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Marechal "Menos é mais"

Cojem organiza mais uma edição do Feirão do Imposto em Marechal Rondon

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Coordenador estadual do Feirão do Imposto, Rodrigo Zenatti, coordenadora municipal, Lucia Bianchi, e presidente do Cojem, Douglas Schütze: “Neste ano estamos encampando a necessidade de uma reforma tributária por um Brasil mais eficiente” (Foto: O Presente)

 

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a alta carga tributária aplicada no país e cobrar mais eficiência na gestão do dinheiro público, a Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje) promove anualmente a campanha Feirão do Imposto Nacional.

Na edição deste ano, a campanha tem como mote “Menos é mais”, evidenciando que menos arrecadação e um sistema tributário mais moderno, justo e eficiente significam mais recursos para o país. Em Marechal Cândido Rondon, o Feirão é encabeçado pelo Conselho do Jovem Empreendedor (Cojem), vinculado à Associação Comercial e Empresarial (Acimacar).

O Feirão do Imposto foi criado em 2002, em Santa Catarina, a partir do propósito de disseminar informação tributária de forma simplificada à população. A ação, porém, ganhou abrangência nacional. Em 2012, por exemplo, amealhou uma grande conquista: a aprovação da Lei do Imposto na Nota (Lei 12.741/12), que obriga todos os estabelecimentos a incluir nos documentos fiscais o percentual e o valor aproximado de impostos pagos.

Atualmente, o Feirão acontece em 24 Estados da federação e mais de 100 cidades do Brasil. Neste ano, além de abordar a quantidade de tributos incidentes sobre produtos e serviços, a campanha tratará sobre aplicação dos recursos públicos, ou seja, como tem ocorrido o retorno destes tributos em prol da população.

Aproximadamente 45 municípios do Paraná participam da campanha através de conselhos, núcleos jovens ou associações que aderem à causa. Em Marechal Rondon, assim como em todo o país, as ações do Feirão acontecerão entre os dias 20 e 25 deste mês e estão abertas para empresas e entidades que queiram participar. “O movimento é aberto com o objetivo da conscientização fiscal. Neste ano vamos fazer uma semana sem impostos, na qual várias empresas irão vender produtos com valores sem impostos embutidos, como medicamentos, produtos de informática, alimentos e combustíveis”, explica o coordenador estadual do Feirão do Imposto, Rodrigo Zenatti.

Além disso, também será realizado o Dia da Beleza, a partir do qual serão oferecidos produtos para maquiagem e cuidados com a pele a preços especiais. “Estamos buscando mais parceiros, então empresas que tenham interesse em conhecer melhor a campanha podem entrar em contato com o Cojem ou Acimacar”, ressalta o coordenador.

Segundo Zenatti, o cronograma de ações que serão realizadas no município ainda está em fase de elaboração, mas ele adianta o interesse de empresas e do comércio em participar da campanha, demonstrando a indignação com o cenário econômico atual. “Eles estão querendo fazer a sua parte para mudar. Por exemplo, em 2018, no Paraná, foram vendidos 20 mil litros de combustíveis sem impostos. Em Marechal esse número chegou a dois mil. Já neste ano pretendemos aumentar ainda mais esse número conforme os postos interessados”, destaca.

 

IMPOSTOS

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o brasileiro gasta, em média, 150 dias por ano trabalhando só para pagar impostos.

O total de impostos pagos pelos brasileiros somente neste ano já atingiu mais de R$ 865 bilhões, segundo o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), sistema que estima quanto de tributo foi pago aos governos federal, estaduais e municipais. “Agora a campanha vem com uma nova pegada, com o intuito não só de conscientizar, mas também de atingir um objetivo, um propósito, por isso neste ano estamos encampando a necessidade de uma reforma tributária por um Brasil mais eficiente”, salienta Zenatti, que acrescenta: “A conscientização é fundamental para que todos se inteirem, busquem saber mais e então comecem a buscar melhorias e fazer a diferença na sociedade”.

 

ALÉM DA CONSCIENTIZAÇÃO

O presidente do Cojem, Douglas Schütze, enaltece que hoje a campanha vai além de uma simples ação de conscientização. “No início ainda não tínhamos um objetivo prático, mas para este ano já estamos começando a ver os resultados colhidos das campanhas dos anos anteriores. Foi uma evolução”, frisa.

Além da lei do Imposto da Nota, outra conquista especial através do Feirão do Imposto foi, para Schütze, o Impostômetro, que em grandes Capitais informa os valores arrecadados. “Vale a pena destacar que não se trata de uma promoção. Não é uma campanha promocional em que as empresas vão dar descontos nos produtos. Os comerciantes vão arcar com esses prejuízos de tirar o imposto. Se o cliente não paga o imposto, o comerciante vai arcar com esse prejuízo”, pontua.

Outro ponto abordado pelo presidente do Cojem é de que a campanha não tem como finalidade dizer que o imposto é algo ruim. “Pelo contrário, ele é importante, mas existem vários momentos em que ele é taxado sobre o mesmo produto. Por exemplo, o produto sai da indústria com imposto, vai para o mercado com imposto, na compra o consumidor paga imposto, ou seja, estamos pagando muitas vezes impostos sobre o mesmo produto”, alerta.

Diante de uma alta carga tributária no Brasil, Schütze analisa que ela seria válida se ao menos fosse revertida em setores como saúde, infraestrutura, segurança e educação. “Pagamos tributos em tudo que compramos, mas não recebemos todo esse investimento de volta. E esse valor é mal utilizado pelo governo. Esse dinheiro deve ser investido em áreas carentes. Pagamos impostos para termos uma saúde de qualidade, mas, mesmo assim, precisamos pagar planos de saúde, e como não temos infraestrutura precisamos pagar pedágio”, enfatiza.

 

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