceu, estando presentes no local três outros integrantes da Saúde, os quais não trouxeram com eles o termo da denúncia. Tal fato prova que já havia o ânimo do denunciante de dificultar nossa ida para Brasília e que os próximos acontecimentos passariam a pertencer à esfera política, deixando de ser somente motivada pela saúde, pois vim a saber que meu denunciando era um partido de extrema esquerda, constante opositor de nosso presidente Bolsonaro”, evidencia.

 

O embarque

Conforme a rondonense, por ocasião do embarque, os agentes de saúde mediram a temperatura de todos e constataram que estava tudo dentro das normas, todos usando máscaras e que o ônibus continha recipiente com água sanitária no piso e álcool gel na entrada do veículo. “Contudo, pediram que assinássemos um termo que dizia que estávamos com suspeitas de Covid-19. Ora, nós tínhamos acabado de sair de nossos lares, todos com saúde, sem tosse, sem febre, sem sintoma algum. Pergunto-lhes: nessa situação, alguém assinaria um termo que deve ser assinado por aqueles que estão com suspeita de Covid-19? Pois é, nos negamos a assinar, eu e meu marido (Darci Tettzlaff), somente porque não queríamos integrar uma lista equivocada de estatísticas de Covid-19, mas deixamos claro que iríamos cumprir o isolamento de sete dias como exigido no artigo 24, § 1°, do decreto 126 do município, em nosso retorno”, ressalta. “Estranha-me que não encontrei essa informação no ofício datado de 18 de maio, encaminhado pela Secretaria de Saúde do município ao Ministério Público (MP). Por que será que deixaram de informar isso? Teria sido esquecimento?”, questiona.

 

Cumprindo o isolamento social

Tânia afirma que ela e o marido ficaram em isolamento social em casa desde que retornaram da viagem, no dia 19 de maio (terça-feira), conforme combinado com os agentes de saúde quando da saída deles de Marechal Rondon rumo a Brasília.

Ela lamenta a proporção das notícias em torno do assunto. “Noticiaram sobre cidadãos de bem e não bandidos. Também cumpre-me informar para os vários rondonenses que falaram sem conhecimento de causa, inclusive aquele que fez a denúncia ao Ministério Público através do diretório de um partido político, que somos cidadãos conscientes, e estamos nessa luta porque amamos nosso Brasil e, portanto, cuidamos para estarmos dentro das regras”, exalta, ampliando: “Sou oficial de Justiça Avaliadora Federal aposentada. Trabalhei 25 anos no TRT 9ª Região, tenho formação em Farmácia e Bioquímica pela Unesp de Araraquara (SP) e Direito pela Unioeste, sendo conhecedora, portanto, dos cuidados necessários com a saúde e também das leis e do dever de cumpri-las, doravante tenhamos hoje instituições que deixam, e muito, a desejar nesse quesito”.

Para a rondonense, tratar cidadãos de bem, trabalhadores honrados, com reputação ilibada, cumpridores de seus deveres e pagadores de impostos como se fossem irresponsáveis é faltar com respeito ao próximo. “Chega a ser ultrajante e passível de retratação”, entende.

 

Direito de escolha

Na visão da servidora federal aposentada, num país verdadeiramente democrático, todos devem respeitar e serem respeitados. “E todos devem ter o direito de escolha. O livre-arbítrio. Os cidadãos que acreditam que a Covid-19 seja grave e querem ficar em casa, que assim o façam, fiquem em casa. Do mesmo modo que aqueles que compartilham da mesma opinião do nosso presidente e acreditam que o Brasil não pode parar e querem trabalhar, viajar, se manifestar, que o façam, desde que tomem os devidos cuidados para preservar a própria saúde e a dos demais que convivem na sociedade. O respeito para com o próximo é condição essencial para a convivência em harmonia e para preservar a ordem e o progresso de uma nação.  Afinal, é isso que consta em nossa bandeira, a qual queremos que permaneça sendo verde e amarela para todo o sempre”, evidencia.

 

Politização

Tânia lamenta a politização da pandemia do novo coronavírus em todos os âmbitos do Executivo. “Tanto em nível estadual, como se vê em Estados como o Rio de Janeiro e São Paulo, como em nível municipal, como se vê desta ação ajuizada contra a minha pessoa e meu marido”, pontua. “Não se nega a seriedade da doença, mas o fato é que o Ministério Público, entidade tão respeitada principalmente pelo histórico dos trabalhos realizados pelos profissionais paranaenses, infelizmente se deixou conduzir por interesses meramente políticos em um momento tão sensível. Assim, lamento profundamente que o MP tenha recebido, de pronto, a denúncia de um partido de extrema esquerda que, com certeza, é contra nosso presidente e seu governo de direita, conservador e cristão. Também lamento que a secretária de Saúde tenha deixado de informar ao juízo, no ofício datado de 18 de maio, que tínhamos concordado em cumprir o isolamento, e que já estavam monitorando os requeridos desde antes da viagem a Brasília, sem que os denunciados jamais tivessem dito que não cumpririam o isolamento determinado no artigo 24, §1º do decreto 126 deste município. Neste contexto, não é difícil perceber a real intenção do denunciante e daqueles que são simpatizantes com a esquerda socialista que sonha hoje em voltar ao poder, mas que terá que lutar com pessoas como eu, que não pouparão esforços em trabalhar por um Brasil livre, conservador e cristão para nossos filhos e netos. Viver sem liberdade não é viver, é somente passar por essa vida sem poder escolher, acertar ou errar, ir ou ficar, de simplesmente poder escolher”, salienta.

 

Testes deram negativo

Tânia comenta que o período de isolamento dela e do marido terminou no dia 26 de maio e que no dia seguinte eles foram a um laboratório em Toledo para realizar teste para Covid-19. “Fizemos o teste mais completo para Covid-19, RT-PCR em tempo real para SARS-CoV-2, um teste que tem que ser realizado após sete dias do retorno de uma viagem e que demora cerca de quatro dias para sair o resultado. Graças ao bom Deus e para tristeza daqueles que torcem contra, os dois testes, meu e do meu marido, deram negativo, ou seja, não reagentes para Covid-19”, informa.

Tânia Maion mostra o resultado do exame que fez para Covid-19: “Graças ao bom Deus e para tristeza daqueles que torcem contra, os dois testes, meu e do meu marido, deram negativo, ou seja, não reagentes para Covid-19” (Fotos: Divulgação)

Lição

“De tudo isso, a lição que fica para mim é que apoiarei e defenderei com ainda mais força o presidente Bolsonaro, por ser hoje nossa única esperança de um país livre, conservador e cristão, e que ao ser monitorada e privada da minha liberdade constatei que saúde é essencial, mas que saúde sem liberdade não é completa”, conclui Tânia.

 

No fim de semana Tânia Maion divulgou um vídeo. Confira:

O Presente


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