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Marechal Golpe do momento

Criminosos invadem contas de WhatsApp e pedem dinheiro de rondonenses

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(Foto: Bruno Gerhard/OP)

“Assusta, né?! Dá muito medo quando você fica na mão de um desconhecido!”. As palavras são do empresário rondonense Alsemir Wilhelms, de 51 anos, após ele descobrir que teve a conta do WhatsApp invadida por um golpista. A exemplo do que ocorre na maioria dos casos, o suspeito fingiu ser a vítima para tentar que amigos dela depositassem algum valor em dinheiro.

A mensagem que foi enviada pelo criminoso para, pelo menos, seis contatos de Wilhelms, dizia: “É que eu preciso fazer uma transferência, mas não estou com o aplicativo liberado, quero ver se você consegue fazer essa transferência pelo seu aplicativo e amanhã cedo vou no caixa eletrônico e transfiro o valor de volta”.

O empresário conta que, quando percebeu o que estava acontecendo, pediu para que fosse retirado de vários grupos para que o golpista não tivesse acesso a mais contatos da sua agenda.

“Até agora eu não tenho certeza se alguma pessoa foi ou não lesada! Quem sabe alguém ainda pode chegar e falar: ‘e aquele dinheiro que eu te emprestei?’. Fora isso, o maior prejuízo mesmo é que eu trabalho com o aplicativo e, neste momento, estou há uma semana sem ele. Imagina quantas pessoas podem estar orçando trabalhos comigo e eu não tenho acesso!”, lamentou o empresário ao O Presente.

 

CUIDADO COM SMS

De acordo com Ralf Drechsler, empresário do ramo de tecnologia, na maioria dos ataques os golpistas pedem para que as vítimas confirmem um tipo de código que é enviado para o telefone através de SMS (mensagem). Ele diz que isso jamais deve ser feito.

“Os suspeitos fingem ser de empresas que fazem pesquisas ou de lojas e pedem para que as pessoas confirmem números que chegam por mensagens no celular. É com esses números que eles conseguem autorização para invadir o aplicativo, como se a pessoa estivesse autorizando o acesso do golpista ao WhatsApp em outro aparelho”, revela Drechsler.

Ralf Drechsler, empresário do ramo de tecnologia: “Mesmo que a vítima repasse algum número de SMS para o golpista, o criminoso ainda tem que ter acesso a essa senha (PIN) para conseguir invadir o WhatsApp e, por isso, se torna muito mais seguro para os usuários” (Foto: Arquivo/OP)

 

TIVE O WHATSAPP INVADIDO, E AGORA?

Dados da Polícia Militar revelam que somente nos 11 primeiros dias de novembro foram registrados inúmeros boletins de ocorrências relacionados ao golpe por aplicativo de mensagem em Marechal Rondon, Nova Santa Rosa e também em Santa Helena. O tenente Pedro Augusto, responsável pela 4ª Companhia de Polícia Militar de Santa Helena, informa que nesse tipo de golpe mais de uma pessoa costuma ser lesada. “Tanto quem teve o aplicativo invadido, quanto amigos dessa pessoa, que acabam fazendo o depósito em dinheiro, se tornam vítimas. É uma situação bem clara de abuso de confiança. A pessoa que teve o WhatsApp clonado deve registrar o boletim de ocorrência e também informar nas redes sociais que foi vítima de um golpe, evitando que mais amigos próximos acabem caindo também”, orienta.

 

IMPORTÂNCIA DO BOLETIM DE OCORRÊNCIA

O crime de estelionato comum tem pena prevista de um a cinco anos de reclusão e multa para quem praticar golpes tentando obter vantagens. O delegado da Polícia Civil de Marechal Rondon, Rodrigo Baptista, conta que depois que a pandemia começou, esse tipo de crime, principalmente por WhatsApp, foi o que teve o maior número de registros e que quanto mais as vítimas fizerem boletins de ocorrências, melhor para o trabalho policial. “Esse é, sem dúvidas, o estelionato do momento depois que começou a pandemia. O boletim de ocorrência é a primeira providência que a vítima tem que tomar, já que é bom para ela e serve para que a gente possa ter um monitoramento do que está acontecendo. A delegacia especializada em crimes de estelionato em Curitiba, dependendo do volume de boletins de ocorrências, monta uma operação. Em 2018, por exemplo, havia um número grande de golpes em sites de vendas e, na época, eu era o delegado de estelionato de Cascavel. Nós montamos uma operação e prendemos 19 pessoas, tudo por causa desses boletins de ocorrências”, expõe o delegado.

Delegado da Polícia Civil de Marechal Rondon, Rodrigo Baptista: “Esse é, sem dúvidas, o estelionato do momento depois que começou a pandemia. O boletim de ocorrência é a primeira providência que a vítima tem que tomar” (Foto: Arquivo/OP)

 

GOLPISTAS SÃO DE FORA

De acordo com Baptista, a maioria dos criminosos responsáveis por praticar esse crime não é da região Oeste do Paraná e, quase sempre, as ligações saem de dentro de presídios. “Os golpistas não são daqui da nossa região. Acredito que 90% deles estão presos, utilizando celulares de dentro de cadeias espalhadas pelo Brasil”, salienta.

 

VERIFICAÇÃO EM DUAS ETAPAS

A melhor forma para prevenir os ataques, segundo os especialistas em tecnologia e também as polícias Civil e Militar, é ativar a verificação em duas etapas dentro do próprio aplicativo (veja abaixo como fazer).

“Nessa segunda etapa a pessoa cria uma senha, chamada de PIN, com seis dígitos. Mesmo que a vítima repasse algum número de SMS para o golpista, o criminoso ainda tem que ter acesso a essa senha para conseguir invadir o WhatsApp e, por isso, se torna muito mais seguro para os usuários e mais difícil para os criminosos”, enaltece Drechsler.

 

COMO FAZER A VERIFICAÇÃO EM DUAS ETAPAS

Cada sistema operacional tem uma forma diferente de fazer a verificação, mas os passos são semelhantes:

No Android
1. Abra o menu do WhatsApp tocando nos três pontos no canto superior direito da tela.

2. Em seguida, toque em “Configurações”.

3. Depois, aperte em “Conta”.

4. Neste novo menu vá até a opção “Verificação em duas etapas”.

5. Confirme a verificação em duas etapas clicando em “ativar”.

6. Na tela seguinte, será necessário escolher uma senha (chamada de PIN) de seis dígitos.

7. Repita a senha e, por fim, adicione um e-mail de segurança.

 

No iOS

1. No Iphone, toque em “Ajustes” na barra inferior.

2. Em seguida, clique em “Conta”.

3. Selecione “Verificação em duas etapas”.

4. Toque em “Ativar” e, então, escolha uma senha (chamada de PIN). Em seguida insira um e-mail.

 

GUARDE A SENHA

É importante que, após realizar essas etapas, a pessoa mantenha sempre a senha (ou PIN) anotada e cadastre um endereço de e-mail válido para o caso de ser necessário recuperá-la. Se a senha for perdida, o aplicativo de mensagens pode ficar bloqueado por até uma semana.

 

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