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Marechal As três Marias

Casal fala sobre os desafios de criar filhas trigêmeas, únicas bivitelinas nascidas de gravidez natural em Marechal Rondon

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(Fotos: Sandro Mesquita/OP)

Quase dez anos depois do nascimento das trigêmeas rondonenses Maria Eduarda, Maria Laura e Maria Luísa, a reportagem de O Presente voltou à residência de Rodrigo Skrosk e Daniele Wilhelms para ver o quanto elas cresceram e saber como anda a rotina da família.

Além das trigêmeas nascidas no dia 08 de março de 2012, coincidentemente data em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres, o casal já tinha duas filhas: Júlia, hoje com 17 anos, e Larissa, a irmã mais velha, com 21. As caçulas da família têm hoje nove anos.

 

DESAFIOS INICIAIS

Daniele recorda as dificuldades encontradas nos primeiros anos de vida das filhas e o quão importante foi a ajuda de familiares do casal e amigos, que, segundo ela, formaram uma verdadeira força-tarefa para dar conta dos afazeres diários. “O principal desafio foi a exaustão física e emocional, mas tivemos muita ajuda das amigas, comadres e familiares que se revezavam uma vez por semana para dormir aqui para ajudar a cuidar delas à noite”, conta.

O pai das meninas lembra da maratona nos primeiros anos das pequenas, entre fazer as mamadeiras e trocar as fraldas todos os dias. “Há cada duas horas elas precisavam ser amamentadas e cada uma ficava 40 minutos mamando. Sem mencionar as 36 fraldas para trocar diariamente, no mínimo”, relata.

Três meses depois da notícia da gravidez das trigêmeas, a mãe de Daniele, que era seu “braço direito”, faleceu, e a irmã dela perdeu a batalha para o câncer 12 dias após o nascimento das meninas, o que a fez sentir uma mistura de sentimentos em virtude das recentes perdas, mas, ao mesmo tempo, a satisfação com o nascimento das filhas. “Perdi meu porto seguro, as duas pessoas que mais me ajudaram quando a Larissa e a Júlia nasceram, mas minhas outras irmãs me ajudaram por um bom tempo”, salienta.

Mesmo com as duas filhas mais velhas, Rodrigo comenta que ainda não tinha muito jeito para pegar as bebês recém-nascidas no colo para fazer dormir. Ele lembra de uma noite em que sua esposa pediu ajuda para fazer uma das gêmeas dormir, enquanto ela amamentava outra filha. “Quando a Dani veio olhar eu estava dormindo, enquanto que a bebê estava acordada. A nenê fez o pai dormir”, brinca o empresário.

As “três Marias” são as únicas trigêmeas bivitelinas, ou seja, não idênticas, nascidas de gravidez natural no município (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

UNIÃO

Daniele menciona que não sobrava muito tempo para se dedicar às filhas mais velhas em virtude do grande esforço para cuidar das recém-nascidas. “Às vezes, eu me flagrava chorando. Me sentia culpada, mas precisava priorizar quem mais necessitava de mim naquele momento”, expõe.

Hoje, por outro lado, o amor da mãe é dividido igualmente e ela faz questão de enaltecer o companheirismo entre as cinco filhas, especialmente das irmãs mais velhas, que, de acordo com Daniele, estreitaram a união a partir do nascimento das trigêmeas. “Geralmente, em razão da diferença de idade, poderia acontecer desentendimentos, mas, felizmente, é muito difícil escutar discussões entre elas”, enaltece. “Acredito que por serem mulheres uma entende mais a outra”, supõe.

As cinco irmãs são muito companheiras: união entre as mais velhas se estreitou depois do nascimento das trigêmeas (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

PERSONALIDADES

Apesar de terem sido criadas de forma semelhante e com a mesma dedicação, Rodrigo conta que a personalidade das trigêmeas se difere bastante, e resume: “Água, vinho, vinagre e todo dia muda”, brinca.

Daniele concorda que as diferenças entre as filhas são muitas, e completa: “A Júlia e a Maria Luísa são mais parecidas, assim como a Larissa e a Maria Eduarda são semelhantes no jeito de ser, e a Laura é uma mistura das personalidades das outras”, afirma.

O pai conta que à medida em que as trigêmeas foram crescendo, elas se tornaram menos dependentes para os afazeres cotidianos. “Não precisam mais da gente para ajudar nas rotinas diárias. Agora estão se virando sozinhas”, relata.

 

NOVOS DESAFIOS

Os desafios para criar os filhos só terminam quando eles se tornam adultos e conseguem seguir com as próprias pernas, quando se tornam totalmente independentes. Até então, apenas mudam de acordo com a fase da criança.

Passado o período em que as atenções precisavam estar focadas exclusivamente no cuidado das filhas, agora, conforme Daniele, as preocupações são outras. “Temos muito a enfrentar, por mais que elas cresceram. Ainda nos preocupamos com os estudos e com o fato de que, em breve, também entrarão na pré-adolescência”, menciona.

Rodrigo acredita que as dificuldades devem ser encaradas com a certeza de que se Deus os presenteou com cinco filhas, é porque existe um propósito. “Me sinto privilegiado porque Deus não me daria esse compromisso se não estivesse ao meu lado. Ele me ajuda muito”, destaca.

O casal comenta que antes do nascimento das trigêmeas tinha vontade de ter um menino, mas hoje garante que essa possibilidade está descartada. “Agora são só os agregados, afinal, a Júlia e a Larissa já têm namorados. Somos em nove, por enquanto”, pontua Daniele.

 

CONSELHOS

Para os casais que porventura descobrirem que serão pais de trigêmeos ou mesmo de gêmeos, ela dá uma dica que considera fundamental para não se sobrecarregar e para que as crianças cresçam em um ambiente saudável. “Se precisar, peça ajuda. Não espere ficar esgotada ou até doente. Não tenha vergonha de pedir ajuda ao seu vizinho, sua família ou amigos”, afirma. Rodrigo completa: “Deus dá as guerras mais árduas aos melhores soldados, então, tenha coragem e fé”, reforça.

Além de diálogo constante, outro conselho importante, de acordo com Daniele, é o casal reservar um tempo somente para ele, evitando se afastar. “Às vezes é preciso sair, fazer alguma coisa só os dois, porque se o casal estiver bem, os filhos também estarão”, conclui.

 

Rodrigo Skrosk e Daniele Wilhelms: “Nossas filhas são presentes de Deus e agradecemos por elas terem nascido com saúde” (Fotos: Sandro Mesquita/OP)

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