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Marechal Dois meses depois

Com liberação do Anel Viário, trânsito na região central de Marechal Rondon ganha mais fluidez

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(Foto: Sandro Mesquita/OP)

Quase dois meses após a restrição do tráfego de veículos de grande porte pelas ruas centrais de Marechal Cândido Rondon, alguns motoristas insistem em desrespeitar a restrição de circulação nas ruas Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, antiga rota de caminhões.

A circulação de veículos pesados pelo centro da cidade foi proibida no dia 09 de julho deste ano, depois que a prefeitura liberou o tráfego pelo Anel Viário, também chamado de Contorno Sul, construído justamente para desviar o trânsito desse tipo de veículo e acabar com um antigo problema no município.

Alaor Chaves da Silva é caminhoneiro e mora na Rua Minas Gerais há quase dez anos. Ele lembra como era a movimentação de veículos pesados antes da reconstrução do Contorno Sul. “Além do tremor que trinca as paredes das casas, às vezes passavam caminhões com suínos, o que dava muito mau cheiro. Existe também o risco de acidentes, pois a rua é larga, mas não para comportar o movimento de veículos que tinha”, afirma.

Ele conta que o movimento de grandes caminhões pela Minas Gerais reduziu consideravelmente, desde que foi liberado o tráfego no Anel Viário. “Diminuiu uns 75%, mas acredito que alguns caminhoneiros preferem arriscar para encurtar caminho, e alguns talvez nem percebem a placa e cruzam por aqui”, expõe.

O caminhoneiro avalia que os entroncamentos de acesso ao Anel Viário estão bem sinalizados, e o fato de alguns motoristas não utilizarem o desvio talvez seja para não forçar os caminhões na subida quando estão carregados. Contudo, o trajeto pelas ruas do centro tem mais quebra-molas e esquinas, por conta disso ele acredita ser mais viável seguir pelo Contorno Sul. “Além do risco de se envolver em um acidente no centro, porque, às vezes, tem que abrir muito nas esquinas e o outro motorista pode não prestar atenção na seta e tentar entrar na rotatória junto”, salienta.

Morador da Rua Minas Gerais, Alaor Chaves da Silva: “Diminuiu uns 75% o movimento, mas acredito que alguns caminhoneiros preferem arriscar para encurtar caminho” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

Placas de sinalização indicam a obrigatoriedade de veículos com mais de três toneladas utilizarem o Anel Viário (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

SATISFAÇÃO

O aposentado Aluísio Immich reside na Rua Minas Gerais há dez anos e está satisfeito com a diminuição do tráfego de caminhões no local, no entanto, afirma que ainda é possível ver caminhões pesados trafegando na rua onde mora. “Ainda tem muito caminhão passando, acredito que pecaram um pouco na sinalização, acho que poderia ser melhor”, opina.

Segundo ele, o antigo problema de circulação de caminhões pesados no centro foi usado inclusive como promessa de campanha por alguns candidatos. “Agora, felizmente conseguiram eliminar boa parte dos caminhões e a promessa de dez anos foi cumprida”, comemora Immich.

Aluísio Immich, morador da Rua Minas Gerais: “Agora, felizmente conseguiram eliminar boa parte dos caminhões e a promessa de dez anos foi cumprida” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

AINDA É CEDO

A reconstrução do Anel Viário começou em julho de 2019 e custou aos cofres públicos aproximadamente R$ 3,5 milhões, recursos oriundos de convênios com o Estado.

De acordo com a diretora da Secretaria de Mobilidade Urbana, Adriane Kappes Vorpagel, ainda é cedo para fazer uma avaliação conclusiva, entretanto, após a liberação do tráfego no Anel Viário e a restrição de veículos com cargas pesadas, o trânsito na região central da cidade ganhou maior fluidez. “A gente observa que existe uma diminuição da circulação desses caminhões e há a preocupação desses motoristas, pois muitos deles ligam para a prefeitura para perguntar sobre o melhor trajeto”, menciona.

Ela diz que a Secretaria de Mobilidade Urbana implantou sinalização com placas informativas próximas aos entroncamentos de acesso ao Contorno Sul e a instalações de tachões, dispositivos retrorrefletores fixados no pavimento da via como complemento da sinalização horizontal. “A 1,5 mil metros existe placa tanto para quem vem de Pato Bragado como para quem vem de Quatro Pontes e para quem vem do trevo da AACC. Esses três locais foram devidamente sinalizados”, destaca.

Diretora da Secretaria de Mobilidade Urbana, Adriane Kappes Vorpagel: “Quando o caminhão é de fora eles se atentam mais à sinalização, mas observamos que muitos são moradores daqui. Existe um falso comodismo que faz as pessoas acreditarem que permanece tudo de maneira igual” (Foto: Arquivo/OP)

 

ÔNIBUS

Adriane explica que as ruas Mato Grosso e Goiás, que dão acesso à Rua Minas Gerais, foram sinalizadas com placas que proíbem a circulação de carretas e caminhões de grande porte. “Os ônibus podem circular por essas ruas, pois para eles não existe restrição, inclusive pela Minas Gerais”, pontua.

 

MAUS HÁBITOS

A diretora acredita que o fato de alguns motoristas ainda circularem pelas ruas do centro e não pelo Anel Viário, mesmo com toda a sinalização existente nos locais, se deve aos maus hábitos dos motoristas. “Quando o caminhão é de fora eles se atentam mais à sinalização, mas observamos que muitos são moradores daqui, são veículos com placas do nosso município. Existe um falso comodismo que faz as pessoas acreditarem que permanece tudo de maneira igual”, salienta.

De acordo com ela, a restrição para a circulação de caminhões no centro da cidade considera o tamanho e o peso bruto do veículo. Caminhões com até três toneladas usados para carga e descarga para abastecer os comércios do município podem circular na chamada zona central de tráfego, desde que respeitem os dias e horários. “De segunda a sexta-feira até as 09 horas e depois das 17 horas; sábados e domingos os horários são diferentes”, ressalta.

 

FISCALIZAÇÃO

O trabalho de orientação, fiscalização e notificação no trânsito rondonense é realizado pela 2ª Companhia da Polícia Militar (PM). Conforme o comandante da PM de Marechal Rondon, tenente Daniel Zambon, a fiscalização é feita pelas equipes da Rádio Patrulha (RPA), composta por policiais habilitados para fazer o serviço de trânsito. “Fazemos a fiscalização por amostragem e até o momento temos observado a boa conduta dos motoristas em respeitar essas novas regulamentações, que inclusive estão vigentes desde a colocação das placas que orientam as mudanças”, informa.

Para Zambon, a proibição de veículos pesados na área central do município auxiliou na prevenção de acidentes. “Uma vez que esses veículos já começaram a usar o contorno, deixando as vias do centro da cidade para os veículos leves”, garante.

Segundo ele, o desrespeito às sinalizações referentes às alterações nas vias caracterizam infração de trânsito. “Uma vez constatada a irregularidade, é emitida a notificação e, conforme a justificativa do condutor, poderá ser arquivada ou quando não é aceita a multa é imposta”, alerta.

Comandante da PM, tenente Daniel Zambon: “Até o momento não foram feitas notificações relacionadas à circulação de veículos pesados nas ruas da antiga rota de caminhões e adjacências, mas se for detectado que há o desrespeito a essas novas normas, com certeza faremos operações” (Foto: Arquivo/OP)

 

SEM NOTIFICAÇÕES

O comandante da PM diz que até o momento não foram feitas notificações relacionadas à circulação de veículos pesados nas ruas da antiga rota de caminhões e adjacências. “Mas, se for detectado que há o desrespeito a essas novas normas, com certeza faremos operações pontuais a fim de orientar o trânsito, com o objetivo principal de evitar acidentes e com isso preservar vidas”, evidencia.

Registro de caminhão transportando carga viva foi feito no fim da manhã de segunda-feira (31) na Rua Minas Gerais, entre a Sete de Setembro e a Dom João VI (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

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