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Marechal Outro habeas corpus

Defesa do quinto envolvido na Operação “Pula Pula” contesta tese de foragido

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Foto: O Presente

 

O advogado de defesa do quinto envolvido na Operação “Pula Pula”, desencadeada no último dia 15 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Foz do Iguaçu, contesta a tese de que seu cliente seja foragido da Justiça. A operação culminou na prisão do vereador Nilson Hachmann (PSC), de seu filho e de mais duas pessoas.

Durante entrevista nesta semana ao O Presente, o promotor do Gaeco, Tiago Lisboa Mendonça, afirmou que as buscas prosseguem para encontrar o quinto rondonense envolvido na Operação “Pula Pula”.

Conforme o promotor, o mandado de prisão preventiva expedido contra a quinta pessoa continua válido, sendo que neste momento ela é considerada foragida da Justiça, uma vez que não foi encontrada e tampouco se apresentou às autoridades policiais. Até a semana passada a informação conhecida era de que o quinto envolvido estaria na Argentina. Segundo o promotor, esta pessoa, um engenheiro civil, teve a prisão preventiva decretada porque teria representado e assinado pelas empresas que supostamente seriam de propriedade do vereador.

 

FORAGIDO

“O mandado de prisão preventiva está válido e esta pessoa pode ser presa a qualquer momento. Não temos certeza, mas há indícios de que o engenheiro tenha retornado da Argentina e pode estar em Marechal Rondon”, diz Mendonça.

Perguntado sobre o procedimento em caso do rondonense estar fora do país, o promotor declarou que o nome dele pode ser incluído em uma espécie de alerta vermelho da Polícia Internacional (Interpol). O promotor diz que a informação prestada ao Gaeco é de que o engenheiro esteve fora do país para participar de um evento na Argentina, que aconteceu na mesma data em que a Operação Pula Pula foi deflagrada em Marechal Rondon.

“A providência imediata é a inclusão dele como foragido da Justiça. Também temos trabalhado para identificá-lo e localizá-lo. É muito provável que esteja aguardando o julgamento da liminar do habeas corpus (dos presos)”, expõe Mendonça, acrescentando: “Se não se apresentar antes do julgamento demonstra que não quer colaborar com a Justiça, então isso pesa contra ele”.

 

ANÁLISE

Mendonça aponta não existir acusação contra o engenheiro, no entanto destaca que ele integrava a suposta organização criminosa. “Além de engenheiro, que fazia e executava as obras, tinha pleno conhecimento das fraudes, em alguns casos tinha procuração e fazia gestão pelas empresas junto à prefeitura e cobrava pagamentos. É uma pessoa que participava diretamente das fraudes”, afirma.

“Nós temos um quadro de análise de documentos, celulares, objetos apreendidos, o que demanda tempo. Existe prazo para o oferecimento das denúncias, considerando que os investigados estão presos, que é de 15 dias. Ao final deste prazo, será apresentada a denúncia contra cada um dos réus”, informa o promotor, emendando haver comprovação em torno das fraudes. “Isso fica evidente na análise. Tudo está fidelizado em conjunto para instruir esta denúncia que vai apresentar algo concreto. Ainda é prematuro falar sobre quais serão os desdobramentos da operação”, resume.

 

Promotor do Gaeco em Foz do Iguaçu, Tiago Lisboa Mendonça: “É muito provável que o engenheiro esteja aguardando o julgamento da liminar do Habeas Corpus (dos presos). Se não se apresentar antes do julgamento demonstra que não quer colaborar com a Justiça, então isso pesa contra ele” (Foto: Reprodução/Catve)

 

OUTRO HABEAS CORPUS

O advogado que trabalha na defesa do engenheiro comenta que em breve vai ingressar com pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), em Curitiba. Ele menciona acreditar que a partir do habeas corpus de soltura concedido em favor do vereador Nilson Hachmann seja mais fácil reverter o mandado de prisão e conquistar uma liminar que mantenha o seu cliente em liberdade.

A defesa contesta a tese de que seu cliente seja foragido. “Ele não é fugitivo, pois não há sentença e nem decisão final. Trata-se de mandado de prisão preventiva. Existem alguns requisitos e nenhum dos casos está sendo violado pelo meu cliente”, declara o advogado de defesa do quinto envolvido.

O advogado afirma que o rondonense é prestador de serviços, que atua como engenheiro, de maneira que o próprio cliente entende que não deveria ser atingido pelos mandados de prisão. “Além disso, muito antes da operação ele já havia comprado um pacote e segue em viagem. É um direito dele se apresentar ou não”, ressalta.

“Meu cliente demonstra interesse em colaborar com a Justiça”, avisa o advogado de defesa.

 

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