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Marechal Fenômeno preocupa produtores

Geada deve causar danos, mas cada propriedade terá resultados diferentes

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(Foto: Sandro Mesquista/OP)

Conforme apontavam as previsões da climatologia, fortes geadas foram registradas em grande parte do Paraná e também no Mato Grosso do Sul na terça-feira (29) e quarta-feira (30), o que causou preocupação em associados da Cooperativa Agroindustrial Copagril e produtores em geral das regiões afetadas por conta do milho, que deve ter sua produtividade acometida devido à ocorrência do fenômeno.

Apesar de serem previstas perdas, essa constatação não pode ser generalizada e também é cedo para se prever os reais impactos, é o que destaca o diretor-presidente da Copagril, Ricardo Sílvio Chapla. “Infelizmente a geada pegou uma grande área do Paraná e também do Mato Grosso do Sul e com certeza temos perdas. Porém, ainda é cedo para dizer com segurança quais os impactos que ela causou e muito vai depender do clima nos próximos dias, além de outros fatores”, destacou Chapla.

Conforme comenta o engenheiro agrônomo da Copagril, Genésio Seidel, muitas variantes determinam as perdas que podem acontecer, por isso, cada propriedade terá diferentes resultados apresentados. “É certo que teremos danos, mas seus níveis dependem da fase do desenvolvimento que a cultura se encontra no campo, da intensidade que a geada atingiu a lavoura, do comportamento do híbrido com relação ao frio e ao nível de queima foliar que aconteceu por conta da geada.

Grande parte das lavouras encontram-se em uma fase de desenvolvimento ainda bastante crítica, muitas ainda em fase de formação de espiga e enchimento de grãos, algumas ainda apresentam os grãos em formação no estágio leitoso – nesses casos os prejuízos podem ser maiores – Outras lavouras já estão com os grãos farináceos, já um pouco mais duros, mas que ainda não chegaram ao ponto de maturação fisiológica, o que ainda aponta para possíveis perdas, mas ainda precisamos aguardar para ter uma avaliação precisa dos impactos”, comenta o engenheiro agrônomo.

 

Esperança

Apesar das perspectivas de danos, conforme o planejamento do produtor e a escolha do híbrido, em algumas propriedades os impactos podem ser minimizados. “Muitas vezes ocorre uma queima superficial e acabam sobrando folhas próximas da espiga. Nesse caso, materiais que apresentam uma boa reserva de colmo e boa sanidade foliar, ainda conseguem translocar assimilados para terminar a formação de grãos. Isso vai depender muito também da sanidade desse material, do tipo de grão que apresenta. Normalmente materiais com grãos duros, avermelhados, com sabugos um pouco mais finos, tendem a se comportar um pouco melhor quando há sinistro com geada”, comentou Genésio Seidel.

 

O que fazer agora?

A principal orientação para esse momento é monitorar os impactos junto à assistência agronômica da cooperativa para se determinar a melhor estratégia para cada propriedade, conforme comenta o Ricardo Chapla. “Agora todos os nossos associados e produtores em geral devem ficar atentos e já devem estar acompanhando os impactos junto com seus agrônomos para encaminhar pedidos de seguro ou Proagro conforme forem os resultados”, destaca o presidente da Copagril.

Genésio Seidel orienta que além de procurar a assistência técnica o produtor já pode se adiantar e comunicar as instituições financeiras ou de seguros. “Orientamos nesse primeiro momento que os agricultores procurem as instituições de crédito ou seguro e que comuniquem a ocorrência de geada. É importante lembrar que essa comunicação deve ser feita imediatamente, principalmente no caso de seguro agrícola”, destaca Genésio.

 

Silagem

Pelas baixas de produção, alguns produtores podem optar pela silagem, mas para essa ação também há cuidados necessários, conforme explica Seidel. “Para os produtores que precisam do milho para trato animal e desejam fazer silagem de plantas inteiras, é importante lembrar que não devem colher para silagem antes da visita e liberação do perito do banco, pois poderá ser deferido o Proagro e não receber nenhuma indenização”, salienta Genésio, que ressalta ainda sobre a qualidade desse milho. “No caso de silagem, é importante que o produtor entenda que esse milho vai apresentar uma qualidade nutricional e bromatológica baixa, pois esse material não estava ainda no ponto de silagem e com a ocorrência da geada vai ter perdas da área foliar, pois as folhas vão secar, provavelmente teremos dificuldade para manter uma boa fermentação e também há possibilidade de formação de toxinas. É importante contar com a ajuda de um agrônomo e usar inoculantes de boa qualidade para melhorar a qualidade desse material”, finaliza Genésio Seidel.

 

Com assessoria

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