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Marechal Acervo de 1,2 mil peças

Cultura faz diagnóstico do Museu Histórico Padre José Gaertner

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(Foto: Divulgação)

Museu é sinônimo de pesquisa, preservação, conservação, educação. Uma ação cultural que se comunica com o passado, sem deixar de lado as inovações tecnológicas, que permitem este contato com a história. Resumindo, é um cumprimento de funções sociais e criação de repertório para o futuro.

Na semana em que foi celebrado o Dia Internacional do Museu, 18 de maio, lideranças rondonenses sugeriram melhorias no único museu de Marechal Cândido Rondon, o Museu Histórico Padre José Gaertner, que foi inaugurado em 1984 e está localizado no distrito de Porto Mendes, 35 quilômetros distantes da sede do município.

Em indicação direcionada ao Executivo, apresentada na Câmara na semana passada, os vereadores Rafael Heinrich e Dorivaldo Kist (Neco) sugerem à prefeitura a realização de reforma predial ou alteração do endereço do museu, oportunizando um espaço mais adequado para exposição da história do município. “Consideramos para apresentação desta indicação as condições atuais do prédio que abriga o museu e a nossa história, além do desgaste da infraestrutura predial, a pintura, a iluminação e, ainda, a falta de uma ação ou projeto específico que incentive a visitação ao local”, apontam os edis.

Segundo Heirinch, a iluminação do museu é escura e a estrutura foi esquecida ao longo dos anos. “Indicamos que seja realizada melhoria na fachada, reforma na pintura ou, quem sabe, um novo prédio”, expõe.

Ele pontua que a história de Marechal Rondon se passa por lá. “É o único museu que temos. A sugestão ao Executivo é que seja avaliada a ideia e que seja realizado um estudo de viabilidade de um novo espaço, a fim de fomentar a cultura e a história rondonense”, ressalta.

Neco apoia a ideia de uma nova estrutura predial para o museu. “O museu tem grande importância para Porto Mendes, pois a maioria das peças é do próprio distrito”, comenta. “Inúmeras pessoas e escolas visitam o espaço, mas a estrutura deixa a desejar. A sugestão é que seja construída uma nova sede para o museu junto à praça do distrito”, menciona o vereador.

Vereador Rafael Heinrich: “É o único museu que temos. A sugestão ao Executivo é que seja avaliada a ideia e que seja realizado um estudo de viabilidade de um novo espaço” (Foto: Divulgação)

Vereador Dorivaldo Kist (Neco): “Inúmeras pessoas e escolas visitam o espaço, mas a estrutura deixa a desejar. A sugestão é que seja construída uma nova sede junto à praça do distrito” (Foto: Divulgação)

Levantamento

De acordo com o secretário municipal de Cultura, Junior Paulinho Niszczak, a pasta está fazendo um diagnóstico visando à valorização do museu e das peças que lá estão. “Trata-se de um levantamento para entender o museu, sua constituição, registros, regimento, conservação de peças, infraestrutura e estatísticas. É um espaço que merece uma atenção especial. Com o diagnóstico será possível compilar todas as peças e tudo o que está nesse memorial descritivo, porque hoje, se baseando no memorial de Porto Mendes, nós temos uma casa de memórias, ou seja, peças antigas que fizeram parte da nossa história e que devem ser preservadas e valorizadas por fazerem parte da memória da nossa região”, expõe.

A partir do levantamento, segundo o secretário, será feita uma análise quanto à museologia. “Isto é, o que se entende em termos de argumentações para ser um museu, se contempla principalmente o que a comunidade espera de um museu. E para essa análise há alguns princípios, como a valorização da dignidade humana, a promoção da cidadania, o cumprimento da função social, a valorização e preservação do patrimônio cultural e ambiental, a universalidade do acesso, o respeito e a valorização à diversidade cultural, e o intercâmbio institucional”, enumera.

Depois de concluído o trabalho, Niszczak diz que, em conjunto com o governo municipal, será analisado o que poderá ser melhorado e incrementado no museu. “Nós temos uma parte da memória, mas também podemos trazer novas ações com artistas locais, rondonenses que também têm trabalhos que podem ser valorizados. É um trabalho amplo e importante para aquilo que a gente quer levar para a comunidade e deixar à disposição também para quem visita Marechal Rondon. Vamos avaliar todos os aspectos para então dar um direcionamento e apresentar à comunidade”, ressalta.

Secretário de Cultura, Junior Niszczak: “Nós temos uma parte da memória, mas também podemos trazer novas ações com artistas locais, rondonenses que têm trabalhos que podem ser valorizados” (Foto: Divulgação)

 

Conhecendo o município

Na lista das pessoas que visitam o Museu Histórico Padre José Gaertner estão, em grande parte, os estudantes. A maioria deles conhece o local por meio de um projeto desenvolvido pela prefeitura, em parceria com as secretarias de Cultura e de Educação. Trata-se do “Conhecendo o município”. A partir dele, alunos da 3ª série das escolas municipais realizam visitas aos pontos históricos de Marechal Rondon, entre eles o Museu Padre José Gaertner. “É possível levar os alunos ao local e conhecer ainda mais sobre a história do município”, expõe o secretário.

Peças

No Museu Histórico Padre José Gaertner encontram-se preservadas aproximadamente 1,2 mil peças, organizadas em três setores: Indígena, que retratam a passagem dos tupis-guaranis na região; Porto Mendes Gonçalves, acervo retirado do antigo porto, antes da formação do Lago de Itaipu; e Colonização, formado por objetos dos pioneiros vindos nas décadas de 1950 e 1960 dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Acervo do museu conta com aproximadamente 1,2 mil peças preservadas (Fotos: Divulgação)

Agendamento de visitas

Agendamentos para visita podem ser feitos na Secretaria Municipal de Cultura, por meio do telefone (45) 3284-8760. Outra possibilidade é a visitação on-line, através do endereço: https://turismo.mcr.pr.gov.br/visitavirtual/museu/.

 

Histórico

(Foto: Divulgação)

No início do século XX, o antigo Porto Mendes Gonçalves ficava localizado a mais ou menos três quilômetros da atual sede distrital. Naquele período, a finalidade era escoar a erva-mate que vinha da região Sul do Mato Grosso (hoje Mato Grosso do Sul). O produto era transportado pelos navios que atracavam no porto e escoavam as sacas para a Argentina, retornando de lá com a erva-mate pronta para o consumo.

No ano de 1981 o prédio que antigamente servia como farmácia foi adquirido pela Itaipu Binacional. Em meados de 1982, quando esta parte do Rio Paraná foi represada para formar o Lago de Itaipu, os objetos e peças retirados da administração da extinta Cia Mate Laranjeira foram organizados no atual museu.

O prédio onde o museu está instalado pertence à Prefeitura de Marechal Rondon desde o ano de 2012, conforme os termos da Escritura Pública de Doação realizada pela Itaipu, com as condições de que “a referida doação se faz para a finalidade exclusiva e específica de interesse público, para o funcionamento do Museu Histórico Padre Jose Gaertner”.

 

 

Projeto estacionado

(Foto: Divulgação)

Em agosto de 2019, os vereadores rondonenses Pedro Rauber, Cleiton Freitag (Gordinho do Suco) e Dorivaldo Kist (Neco) e o assessor parlamentar Egomar Schmidt protocolaram um projeto para a construção de um novo museu em Porto Mendes na Secretaria de Cultura do Estado, em Curitiba.

À época, ficou definido que a Coordenação do Sistema Estadual de Museus (Cosem) daria encaminhamento ao projeto junto ao Governo do Estado.

Contudo, pelo visto, o projeto não avançou, pois não há novidades sobre ele.

 

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